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Analise independencia da nicarágua

Por:   •  13/6/2018  •  1.973 Palavras (8 Páginas)  •  349 Visualizações

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Com a vitória da aliança entre os sandinistas e a burguesia, forma-se um governo que tem como base um desenvolvimento misto, equilibrando o setor privado e o público. O presidente Humberto Ortega propunha primeiro uma libertação nacional, conquistando um grau de autonomia considerável, para depois lançar as bases para um plano de libertação social. Essa aliança gerou inúmeros benefícios na economia do país, que conseguiu renegociar a dívida externa, além de um impulso na economia do país. Além disso, a aliança conseguiu garantir uma maioria do governo. Como principal realização de governo, criou os comitês de defesa sandinista, que eram organizações dos bairros responsáveis por realizar um controle dos bairros, como questões de preços, abastecimento, além da alfabetização, que foi uma das maiores conquistas desse governo. Entretanto, a maior fraqueza do governo foi a sua tentativa de estabelecer uma democracia direta e divisão excessiva de seus sindicatos, e a tentativa de reprodução dos cabildos espanhóis, sendo que com uma independência menor.

- Relatar e comentar resumidamente o vídeo e identificar questões não abordadas no texto

No vídeo “A Guerra Fria na América Latina” realiza um apanhado de como os países da América Latina estavam politicamente, e todas as suas transformações na época da guerra fria. No caso da Nicarágua, ilustra bem a situação do país e dos acontecimentos com uma série de entrevistas de pessoas especializadas e familiares de figuras importantes da Nicarágua. O documentário relata acontecimentos que marcaram o período de conflito no país. Em comparação com o texto, é muito prudente a abordagem que o documentário faz com aqueles que não eram a favor da política sandinista, com entrevistas de pessoas relatando a repressão que sofriam inclusive os camponeses. O vídeo aborda a relação da união soviética com a Nicarágua na questão de armas para que estes pudessem se defender, algo que o texto não traz a tona.

- Com base na leitura do capítulo VII da obra de Marcos Kaplan (pag.258 a 275), identificar no texto do seu tema como se da a atuação da classe média, da classe ‘operária’ (urbana e rural, e das elites: burguesia e aristocracia

Antes do processo revolucionário, a classe operária era a maioria da população, e se localizava no meio rural, possuindo uma quantia pequena de terra se comparada aos grandes latifundiários. Durante a década de 50, entretanto, a Nicarágua presencia um pequeno desenvolvimento industrial, vai permitir uma incipiente diversificação do que é produzido no país, agora com a inserção do algodão. Desta forma, ocorre um êxodo rural de grandes proporções, e a ampliação do proletariado urbano, que passa a trabalhar nas fábricas, situadas nas cidades. Enquanto isso o campo passa a ser cada vez mais ocupado por plantações de algodão que são utilizados como matéria primas para as indústrias. Esse processo ocorre de forma semelhante ao que explica Kaplan (1974, p.264).

A diversificação da economia, a industrialização urbanização e a expansão do Estado, estimulam ou determinam importantes mudanças na estrutura social, embora estas não ultrapassem efetivamente o âmbito das grandes cidades, incidindo apenas superficialmente sabre a estrutura agraria tradicional. O processo vê-se limitado por sua localização e superficialidade e pelas descontinuidades do crescimento provenientes das circunstâncias assinaladas.

Aqueles que permanecem no campo são vítimas de uma exploração do seu trabalho de forma desumana. Importante destacar que Nicarágua nunca foi um país com grande recepção de imigrantes, dessa forma não houve essa inclusão de imigrantes na classe proletária como Kaplan elucida no seu escrito.

Com essa dura repressão, os setores rurais começam a assimilar a ideia de reagir a essa exploração, explorando a figura de Sandino, e vão divulgando essa ideologia de libertação pelo interior da Nicarágua. A FSLN (frente sandinista de libertação nacional) era de inspiração marxista, mas fez bastante uso da tática de guerrilha, e era dividida em frentes, sendo duas delas proletárias. A GPP era a tendência rural, de inspiração maoísta e utiliza da tática de guerrilha para suas ações, recuperando zonas livres no interior para servir de ponto de apoio. A TP tinha uma abordagem mais urbana e tinha acreditava que as ações de revolução deveriam se concentrar na cidade. Um fator dessa classe operária que difere daquilo que Kaplan disserta em seu texto é a sua limitação no que diz respeito a participação no processo de tomada de poder, o que não ocorreu na Nicarágua. A tática de guerrilha utilizada foi fundamental no combate a ditadura dos Somoza para seu enfraquecimento e para sua queda. Kaplan comenta a falta de liderança nesse cenário, entretanto na frente sandinista as ideias eram muito coesas e com objetivos e formas de agir muito claras e bem definidas, ao ponto que a frente torna-se o partido político que passa a liderar o congresso e possuir uma imensa representação e atuação política.

A aristocracia local era vinculada ao regime dos Somoza, e representava o modelo de desenvolvimento dependente o qual Kaplan expõe. O autor expõe constantemente o conflito entre as camadas médias, que passam ganhar espaço e incomodar as oligarquias locais, desta forma oligarquia passa a perder espaço no cenário político. A partir da entrada das classes burguesas no cenário político local, com o intuito de desvencilhar essa cultura de interesses particulares, que eram favorecidos pela família Somoza.

A burguesia é a classe social com maior destaque junto com o proletariado na Nicarágua. Em primeiro lugar, é importante destacar que na Nicarágua não eram as camadas médias que tinham a posse das terras da agricultura, mas sim a burguesia, então diferentemente do que Kaplan descreve em seu texto, será a burguesia que passará a ganhar mais espaço na sociedade com um princípio de diversificação industrial. Por este motivo, não há um grande crescimento das camadas médias, como Kaplan demonstra que ocorre em consequência à industrialização. A burguesia passa então a oferecer uma oposição efetiva ao regime somozista, de forma alternativa a guerrilha rural proposta pelo proletariado, alternativa essa que foi a UDEL(União Democrática pela Libertação) . Após a derrubada do regime somozista e a burguesia junto com o proletariado assumir o governo, tem início um governo que busca gradativamente a transição ao socialismo. Entretanto, nem todos os

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