O Desenvolvimento e Mudanças no Estado Brasileiro

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Além disso, em 1979, inicia-se uma onda de greves que se estende por todo país. Nesse mesmo ano, com a Lei da Anistia começou discretamente a transição política, quando o Congresso foi reabilitado e os partidos políticos puderam reorganizar-se. Em meados 1983, se estabeleceu o movimento das “Diretas Já” em prol de eleições diretas para a presidência da república. Em 1985, Tancredo Neves é eleito, ainda indiretamente, mas morre logo em seguida e José Sarney (1985-1990) assume a presidência. Foi no governo de Sarney, apesar de conturbado, que promulgaram a Constituição vigente até os dias atuais, restabelecendo a ordem civil democrática e as liberdades individuais, bem como a garantia das eleições diretas.

No final do ano de 1989, Fernando Collor de Melo é eleito presidente e põe em prática o Plano Collor, que teve como principais medidas o confisco monetário, até de contas correntes e poupanças, e o congelamento de preços e salários. Em 1992, Collor foi acusado de envolvimento em um esquema de corrupção e foi instaurado processo de impeachment, ele renunciou ao cargo e seu vice Itamar Franco assume o posto. Em 1994, o governo Itamar lançou o Plano Real (plano de estabilização da inflação), que criou uma nova moeda e estabilizou a economia.

Nas eleições de 1994, é eleito o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, reeleito em 1998, concluindo seu mandato em 2002. Seu governo foi marcado pelas privatizações, pela aprovação do direito de reeleição dos ocupantes de cargos executivos (inclusive o de presidente), pela criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, das agências reguladoras e dos programas sociais de transferência de renda.

Em outubro de 2002 Lula é eleito Presidente do Brasil. Considerada como uma das principais ações do primeiro governo Lula, foi o prosseguimento e a ampliação dos programas sociais do governo anterior, agora unificados no Programa Bolsa Família. Outras medidas importantes foram combate à inflação e rigor no ajuste fiscal. Lula adquiriu confiança ao investir em questões microeconômicas como: o credito consignado, a definição de patrimônio de afetação, o fim da cumulatividade do PIS/PASEP, incentivo ao microcrédito, dentre outros. Com o cenário econômico estável, foram gerados milhões de empregos e Lula conseguiu a reeleição em 2006.

O segundo governo de Lula iniciou com a implantação do PAC (programa de aceleração do crescimento, primeiramente nas áreas de infraestrutura energética, social, urbana e logística), sob o comando de Dilma Roussef na Secretaria da Casa Cívil. No entanto, a crise financeira internacional de 2008 se espalhou pelo mundo todo, atingindo também o Brasil, que por estar num momento de grande estabilidade não foi tão afetado quanto outras economias vizinhas.

No ano de 2010, foi eleita sucessora de Lula, pelo Partido dos Trabalhadores, a Presidenta Dilma, que deu continuidade aos projetos do seu antecessor. Enfrentou dificuldades com seus Ministros durante todo seu primeiro mandato (2010-2014). Seu governo declarou forte preocupação com a elevação da qualidade de vida das classes menos favorecidas e com o controle da inflação. Tanto o governo de Lula, quanto o de Dilma investiram bastante em educação. Universidades públicas foram expandidas, houve intenso fortalecimento do FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) e a criação do PROUNI (Programa Universidade para todos), além de programas como Mais Educação, Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), entre muitos outros.

Dilma foi reeleita em 2014, mas sofreu processo de impedimento em meio a denúncias de esquemas de corrupção na Petrobras e manobras fiscais, assumiu a Presidência, o então vice-presidente, Michel Temer, que já teve o nome citado diversas vezes na Operação Lava Jato (investigações iniciadas em 2014, para combater o esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina).