O Povo Hebreu
Por: Hugo.bassi • 24/6/2018 • 3.857 Palavras (16 Páginas) • 367 Visualizações
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O fundador do sionismo foi o jornalista e escritor austro-húngaro Theodor Herzl (1860-1904). Ele pregava que, com a existência de um Estado próprio, os judeus poderiam ser fortes, algo surpreendente para um povo que vinha sofrendo violentas perseguições durante séculos. Um fato que contribuiu para essas ideias foi o chamado Caso Dreyfus: uma conspiração de oficiais do Exército Francês contra Alfred Dreyfus, que também era oficial dessa mesma instituição. Dreyfus foi acusado injustamente de espionagem e condenado com provas falsas. Theodor Herzl, que era jornalista, incorreu na defesa pública de Dreyfus nas páginas dos jornais da época, denunciando as fraudes das acusações e tornando explícito o antissemitismo que se espalhava no continente europeu.
Em 1896, Herzl publicou um livro “O Estado Judeu – Tentativa de uma Solução Moderna para a Questão Judaica”, obra que continham apenas 85 páginas. Apesar das críticas, ele insistiu em sua visão de criar um Estado Judeu, e convocou para agosto de 1897 o primeiro Congresso Sionista Mundial, em Basileia, Suíça.
A Organização Sionista Mundial (OSM) foi fundada durante o Congresso para promover o retorno do povo judeu à sua pátria ancestral, a Terra de Israel, e reviver a vida nacional judaica no país. Seu objetivo era obter um documento reconhecido internacionalmente que legitimasse o estabelecimento dos judeus na Palestina. Logo, definiu-se que os judeus retornariam em massa à “Terra Santa”, de onde foram expulsos pelos romanos e único lugar onde se sentiriam em casa.
Outro fato que impulsionou o movimento sionista foi a Declaração de Balfour, realizada pelo lorde inglês Balfour e que favorecia a criação do Estado de Israel como um lar nacional para os judeus na Palestina. Além da autorização dada pela Liga das Nações em 1922.
Dessa forma, iniciou-se um gradativo processo migratório de judeus para a região da Palestina, então pertencente ao Império Otomano, que foi, ao menos inicialmente, marcado pela ausência de qualquer conflito.
O principal objetivo da OSM foi alcançado em 1948, com o estabelecimento de um estado judeu legalmente seguro e reconhecido internacionalmente – o Estado de Israel. As comunidades judaicas da Europa ocidental - ricas e bem integradas às nações onde estavam - contribuíram para levar o projeto adiante. Milionários judeus doaram dinheiro para se comprarem terras dos proprietários árabes da região.
No começo, não houve oposição ao projeto por parte dos árabes, que vendiam os terrenos e conviviam pacificamente com seus compradores. Assim, novas levas de imigrantes judeus foram chegando à Palestina entre 1904 e 1914.
Primeira Guerra Mundial: a Fundação de Estado de Israel.
O surgimento da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) desequilibrou a região e prejudicou as relações entre judeus e árabes. Devido ao petróleo, o Oriente Médio tornou-se foco de disputa entre as potências envolvidas na guerra, pois o controle petrolífero poderia dar a vitória para um dos lados. O Império Otomano, que antes garantia as nações árabes, fragilizou-se durante a guerra e foi exterminado, em 1924. Muitas das nações de antigamente que eram submetidas à autoridade otomana conquistaram sua independência, como a Turquia. Outras, como a Palestina, por não terem uma política definida e, pela então presença massiva de judeus no mesmo território, não puderam formar instantaneamente um Estado. Coube a um dos países vencedores do conflito, a Inglaterra, administrar a região da Palestina após a guerra. Seu domínio foi marcado pelo desenvolvimento da economia e da infraestrutura da região, atraindo mais imigrantes judeus.
Os mulçumanos não viam com bons olhos os ideais democráticos judaicos nem a modernização social que eles promoviam. Líderes árabes da Palestina passaram a incentivar seu povo contra os judeus, causando discórdia. Os ingleses, a princípio, não deram importância. Depois, para preservar seus interesses no petróleo, procuraram agradar os árabes, limitando a imigração de judeus e a compra de terras na Palestina.
Então, em 1920, os judeus formaram um exército clandestino, a Haganah, como forma de defesa.
Nessa mesma época, os ingleses criaram o Mandato Britânico da Palestina, que era uma comissão de administração desse território, onde durou até 1948. Durante esse mandato, houve um grande aumento do nacionalismo e revanchismo político das várias partes do mundo. Também houve o crescimento do nazifacismo e antissemitismo europeu. Movimentos sionistas estavam presentes, além da radicalização da ideologia nacionalista árabe.
Enquanto esses conflitos ocorriam, chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial. O Holocausto, promovido pelo governo nazista de Adolf Hitler, era revelado para o mundo. O sionismo ganhava força. Porém, os conflitos entre judeus e árabes não apresentavam fim, e isso estava tomando uma proporção gigantesca.
Sem saber o que fazer para amenizar as relações, o governo inglês joga toda a responsabilidade para recém-criada ONU, que teve que criar um Comitê Especial para Palestina (UNSCOP) para repartir a terra tão disputada. Em 1947, foi realizada a partilha do território, onde: 57% das terras passaram a ser dos judeus (que eram a minoria), e os outros 43% ficaram com os árabes (que eram a maioria). A capital Jerusalém passou a pertencer aos dois povos, porém sobre administração da ONU.
No ano seguinte, em 14 de maio de 1948, esse território teve o tão sonhado reconhecimento, tornando-se o Estado de Israel.
Os árabes recusaram-se a reconhecer Israel, e não houve a formação do Estado Palestino.
Atualidade: conflitos entre palestinos e israelenses.
A formação do Estado de Israel não agradou os povos árabes e isso fez com que houvesse muitos conflitos.
1ª Guerra Árabe-Israelense (1948-1949) – assim foi chamado o primeiro ataque que aconteceu no mesmo ano de formação, por alguns países da Liga Árabe, dentre eles Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria. Entretanto, a vitória ficou com os judeus, pois os mesmo tinham apoio dos Estados Unidos, grande aliado. Israel derrotou seus adversários, dominando os territórios da Galileia, o Deserto de Neguev e a Cisjordânia. Jerusalém foi dividida em duas partes: a parte ocidental pertencente a Israel, e a oriental, a Jordânia. A Faixa de Gaza ficou sob a administração do Egito.
A principal consequência dessa guerra,
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