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O existencialismo é humanismo Sartre

Por:   •  2/1/2018  •  1.490 Palavras (6 Páginas)  •  499 Visualizações

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Dessa forma, o pensamento existencialista desata com a herança essencialista que domina o ente à sua essência ao expor que o ente não só não se submete à sua essência como a produz. Nessa conjuntura, como o existencialismo entende a liberdade?

Do mesmo modo, há um afastamento com a tradição, não simplesmente aborda apenas identificação do livre-arbítrio, adotar entre preferencias possíveis, não é apenas optar entre variáveis. Mas, como sobrepomos na questão da angústia, a liberdade para Sartre é a preferencia livre mais a responsabilidade consciente pelos próprios atos. Disso realçamos também, que a conceito sartreana não aprova um “tudo pode” anárquico ou egoísta, na proporção em que o engajamento é determinado, não julgo apenas a minha liberdade, mas a de todos os outros na sociedade em que convivo, a escolha que faço não é minha, mas universal.

Certamente, a liberdade enquanto definição do homem, não se sujeita de outrem, mas, logo que existe um engajamento, sou coagido a querer, a minha liberdade e a dos outros, não devo ter proposito a minha liberdade a não ser que meu objetivo seja da mesma forma a liberdade dos demais (SARTRE, 1987, p. 19).

Depois de todas essas colocações por fim, não devemos deixar de tratar com mais calma, nu quadro mais amplo deste importante texto de Sartre, de outros dois pontos: a noção de má-fé e uma maior compreensão sobre o papel destinado a Deus no existencialismo.

A má-fé, tal como considerada e exposta por Sartre, pode ser denominada, no meu entender, como autoengano. Primeiramente porque se refere a uma associação de cada um consigo mesmo, depois, porque discorre de uma mentira narrada para si mesmo, como se houvesse a possibilidade de mentir para a própria consciência, trata-se de uma tentativa de fugir do peso colocado pela responsabilidade pelos atos. Seria, portanto, uma situação pós-angústia. A má-fé é um percalço para o engajamento (Cf. SARTRE, 1987, p. 19). A má-fé desconstrói a liberdade que nos caracteriza, põe em nós um falso determinismo, impossibilitando para a adoção da cosmovisão existencialista.

Finalmente, da perspectiva sobre Deus, Sartre ressalta não está atento em fornecer uma comprovação da inexistência de Deus e que a existência ou não dele é apático para todo seu conjunto, seja no campo ontológico seja no campo da moral o que leva Sartre e enfatizar que o existencialismo não é um ateísmo, no sentido em que se esforça por comprovar que Deus, de fato, não existe. Ele anuncia, mais exatamente: mesmo que Deus existisse, nada mudaria, eis nosso ponto de vista. “Não que acreditamos que Deus exista, mas pensamos que o problema não é de sua existência, é preciso que o homem se reencontre e se convença de que nada pode salvá-lo dele próprio, nem mesmo uma prova válida da existência de Deus” (Sartre, 1987, p. 22).

A não-existência de Deus procede também do fato de não existir natureza humana, não há natureza humana no critério em que não há Deus que a criou, da mesma forma do fato de sermos livres, não podemos atribuir nossas ações a nenhum ser sobrenatural, ele não existe; apenas nós somos responsáveis e causadores das nossas ações.

O ateísmo existencialista apenas tonifica o que fora apresentado de forma prévia aqui, na medida em que não há valores transcendentais e absolutos para se seguir e que a vida é gratuidade, só ficariam duas opções: o desespero suicida ou um humanismo terrenamente alicerçado, Sartre orienta pela segunda via, não trata-se de submeter-se ou adotar uma atitude pessimista, mas de admitir sim, a solidão do homem, ao mesmo tempo em que se reconhece como um ser consciente e livre e que arque com as responsabilidades decorrentes disso.

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