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Analise do Conto “Pai contra Mãe” de Machado de Assis

Por:   •  27/6/2018  •  2.720 Palavras (11 Páginas)  •  402 Visualizações

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“Segundo a ponderações de alguns historiadores a respeito das relações entre a narrativa histórica e a narrativa literária, embora se deva reconhecer a presença de traços literários na primeira, não se pode deixar de lado as operações especificas que a tipificam como disciplina: construção e tratamento dos dados, produção de hipóteses, critica e verificação de resultados, validação da adequação entre o discurso do conhecimento e seu objeto.” (FERREIRA, 2009, pág. 73)

Então a literatura como fonte histórica nos possibilita um leque de saberes, por a mesmas ser ficcional, mas que contém informações verídicas sobre épocas, tempos e lugares, mas as mesmas tem “operações especificas’ que a caracteriza como disciplina. Uma informação até então desconhecidas a equipe era a utilização de máscaras feitas de folhas de Flandres, para tirar o vício da bebida dos escravos, como ironizou mais uma vez o autor, era a sobriedade e honestidade certas, haja visto não poderem beber também não roubavam as plantações dos seus senhores Para fazer bebidas, de fato sabe-se que não se resolve um crime comentando outro, Entretanto para a época não era um crime tratar assim povos escravizados, pela descrição parecia ser normal o fato narrado.

Outro momento é a relação dentro de uma Família pobre da época, como sobreviviam? nesse caso narrado a família estava aumentando, o que deveria ser feito? o fato que levou a tais situações foi o mal estar de um certo sujeito chamado Cândido Neves, ou Candinho, com qualquer ofício que se propunha a fazer, fato esse que o levou a uma das alternativas da época, a qual é bem retratada no poema, ser caçador de escravos fugidos, dentro dessa narrativa são mobilizados diversos detalhes, primeiro, um homem recém casado e com a esposa grávida, ainda por cima desempregado. Do outro lado em segundo plano temos os Senhores de escravos, que precisavam recuperar " o que a eles pertenciam". E por último temos os escravos que fugiam em busca da tão sonhada liberdade, ocorria um jogo de interesses dentro desse quadro descrito, como também injustiças, fracassos, ganância, sobrevivência entre outros.

Um outro ponto resultado no poema é que existia abrigo para crianças abandonadas ou que os pais não tiveram condições de criar, era a roda dos enjeitados, o drama se passa em justamente o Candinho tentar livrar seu filho da roda dos enjeitados, relata alguns fracassos do mesmo, grande preocupação, pressão por parte da família o que fazia o mesmo cometer erros como por exemplo capturar um escravo Livre, e aí tem- se outra relação na qual é de muito constrangimento para Candinho e de muita raiva por parte do és escravo.

- Identificação

O documento que temos em mãos é um texto literário que se caracteriza como um conto. Os contos são em sua maioria obras de ficção, textos ficcionais. Contém um universo de seres e acontecimentos de ficção, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.

Apesar do gênero de nosso documento ser marcado por relatar fatos ficcionais, não implica dizer que os mesmos não sejam baseados em contextos e momentos históricos que aconteceram no transcender da história. Trabalhamos aqui com Machado de Assis, e suas obras são repletas de conhecimentos históricos, que sensibilizam o leitor a mergulhar na reflexão sobre a realidade.

“Os textos literários passaram a ser visto pelos historiadores como materiais propícios a múltiplas leituras, especialmente por sua riqueza de significados para o entendimento do universo cultural, dos valores sociais...” (FERREIRA, 2009, pág. 61). Quando iniciamos uma investigação histórica, partimos de um tema e buscamos nele um recorte temporal. Imediatamente passamos a refletir sobre as fontes que utilizaremos para desenvolver o assunto e responder as questões pertinentes a ele. Logo a utilização da literatura nos fornece tal recorte temporal.

FERREIRA nos diz que a utilização da literatura como fonte histórica só se deu graças a historiografia contemporânea:

“A historiografia contemporânea abriu espaço para uma grande quantidade de temas e problemas que demandam o auxílio da literatura. Alguns deles abrangem a investigação dos diferentes papéis desempenhados, por ela através do tempo, seus agentes e vínculos com os modos de produção e circulação da cultura.” (FERREIRA, 2009, pág. 82)

É importante destacar que os contos são um gênero literário que apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e até mesmo da crônica. Os contos na sua maioria nunca são publicados sozinhos, sempre fazem parte de uma obra maior, livros com várias outras histórias ficcionais, ou melhor, um conjuro de contos, por isso é sempre importante buscar as fontes desse tipo de gênero literário. É como nos diz OLIVEIRA: “A obra literária tem vizinhos, ‘contexto’, relação com outros componentes sociais, dialoga com outros sujeitos.” (OLIVEIRA, pág. 83)

- Contextualização.

Machado de Assis narra a visão de um homem branco na condição de um capturador de escravos, para ele o Candinho, protagonista do conto, não ocupa esse oficio por maldade não o coloca como um homem violento, e sim um futuro pai preocupado com seu filho que está prestes a nascer.

A questão da escravatura é frequente nas obras De Machado de Assis, em "Pai contra mãe" o autor aborda esse tema de uma forma mais agressiva, ou realista.

Joaquim Maria Machado de Assis, nascido no Rio de Janeiro. Nasceu pobre filho de um operário mestiço, perdeu a mãe cedo e foi criado pela madrasta. Começou a trabalhar cedo vendendo doces, mas sempre acompanhado dos estudos. Sua vida intelectual lhe concedeu um cargo público só qual lhe deu uma boa condição social.

Quanto a seus relatos, em seus romances, ele sempre tratava da escravatura sob a visão do senhor de escravos. Há relatos que ele já teve uma experiência familiar, por parte de seus avós paternos terem sidos escravos, então deve como consequência o frequente uso dos temas escravocratas em suas obras. E sobre a sua visão se recair apenas aos senhores de escravos, a homens brancos, Machado de Assis por ler um árduo leitor, sempre se debatia com as denúncias de negros fugidos, os colocando sempre no último grau da escala social do homem.

Machado de Assis coloca como questão o Candinho tornar-se um caçador de escravos, esse oficio não foi um fato isolado da obra de machado de Assis,

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