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O império do capital

Por:   •  23/1/2018  •  957 Palavras (4 Páginas)  •  247 Visualizações

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de se ajustar às variações de interesses das classes dominantes, absorvendo tudo, inclusive as aventuras imperiais mais agressivas e predatórias. Ao longo das mudanças de caráter da guerra e do imperialismo, as ideologias justificatórias conseguiram se manter dentro de certos limites conceituais e operar com alguns princípios básicos" (p.112).

"A doutrina da "guerra justa", ao longo de suas transformações, enuncia alguns requisitos essenciais para dar início ao combate: é necessário que haja uma causa justa; a guerra tem de ser declarada por uma autoridade adequada, com a intenção correta de depois de terem se exaurido outros recursos; deve haver uma chance razoável de se chegar ao resultado desejado; e os meios devem ser proporcionais a tal fim" (p.112).

"Existem duas razões pelas quais a nova doutrina de guerra enunciada por Bush e Blair viola o primeiro desses dois princípios. Está claro, é desnecessário dizer, que nenhuma ação militar teria sido capaz de livrar o mundo dos "malfeitores" de Bush. Quanto a isso, não se pode esperar que a "guerra contra o terrorismo" tenha algum fim ao terrorismo. Para dizer o mínimo, existe uma chance maior de ela agravar a violência terrorista. Nem a ação militar, com ou sem medidas humanitárias, tem a capacidade de reordenar o mundo da maneira enunciada por Blair" (p.112).

"Esse principio também afeta naturalmente o calculo de meios e fins. Estamos acostumados a criticar os Estados Unidos e seus aliados por executarem ações cujos meios enormemente destrutivos não se ajustam aos seus fins. Mas podemos agora ser compelidos a descartar completamente o princípio da proporcionalidade - não apenas porque somos convidados a aceitar meios "desproporcionais", mas porque, na ausência de fins específicos, nenhum cálculo como esse é relevante. Existe um novo princípio de guerra sem fim, em propósito ou tempo" (p.113).

"A "guerra contra o terrorismo" não é o primeiro exemplo da nova doutrina. Ela certamente tem raízes na Guerra Fria. Mesmo a "guerra contra as drogas", na medida em que tem sem dúvida um componente militar (seja ela conduzida diretamente pelos Estados Unidos ou, com sua assistência, digamos, pelas forças colombianas), teve um pouco desse sabor. Mas outro passo importante no estabelecimento da nova doutrina foi a noção de "guerra humanitária". Foi certamente em relação a esse caso que as restrições da antiga guerra justa foram explicitamente abandonadas" (p.113).

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