Centro de memórias
Por: Kleber.Oliveira • 6/9/2017 • 1.935 Palavras (8 Páginas) • 624 Visualizações
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Os sujeitos entrevistados contribuíram, não só com o seu depoimento (utilizando a memória), mas com um acervo (caseiro) de inestimável valor, em jornais, fotos, atas, ofícios currículos e portarias da época. De certa forma, utilizou-se a história oral, em forma de depoimentos de pessoas que participaram do processo histórico ou testemunharam acontecimentos no âmbito da vida privada ou coletiva (...), no caso a criação e implantação do ensino de Enfermagem no Ceará. (NÓBREGA-THERRIEN et al, 2007, p.126)[f]
O centro de memória não é baseado apenas em documentos oficiais, mas também por meio de fotografias, entrevistas, relatos e jornais[g] acrescentando para o seu acervo documental embora a história não exista se não for registrada, contada e preservada; construindo e contribuindo para a memória. (NÓBREGA-THERRIEN et al, 2007)
Tratando-se especificamente de alguma empresa, o centro de memória é importante para construção de sua história e sua imagem. Em relação à identidade empresarial, segundo o seu acervo documental, é notável como a empresa se comportou durante a trajetória de modo que dê para conectar o presente ao passado. Uma vantagem é a citação dos colaboradores envolvidos na criação e desenvolvimento da empresa contribuindo para o crescimento da mesma. (RODRIGUES, REZENDE, 2011)
Para os gestores é uma valiosa ferramenta, tendo em vista que a memória apresenta os principais momentos da empresa, aqueles que construíram a sua imagem perante a sociedade, além de identificar falhas cometidas, sendo uma referência para que estas não sejam repetidas. (RODRIGUES, REZENDE, 2011)[h]
Um acervo é organizado por áreas podendo ter: documentos permanentes também chamados de históricos ou temporários, que podem ficar até cinco anos. Existem propósitos para formação do Centro de Memória em relação a como se deve cuidar do local para que tenha completa preservação e organização visando à manutenção. Como a proteção dos documentos, artigos, trabalhos de conclusão de curso e até mesmo digitalização para facilitar a procura desse patrimônio imaterial, que é dado pelo empirismo profissional, a fim de perpetuar a memória[i] (SANTOS, 2003). Além disso, os materiais passam por um envelhecimento natural irreversível nos quais precisam ser armazenados e utilizados corretamente para que tenham uma vida útil prolongada e faça parte na história das pessoas de um determinado local (NOVOTNY, 2000).
Baseada em uma entrevista realizada com Drª. Nalva Pereira Caldas, fundadora do Centro de Memória da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a criação do mesmo foi incentivada por interesse pessoal e pela necessidade de concentrar os documentos administrativos e acadêmicos em relação ao curso de enfermagem. Com intuito de facilitar o acesso, oferecer subsídios para o planejamento e tomada de decisões na unidade, apoiar docentes e discentes em pesquisas e contribuir para história da enfermagem no país tendo como base legal leis que regulam esses arquivos (Art. 1º da Lei 8159/91).[j] (CALDAS, 2014)
A gestão dos documentos presentes no Centro de Memória Drª. Nalva Pereira Caldas se dá através da produção, tramitação, uso, avaliação, arquivamento, eliminação e a ordem cronológica crescente e funcionamento pelos seus setores.
Primeiramente a produção, é a criação desde um formulário contendo dados pessoais até teses e documentos administrativos. Logo após vem a tramitação que é a movimentação dos mesmos dentro de uma empresa, universidade ou até mesmo no próprio Centro de Memória. Em seguida vem o uso, é o aproveitamento das informações contidas nele e a adição de dados. Finalmente a avaliação, é a separação de documentos em permanentes (históricos) ou temporários, mediante as suas informações resultando em arquivamento dos que foram determinados históricos e eliminação dos temporários.[k]
No Centro de Memória Drª. Nalva Pereira Caldas utiliza-se os seguintes métodos de arquivamento que são: arranjo que é o modo como será guardado; descrição e publicação que são as listagens e a divulgação; conservação que é a proteção dos documentos contra a luz, calor, alimento e produtos químicos e referência que é quem produziu um dado texto ou documento.
A conceituação de termos é caraterizada pelo acesso que é a possibilidade do contato direto com o acervo documental de arquivos permanentes, que são arquivos conservados com intuito de serem guardados para o futuro.
Em seguida vem o arranjo que é a reunião e ordenação adequada em setores também há a conservação, procurando estender a vida útil, velando a proteção para impedir a destruição do arquivo. A descrição e publicação tem por objetivo a divulgação, dando facilidade ao acesso do acervo. E também há o acervo segundo às fontes primárias, ou seja, documentos que não receberam nenhum tipo de tratamento, esses permanecem da forma que chegam da onde vieram e todos os que possuem a mesma fonte ficarão juntos. Os documentos são guardados segundo sua proveniência, ou seja, por quem os gerou. E por fim, as referências que é a política de acesso e de uso da documentação. [l]
Conclusão
Por meio de entrevista e pesquisas bibliográficas foi possível atingir o objetivo proposto pelo grupo – de identificar a importância dos centros de memória como fonte de pesquisa, em especial o da ENF/UERJ.
A importância dos Centros de Memória é dada devido ao caráter de preservação cultural-científico, que é estabelecido nos locais determinados para a guarda de um patrimônio. Ressaltando as diversas formas de arquivos e dos espaços, citados nesse estudo. [m]
Através da entrevista feita com a Drª Nalva Pereira Caldas, houve uma compreensão a cerca [n]do valor de se preservar a história, a memória, além de saber na prática como funciona um Centro de Memória de Enfermagem, analisando as dificuldades para que se fosse estabelecido e da manutenção necessária. É também fonte de subsídios para que seja alcançado o desenvolvimento científico, por meio do intercâmbio e da dialogicidade com outros setores da UERJ e de outras instituições.
Desta forma, é possível incentivar a realização de pesquisas, que é crucial para que seja mantido o tripé universitário. Contudo, existe muita resistência, principalmente porque as pessoas não sabem a quem ou onde recorrer, ainda que seja um público acadêmico e mais esclarecido. A dificuldade encontrada muitas vezes é por falta de conhecimento ou desinteresse. Valorizando a função dos Centros de Memória,
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