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O Projeto de Ensino

Por:   •  21/8/2018  •  5.003 Palavras (21 Páginas)  •  333 Visualizações

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JUSTIFICATIVA

A aprendizagem, para que ocorra adequadamente, é necessário que se proponham um ensino significativo para o aluno, tanto do ponto de vista do próprio aprendizado, quanto do ponto de vista do interesse do discente, pela atividade em questão. A respeito do que deve ser ensinado nas escolas, Cagliari (2003, p.101) afirma que, alguns alunos não participam com empenho do aprendizado em sala de aula, por acharem que este, não lhes interessam e deixam de fazer o que lhes seriam útil, “não basta saber escrever para escrever, é preciso ter uma motivação para isso”. Partindo de tais conciderações, entende – se que a Língua Portuguesa, para desempenhar um ato linguistica sobre a realidade, precisa ser explorada em seus diferentes usos sociais, alargando a capacidade idividuais e o conhecimento de seus usuarios a respeito dos gêneros textuais.

Para Koch (2006), é preciso um novo olhar sobre a língua, fazendo com que as aulas de Língua Portuguesa funcione como um espaço onde o aluno construa diferentes tipologias textuais, na medida em que interaja, num constante exercício de comunicação. Diante de tal compreensão, faz-se necessário reformular o ensino, substituindo os tradicionais exercícios pela realização de diferentes estratégias de leitura, oralidade, produção textual e análise linguística utilizando a mídia, jornais, a rede (a web), a Internet e outros generos digitais. Baseado nos Parâmetos Curriculares Nacionais, e conscientes de que os professores são peças centrais na construção das mudanças na educação, entende – se que os educadores precisam ponderar esse ensino a partir de situações didáticas que possibilitem condiçoes de produção para cada aluno. Diante das novas políticas educacionais, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001), afirmam:

É atribuição do professor considerar a especificidade do indivíduo, analisar suas possibilidades de aprendizagem e avaliar a eficácia das medidas adotadas.[...] Trata-se de garantir condições de aprendizagem a todos os alunos, seja por meio de incrementos na intervenção pedagógica ou de medidas extras que atendam às necessidades individuais.

(PCN- Introdução, 2001, PP.96, 97)

Nessa perspectiva, este projeto de ensino se justifica nas dificuldades que grande parte dos alunos, principalmente, do 3º ano do Ensino Médio, aprensentam em relação a leitura, escrita e a compreensão de alguns gêneros. Ancorando no fato de que as atividades se tornam mais interessantes quando relacionadas à vida real, propoe-se estrátegias de ensino entorno dos gêneros jornalísticos, voltados para a interação do aluno com a produção de um jornal escolar. Com isso, busca-se subsídios para a prática docente afim de interferir positivamente na aprendizagem, propiciando aos alunos uma experiência de ensino enriquecedora e prazerosa.

Segundo Charles Bazerman (2011, p. 23), os gêneros não são apenas formas, “são frames para a ação social; ambientes para a aprendizagem e lugares onde o sentido é construído.” Com o surgimento das diretrizes que norteiam os currículos e os conteúdos de Língua Portuguesa no país (PCNs/BRASIL, 2008), os gêneros jornalísticos passaram a ser adotados como objeto de ensino. “Por priorizar os fatos sociais que ocorrem na sociedade, o jornal constitui excelente material didático para o ensino de leitura e produção de texto” SOUZA (2002, p. 57).

Qualquer que seja o meio social de um aluno, muitos, ao se depararem com um texto, são incapazes de fazer uma interpretação básica e, menos ainda, uma reflexão mais profunda do mesmo. Beltrão citado por Santos (2011, p. 14), classificam os gêneros jornalisticos de acordo com a função que exercem junto ao público leitor, em: informativo; opinativo e interpretativo, ou seja, informa, explica e orienta. Desse modo, trabalhar os gêneros jornalísticos em sala de aula, tornou-se essêncial para essa nova geração de leitores, tendo em vista que, esses textos vinculam à realidade; fatos concretos que intermediam a percepção e o entendimento. Essa compreensão da realidade trazida pela subjetividade dos gêneros jornalísticos, permite o desenvolver crítico do aluno contemporâneo, facilitando a compreensão e o uso competente da linguagem.

Partindo desse pressuposto, Lusinete Vasconcelos (2002, p. 57), diz que, quanto maior o contato do aluno com os diferentes tipos de textos, oriundos dos diversos domínios discursivos, maior será sua capacidade de refletir sobre os mecanismos linguísticos e extralinguísticos, desenvolvendo a sua competência comunicativa. Por esses e outros fatores, os gêneros jornalísticos se tornou um elo entre os conteúdos escolares e a realidade social ao utilizar os gêneros textuais como ferramenta para o ensino, pois, permite o desenvolvimento de competências metacognitivas que leva os alunos a análise e a interpretação de textos. Trabalhar tal ferramenta no meio escolar, possibilita a apropriação de um texto verídico, do cotidiano de todos os alunos, famílias, escola e sociedade. Propiciando ao educando uma leitura de mundo, onde o mesmo se coloca como agente do processo e principalmente como um cidadão crítico e modificador do espaço em que vive.

Para os alunos o jornal: - é o mediador entre a escola e o mundo; - ajuda a relacionar seus conhecimentos prévios e sua experiência pessoal de vida com as notícias; - leva-os a formar novos conceitos e a adquirir novos conhecimentos a partir de sua leitura; - ensina-os a aprender a pensar de modo crítico sobre o que lê; - estabelece novos objetivos de leitura. Para os professores, enfim, o jornal é um excelente material pedagógico (para todas as áreas) sempre atualizado, desafiando - os a encontrar o melhor caminho didático para usar esse material na sala de aula.

(FARIA, 2008 p.12) (Grifos do original).

O jornal escolar, conforme salienta Faria (2008), por apresentar um conjunto de variados conteúdos, estimula as habilidades de leitura e produção textual dos alunos, pois, trás o contato com textos do dia-a-dia. Desse modo, por reconhecerem a importância da existência dos gêneros e da sua apropriação, enquanto mecanismo de socialização, as teorias de Bakhtin e Bronckart se apresentam essenciais na fundamentação de um modelo didático dos gêneros jornalísticos, quando se propõe, tornar o aluno apto diante das exigências comunicativas do mundo contemporâneo.

Bakhtin ([1979], 2003, p. 264-283), ressalta que, se os gêneros não existissem, a comunicação seria praticamente impossível. Pois, a língua materna

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