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Pensando o Ensino de História Através de Uma Abordagem Especial

Por:   •  19/12/2018  •  1.964 Palavras (8 Páginas)  •  393 Visualizações

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“Esse processo, sustentado no diálogo, na alteridade e no reconhecimento às especificidades técnicas das diversas funções presentes na escola tem como base a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.” (SOUZA, 2009, p.125).

Noutras palavras, voltando-se para os objetivos deste trabalho, uma gestão democrática é aquela que permite a interação com/dos estudantes que portam deficiências físicas ou cognitiva

Diante disso, a intenção principal foi de fazer com que os bolsistas se tornassem facilitadores, – afinal, se o alvo da educação é a democracia, deve ser esta o meio de execução daquela (uma serve a outra de maneira recíproca) – compreendendo que os professores cumprem da maneira mais satisfatória possível as muitas exigências a que estão sendo submetidos em boa parte das escolas públicas do Brasil, enfrentando problemas que vão desde o excesso de turmas e carga horária, bem como o número de alunos em demasia. Além disso, a equipe pedagógica, os alunos voluntários e a professora-supervisora responsável pela Sala de Recursos do Olivina Olívia não possuem plenas condições de explorar as especificidades que cada disciplina exige. Nesse sentido, o PIBID de História veio fornecer ajuda para que fosse aliviado o trabalho de todos os envolvidos, e que, se possível, outros subprojetos se envolvessem na empreitada de fazer acompanhamentos diários ou semanais com os alunos deficientes, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem, conhecendo as dificuldades de cada aluno, vivências e capacidades.

Tendo em vista a permanência de diversas dificuldades, foram pensadas formas de auxílio elaboradas pelos bolsistas, que poderiam corroborar para que fossem amenizados gradativamente os percalços encontrados.

METODOLOGIA

De início, houve uma interação com os alunos que foram os objetivos do auxílio e com a professora-supervisora responsável pela Sala de Recursos, Socorro Silva. Um diálogo foi feito com a mesma junto à professora de História da escola, Ruth Gomes, que versou sobre questões relacionadas ao funcionamento da Sala de Recursos, propostas de abordagens pedagógicas, ensino de História e elaboração de materiais didáticos voltados para a Educação Especial.

Os acompanhamentos começaram em meados de abril de 2017, período de término do primeiro bimestre na escola. Os alunos participantes foram: Antônio Eduardo de Oliveira Silva (deficiente visual), Macykelly Pereira da Silva (deficiente visual), Vanessa José da Silva (baixa visão) e Émilly Mélo do Nascimento (déficit cognitivo); além destes, contamos com o apoio dos alunos voluntários Ana Rebeca Nunes de Vasconcelos e Gabriel Pedro Cabral do Nascimento, todos pertencentes a turma do segundo ano D (manhã).

As reuniões com os estudantes aconteceram semanalmente, quase sempre nas terças-feiras, com um bolsista que ficava responsável por auxiliar nas atividades propostas pela professora Ruth. Já nos outros dias da semana, os alunos permaneciam em sala.

Durante o processo de acompanhamento, foram realizadas leituras de textos para todos os participantes, incluindo os possuidores de plena visão, explicações e revisões detalhadas dos assuntos vistos em sala, auxílio na construção de seminários temáticos, projetos de pesquisa e exercícios. Além destas atividades, os bolsistas engajados neste projeto, junto a professora, confeccionaram apostilas que serviam para toda a turma, mas que também foram transcritas para Braille pela professora Socorro, de forma que os alunos possuidores de deficiência visual igualmente pudessem ter acesso ao material confeccionado. Vale ressaltar que, os alunos portadores da deficiência visual realizaram seus próprios exercícios em Braille, contando com materiais próprios, como o reglete – instrumento usado para a escrita em Braille, e folhas de oficio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apesar do projeto ter a intenção de permanecer na escola nos próximos anos - o que pode ser entendido que está ainda em andamento, alguns resultados já foram percebidos. No mês de setembro, quando as atividades do projeto foram pausadas devido a mobilização da escola para a SOACC (Semana Olivina de Arte, Cultura e Conhecimento) foi realizada uma entrevista com alguns estudantes participantes do projeto acerca dos resultados obtidos até o momento.

O projeto ocasionou uma interação significativa entre bolsistas e alunos com a turma do segundo ano D, especialmente com os estudantes que participaram dos acompanhamentos; interação que facilitou e dinamizou o processo de ensino-aprendizagem.

O interesse de alguns dos alunos participantes pelo estudo de História se intensificou, ampliando as concepções que estes tinham acerca da disciplina, como pode ser evidenciado nos trechos da entrevista com os estudantes Antônio Eduardo, de 17 anos e Émilly Mélo, de 16 anos:

Eu acho história fundamental! Você estudar a história do seu país é estudar o que você é hoje; porque como é que eu posso dizer que aqui pertenço ou que temos tal cultura hoje em dia sem saber da onde se originou tudo? Como posso dizer que sou um descendente de português ou africano se eu recuso a conhecer minhas raízes culturais e de onde meus ancestrais vieram? Na verdade, estudar história é estudar a humanidade, a origem, mas não só isso, porque a história ela nunca acaba, vem do passado, está no presente e continuará no futuro.[1]

Assim, o PIBID ele ajuda muito os professores e a gente. Fiquei muito feliz quando soube ano passado que o PIBID ia continuar, fiquei muito feliz mesmo, pois ajuda os alunos também e alguns bolsistas dão atenção pra gente que é especial, né? Achei muito legal essa ideia da escola ter se disponibilizado para o PIBID. Depois dessa iniciativa de vocês com a gente que é especial eu tô achando história mais interessante e mais fácil[2]

CONCLUSÃO

A educação não é apenas um treinamento ou uma preparação para vida política, social e econômica, é também a vivência desses fenômenos. Portanto, é mister levarmos em consideração a integração de todos os estudantes nas dinâmicas educacionais, e é com este objetivo que a proposta aqui feita se desenvolve – em verdade, é uma maneira bem tímida de lidar com uma problemática tão ampla.

Ao se observar a aplicação do trabalho, percebe-se que aparenta ser, em essência, uma aula de reforço, e tão

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