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A Especialização da linguagem infantil

Por:   •  4/9/2018  •  6.473 Palavras (26 Páginas)  •  470 Visualizações

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Esses autores que analisamos foram escolhidos por causa de que possuem concepções de ensino da escrita que consideramos adequadas e relevantes para o ensino de Língua portuguesa. Essa leitura teórica tem também por finalidade contribuir com futuros e atuais profissionais da área de Língua portuguesa.

No primeiro momento, vamos realizar reflexões a respeito do ensino da escrita. Logo em seguida, vamos expor as concepções de escrita, de linguagem e texto de Irande Antunes (2003). Em outro momento discutiremos a respeito de suas orientações didático-pedagógicas para o ensino da escrita.

Em outro instante, esclareceremos as concepções de linguagem, de escrita e texto de João Wanderley Geraldi. Posteriormente, apresentaremos suas orientações didático-pedagógicas para o ensino da escrita.

No segundo capítulo, temos como finalidade caracterizar o tipo de pesquisa que foi utilizado no trabalho, bem como especificar os objetivos e o tipo de material que foi utilizado para a realização da pesquisa, além disso, expor como surgiu a ideia da pesquisa e os métodos utilizados nela.

Por fim, posicionaremos criticamente a respeito das opções didático-pedagógicas sobre o ensino da escrita de Irandé Antunes e João Wanderley Geraldi.

- Reflexões a respeito do ensino da escrita

Para iniciarmos as reflexões sobre o ensino da escrita, evocamos primeiramente o que preconizam os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs - (1997) acerca do ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental.

As pesquisas na área da aprendizagem da escrita, nos últimos vinte anos, têm provocado uma revolução na forma de aprender como esse conhecimento é construído. Hoje já se sabe que aprender a escrever envolve dois processos paralelos: Compreender a natureza do sistema da escrita da língua --- os aspectos notacionais --- e o funcionamento da linguagem que se usa para escrever --- os aspectos discursivos. (p,48).

“O conhecimento a respeito de questões dessa natureza tem implicações radicais na didática da alfabetização. A principal delas é que não se deve ensinar a escrever por meio de práticas centradas apenas na codificação de sons em letras”. (PCNs, 1997, p. 48). Nessa perspectiva de ensino da escrita, os PCNs de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, orientam que professor deve possibilitar aos discentes diversas oportunidades de aprenderem a escrever, em condições semelhantes, a escrita que utilizarão fora da escola.

Segundo os PCNs de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental;

Para aprender a escrever, é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias, defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe produzi-la, arriscar-se a fazer como consegue e receber ajuda de quem já sabe escrever. Sendo assim, o tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou afastá-los do que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los, principalmente quando são iniciados “oficialmente” no mundo da escrita por meio da alfabetização. Afinal, esse é o início de um caminho que deverão trilhar para se transformarem em cidadãos da cultura escrita. (1998, p. 48).

Nesse sentido, o professor assume um papel importante, no processo de ensino da língua escrita, já que ele deve possibilitar que seus alunos tenham acesso a diversos textos escritos, fazer com que percebam que dependendo do contexto e do leitor a escrita assume formas diferentes, defrontá-los com as dificuldades que a escrita produz a quem escreve, incentivá-los a produzirem textos mesmo que ainda tenham dificuldades. Daí a importância que o professor possui para o ensino da língua escrita, ele deve se o mediador desses conhecimentos, para que seus alunos compreendam o sistema e o funcionamento da língua escrita.

Contudo, para que o professor obtenha êxito no processo de ensino da língua escrita, segundo Antunes (2003), ele deve assumir a concepção interacional de escrita. Antunes (2003), afirma que uma atividade é interativa quando é realizada, conjuntamente por duas ou mais pessoas cujas ações se interdependam na busca dos mesmos fins. Nessa visão, suponhamos que um sujeito organizou informações para serem transmitidas a outro sujeito, com finalidades de interagir, em busca de alcançar algum objetivo.

Para Antunes (2003, p. 45)

A atividade da escrita é, então, uma atividade interativa de expressão, (ex-, “para fora”), de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para, de algum modo, interagir com ele. Ter o que dizer é, portanto, uma condição prévia para o êxito da atividade de escrever. Não há conhecimento linguístico (lexical ou gramatical) que supra a deficiência do “não ter o que dizer”. As palavras são apenas a mediação, ou o material com que se faz a ponte entre quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem lê.

Nessa perspectiva, o “outro” é muito importante para que a interação por meio da escrita se concretize se não houver o “outro” logo não haverá linguagem e nem interação dentro dessa.

- Concepções de Escrita, Linguagem e Texto.

A partir da leitura que foi realizada da obra de Antunes (2003) percebemos que sua concepção a respeito do ensino da escrita é interacionista, por conta de que, ela afirma de forma explícita que a linguagem só se materializa a partir da interação entre dois sujeitos, tanto pela modalidade escrita quanto pela oral.

Segundo Antunes (2003, p.45),

Uma visão interacionista da escrita supõe, desse modo, encontro, parceria, envolvimento entre sujeitos, para que aconteça a comunhão das ideias, das informações e das intenções pretendida. Assim, por essa visão se supõe que alguém selecionou alguma coisa a ser dita a um outro alguém, com quem pretendeu interagir, em vista de algum objetivo.

A concepção interacionista da autora sobre o ensino da escrita torna-se evidente na citação acima, assumindo essa concepção, ela deixa explícita também sua visão a respeito da linguagem. Antunes (2003, p.19) afirma que “A linguagem só funciona para que as pessoas possam interagir socialmente”.

Antunes (2003) assume uma concepção de linguagem como processo de interação social. Na perspectiva de Travaglia (2009, p.23),

Nessa concepção

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