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A Importância de Barra Bonita para o desenvolvimento econômico do Centro-Oeste Paulista

Por:   •  20/12/2018  •  4.392 Palavras (18 Páginas)  •  277 Visualizações

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“A minha fazenda esta comprehendida no Districto de Barra Bonita, à meia légua da povoação. Tenho por isso muito interesse pelo seu desenvolvimento. Trata-se de crear um novo município, desmembrando-se o seu território de Jahú. A representação será apresentada ao Congresso com os dados e esclarecimentos que justificam a pretensão. Acho-a justíssima pela população e pelos recursos que possue, além do que já tem um núcleo de habitação e seu commercio muito mais importante do que o de muitas velhas ou cidades que servem de cabeça de comarca. Desejo que v. tome sob seu patrocínio a causa dos habitantes de Barra Bonita, favorecendo a sua passagem desde a Câmara até o Senado.”

Embora, Campos Salles não houvesse medido esforços junto a emancipação de Barra Bonita, não ocorrera resultados imediatos, talvez pelo motivo de não reunir totais condições para emancipação, mas o que se nota é o claro e rápido crescimento que a então vila Barra Bonita apresenta comparada ao restante das comarcas da região, visão esta, detalhada na mesma carta escrita por Campos Salles onde o mesmo cita: “Acho-a justíssima pela população e pelos recursos que possue, alem do que já tem um núcleo de habitação e seu commércio muito mais importantes do que o de muitas velhas ou cidades que servem de cabeça de comarca.” A luta pela emancipação apenas chegou ao fim anos depois, em 1912, no dia 14 de dezembro, através da lei n° 1338[2], no que talvez seja uma das maiores conquistas da até então curta história dos moradores, O grande festejo teve acontecimento no dia 21 do mesmo mês e teve cobertura do jornal "O Commercio do Jahú"[3], onde o mesmo citava as grandes aglomerações em torno das bandas de músicas, entusiastas aclamações ao então presidente do Estado de São Paulo, o Coronel Dr. Rodrigues Alves e ao Dr. Campos Salles. Assim, ao encerramento de 1912, também se fechava a gloriosa vitória dos barra-bonitenses.

A morte de Campos Salles e o surgimento da ponte homônima

É inegável a notável participação do Dr. Campos Salles na história de Barra Bonita, sendo que junto com Salles Leme, fora proprietário de grandes terrenos de café, mesmo antes da fundação da cidade. Atuando em esferas de governo, como estadual e federal, Campo Salles liderou e conduziu Barra Bonita ao desenvolvimento tanto dela quanto de toda região centro-oeste paulista. Ele acabara morrendo aos setenta e dois anos, no dia 28 de junho de 1913. Logo dois anos depois com a construção da ponte que leva seu mesmo nome, acaba se tornando uma homenagem póstuma para que muitos barra-bonitenses da época era considerado como grande batalhador da cidade.

Com o cada vez maior do desenvolvimento da vila de Barra bonita, o número de moradores e fazendeiros interessados também aumentava, inclusive do outro lado da margem do rio Tietê, área do atual município de Igaraçu do Tietê, cujo na época pertencia a São Manoel. O transporte de passageiros e mercadoria de uma margem à outra era realizados por meio de barcos e uma balsa, porém já não atendiam mais as necessidades do cada vez mais intenso tráfego, sem contar os freqüentes problemas mecânicos das embarcações ou enchentes proporcionadas pelo Rio Tietê, assim era concluído a necessidade real da construção de uma ponte. Porém, inúmeras tentativas nesse sentido já haviam sido realizadas, políticos locais, sob liderança de Campos Salles, sabiam do progresso a abertura de novos mercados para produtos agrícolas que a construção da ponte proporcionaria, diante desta real importância fizeram-no Campos Salles representante dessa justa reivindicação nas altas esferas de governo, tanto do Estado, quanto da União, afinal não haveria ninguém mais capacitado para tal reivindicação do que o ex-Presidente da República – de 1989 a 1902 – e também ex-Presidente do Estado de São Paulo – em 1896- . Mas embora houvesse grande mobilização, a construção ainda não obteve êxito, muito se devia ao fato de que Barra Bonita ainda não fosse sede de município e ainda pesava o fato de contar com uma empresa de navegação fluvial que realizava o transporte de passageiros e de cargas pelo rio Tietê, diante desse inicial fracasso, os representantes locais encareciam a necessidade da construção da ponte na Câmara Municipal de Jaú sob alegação do desenvolvimento substancial que a construção de uma ponte traria pra economia da região, e o Dr. Campos Salles se empenhava junto as Presidente do Estado, Albuquerque Lins. 1911, politicamente a construção da ponte estava sacramentada, assim Campos Salles intervém para agilizar os estudos e localização da empreitada. Por meio de uma carta[4] destinada a Major Pompeu, apresenta o engenheiro incumbido para finalidades tais como:

“Prezado amigo Pompeu Tenho o prazer de apresentar-lhe o Sr. Francisco Soares, engenheiro, que aí vai proceder a estudos definitivos sobre a ponte a construir-se nessa localidade. Peço que o acolha com a maior benevolência, e preste todo o auxilio necessário para o completo desempenho de sua missão. Cabe-lhe principalmente indicar o melhor ponto para a construção da ponte, de modo a beneficiar o mais possível essa localidade. O Governo está disposto a abrir a respetiva concorrência, tão depressa esteja de posse dos estudos que o Sr. Soares vai realizar. Podemos, pois, contar como realidade o importante acontecimento. Seu amigo afetuoso, Campos Salles. “

Segundo Bolla (1999), Campos Salles manifesta sua determinação dizendo que a construção só beneficiaria o mais possível essa localidade, a ponte seria, principalmente, um caminho seguro para o escoamento de produtos da Vila e região, abrindo novos mercados consumidores, e embora seu custo seja elevado para os padrões da época, seria minimizado diante da longa durabilidade e dos benefícios que traria.

Assim, em 21 de maio de 1911, a construção de uma ponte metálica sob o Rio Tietê fora publicada a Concorrência Pública, sendo que em 4 de outubro do mesmo ano o foi fechado o contrato com a empresa alemã Maschien Frabik Angsburg Nurnberg, esta cujo teve início das obras no princípio de 1912, mas em meio a diversos problemas como enchentes constantes, terra movediça e acidentes de trabalho a obra teve real aceleramento em 1914, sendo destaque sua estrutura inovadora e facilitadora do transporte terrestre e fluvial no jornal Commercio de Jahu[5]: “A ponte levadiça tem a finalidade de deixar uma passagem livre para o trânsito fluvial quando as enchentes não permitirem o tráfego via Tietê, quando fechada a ponte levadiça, permite esta o tráfego de uma margem à outra com enorme segurança de suas toneladas de concreto”.

No dia 5 de março

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