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O Panorama histórico do ensino de LIBRAS

Por:   •  20/12/2018  •  1.859 Palavras (8 Páginas)  •  412 Visualizações

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orais. Isso foi muito importante para que em 1980 surgisse a filosofia bilíngue – em algumas situações o surdo deve utilizar a língua de sinais e em outras a língua oral, ao invés de usar as duas concomitantemente como era feito.

Abaixo, podemos ver uma descrição da história dos indivíduos surdos no Brasil.

o 1885: chega o prof. Surdo Heut trazido pelo imperador D. Pedro II para educar duas crianças surdas.

o 1857: é fundado o Instituto Nacional de Surdos-Mudos , atual Instituto de Educação de Surdos (INES).

o 1911: o Oralismo foi imposto nas escolas seguindo a tendência mundial, mas a língua de sinais sobreviveu nas escolas até 1957 quando a diretora Ana Rímola Doria proibiu o uso da língua de sinais na sala aula. Mesmo assim, os alunos continuaram usando a língua de sinais nos corredores e fora do ambiente escolar.

o 1970: chega a Comunicação Total, após a visita de Ivete Vasconcelos, educadora de surdos na Universiade de Gaullaudet.

o 1970: foram feitas propostas de democratização do ensino, inclusão escolar. Havia intensa preocupação com o fracasso escolar dos grupos minoritários. Isso contribuiu para estudos na década seguinte.

o 1980: foram criadas Comissões Estaduais nas Secretarias de Educação com a finalidade de discutir as questões educacionais em relação aos deficientes. A Constituição de 1988 delibera sobre a inclusão das pessoas com deficiência nos artigos 205, 206, 208, 213.

o 1980: início dos estudos sobre o bilinguismo através das pesquisas da profa. linguista Lucinda Ferreira Brito sobre a língua brasileira de sinais. Ela utilizava a abreviação LSCB (Língua de Sinais dos Centros Urbanos Brasileiros) para diferenciar da LSKB (Língua de Sinais Kaapor Brasileira) utilizada pelos índios Urubu-Kaapor no estado do Maranhão. Em 1994 ela passou a utilizar a abreviação LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), criada pela própria comunidade surda para substituir o termo LSCB.

o 1990: advento da “Educação para todos” e 1994 declaração Salamanca.

o 1994: Declaração de Salamanca reafirma os propósitos da inclusão escolas. Assumiu-se que os alunos surdos precisavam de aprendizado.

o Leis de Diretrizes e Bases em 1996: educação especializada para os alunos com necessidades especiais e de preferência no ensino regular

Diante do panorama histórico da inclusão de pessoas surdas, podemos ver que três diferentes abordagens quanto à educação de surdos (oralismo, comunicação total, bilinguismo) convivem no Brasil, pois não existe uma verdade absoluta, devendo, cada uma ter o seu próprio espaço de discussão e estudos. Vamos ver em que consiste cada uma dessas abordagens

ORALISMO

o Objetivo: integrar a criança surda na comunidade de ouvintes, dando-lhe condições de desenvolver a língua oral, em nosso caso, o português.

o Concepção linguagem que só considera a língua oral. Portanto, para que o surdo possa se comunicar é preciso que ele seja oralizado, ou seja, que ele aprenda a falar.

o Concebe a surdez como deficiência. Então, o surdo precisa ser reabilitado a uma condição de não surdez.

o Metodologias de oralização: verbo-tonal, audiofonatória (é muito utilizada do Brasil por possuir vasto material bibliográfico em português), aural, acupédico, etc.

o As metodologias do Oralismo baseiam-se no Gerativismo de Noam Chomsky, que entende que as crianças ouvintes ao receberem estímulos auditivos em contato com adultos fazem inferências das regras gramaticais. Os surdos precisam de atendimento especial por não conseguirem realizar essas inferências com a mesma facilidade das crianças ouvintes por conta da surdez. Seguindo as ideias de Chomsky, todo indivíduo tem propensão para desenvolver uma língua e se a criança surda receber o atendimento necessário pode obter o mesmo sucesso que as crianças ouvintes na aquisição da linguagem. Assim, a criança surda deve se submeter a um processo de reabilitação para que a criança possa dominar gradativamente as regras gramaticais e chegar a um bom domínio na língua portuguesa. A criança deve ser exposta a várias sentenças para que possa inferir as regras gramaticais.

COMUNICAÇÃO TOTAL

o Objetivo: processos comunicativos entre surdos e surdos e entre surdos e ouvintes.

o Preocupação com o aprendizado da língua oral, mas sem ignorar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais, pois não se deve focar no aprendizado exclusivo da língua oral. Utilização de espaços-viso-manuais como facilitadores da comunicação.

o O indivíduo surdo não é mais visto como portador de uma patologia que precisa ser eliminada, mas como uma pessoa e a surdez é algo que influencia as relações sociais bem como o desenvolvimento afetivo e cognitivo do surdo.

o Defende a utilização de qualquer recurso linguístico (língua de sinais, língua oral ou códigos manuais) para facilitar a comunicação e a interação.

o Existe em Porto Alegre e em algumas turmas do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos)

o Crítica que é feita a essa abordagem: a língua de sinais não é usada de forma plena. Assim, essa língua não é valorizada como língua natural dos surdos e por carregar uma cultura que lhes é própria.

BILINGUISMO

o Objetivo: o surdo deve ser bilíngue (adquirir a língua de sinais como primeira língua por ser sua língua natural e adquirir a língua oficial de seu país como segunda língua)

o O surdo é visto de forma diferente do Oralismo e da Comunicação Total porque ele não precisa ter uma vida semelhante a dos ouvintes, podendo aceitar e assumir sua surdez.

o Conceito fundamental: os surdos compõem uma comunidade, com cultura e língua próprias.

o A questão central para o bilinguismo é a Surdez com S maiúsculo (estudos que buscam compreender o surdo, suas particularidades, sua língua, sua cultura, sua forma de pensar) como usa Sacks (1989) diferente da surdez (aspectos biológicos).

o EUA, Canadá, Suécia, Venezuela e

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