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Relatório Estágio: Existencialismo: Um breve histórico

Por:   •  27/4/2018  •  4.550 Palavras (19 Páginas)  •  497 Visualizações

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Segundo a mesma autora, Kierkegaard afirmava que a existência não podia ser objeto desse saber enigmático, pois a subjetividade transcende a própria linguagem racional. Preocupou-se então, em construir uma filosofia sobre a existência, opondo-se as idéias racionais como as de Hegel. Ele acredita que o sujeito e o objeto são uma única coisa, ou seja, são partes de uma mesma organização. Basta entender existindo, viver as experiências ao invés de somente observá-las. A verdade se pauta na própria existência, dessa forma, não existe verdade absoluta. Ela existe para o individuo conforme a ação que ele a produz.

A escolha constitui uma das noções mais importantes da sua filosofia. A escolha é privada de lógica, mais não de uma psico-lógica: o que o individuo faz, depende do que ele quer, do que escolhe, não do que compreende racionalmente. Porem, nenhuma escolha é feita sem gerar angustia, cada escolha é um risco pela própria incerteza, existir é fazer uma escolha, e essa escolha é necessária e livre: o individuo é obrigado a fazer opções para existir, porem isso gera angustia e desespero. O nada é a ausência do desespero, o que é impossível de ser vivido.

1.3 Edmund Husserl (1859-1938)

Influenciado por Brentano, ele estabeleceu como objetivo tornar a filosofia um saber universal, do qual todas as outras ciências partiriam. Censurava as ciências humanas, principalmente a psicologia, por serem usados métodos das ciências naturais, porem o objeto era completamente diferente. Comprometido com isso, Husserl estudou um novo método de analise da realidade, a qual denominou método fenomenológico tão significativo no movimento existencial. Muito considerada desde sua origem, a fenomenologia é o estudo dos fenômenos (ERTHAL, 2004).

Segundo a mesma autora, ele acreditava que a realidade não podia ser reduzida aquilo que captamos através dos sentidos. Criou então seu método, que sugere uma integração entre sujeito e objeto. Por meio da reflexão, voltamos à atenção para os processos mentais e passamos a captar não mais os objetos tais como se apresentam no exterior, mais a vivencia desses objetos, como ele se apresenta a nossa consciência.

Para Erthal (2004), a consciência e o objeto estão diretamente ligados nesse processo, pois não existe consciência sem objeto, da mesma forma o oposto. As expressões “toda consciência é consciência de algo” e “Objeto é sempre objeto para a consciência” expressam o principio da intencionalidade de Husserl, pressuposto fundamental da fenomenologia.

1.4 Martin Heidegger (1889-1976)

Heidegger, ex-aluno de Husserl foi o primeiro a utilizar o método fenomenológico de sua analise existencial, na verdade ele é a peça chave entre o existencialismo de Kierkegaard e a fenomenologia de Husserl. Com os princípios da fenomenologia, Heidegger criou o moderno existencialismo alemão. Sua maior preocupação era elaborar uma analise da existência, ou seja, explicar o verdadeiro sentido de ser. Heidegger se apresenta como um filósofo existencial sistemático e totalmente inovador (ERTHAL, 2004).

Segundo a mesma autora, a expressão Dasein (ser-aí ou ente) usada por Heidegger, expressa o estar lançado e o destino, característica da condição existencial, o aí é a abertura para o mundo, iluminada e compreensiva. A característica básica do Dasein é sua abertura para perceber e responder a tua que está na sua presença. É atual do mundo, aparecendo como fenômeno, ou seja, como alguma coisa que se mostra a si próprio. Assim se explica porque Heidegger usa a expressão ser-no-mundo. O estar no mundo é a determinação fundamental do Dasein, é o sentimento que o individuo tem de ser inovador a condição da existência. Somos lançados ao mundo, e estamos ligados a ele, pois não podemos pensar no ser sem fazer relação com o seu mundo, a sua realidade concreta.

Heidegger ainda fala sobre inautenticidade, que é o modo de ser impessoal, viver no anonimato, a vida inautêntica é uma forma de fugir do sentimento de inadequação com relação ao ser próprio. Já na autenticidade, o homem que procura o sentido do seu existir (Plano Ontológico – Campo de abertura de possibilidades) o que o individuo é no mais profundo de seu ser, e que não pode ocultar.

1.5 Jean Paul Sartre (1905-1980)

Estudou filosofia, depois passou um ano na companhia de Husserl estudando fenomenologia, estando em contato também com as filosofias de Heidegger, Jaspers e mesmo de Kierkegaard, Sartre elaborou sua própria teoria existencialista (ERTHAL, 2004).

Segundo a mesma autora, o existencialismo sartreano é oriundo de três formas de pensamento: o materialismo dialético de Marx, a fenomenologia de Husserl, e o existencialismo de Heidegger. A influência de Marx esta na relação com a ação, ou seja, ao invés de pensar sobre o mundo, tem a idéia de modificá-lo. Husserl obteve o método fenomenológico, e Heidegger com seu questionamento sobre o ser, o influenciou quando afirmou que para alcançarmos compreensivamente o ser, é necessário analisar existencialmente a pessoa, desse ponto de vista já partilhavam Kierkegaard e Husserl.

A maior diferença entre o pensamento de Sartre e de Heidegger existe no fato de que para o ultimo, o interesse era com o ser, ainda que a pessoa concreta fosse um meio de chegar a ele na sua completa compreensão. Já para Sartre, a preocupação era exclusivamente com a existência do individuo em si, é daí que surge seu principio básico: “A existência precede a essência”

Sartre seguia fielmente o pensamento de Husserl, acreditava que o ponto pelo qual o pensamento filosófico deveria partir é a intencionalidade. Porém, mesmo usando o método de tal forma que o para si (consciência) não existe sem o mundo, mas como diz Sartre, “uma plenitude diferenciada do se”. Se a consciência é sempre consciência de algo, o conceito de Husserl se torna superficial, já que para ele deveriam ser examinadas as idéias de existência do mundo independentemente a consciência (ERTHAL, 2004).

Para a mesma autora, a análise da consciência é fundamental na sua filosofia, e divide-se em dois níveis: consciência de primeiro grau, e consciência de segundo grau. A primeira é a consciência que ultrapassa a si mesmo para atingir o objeto e se esgota nessa mesma posição. É uma consciência perceptiva, pois ignora a si mesma para visar um objeto ou um ato. Sartre a chamou de consciência irreflexiva, pois não depende do conteúdo psíquico do eu. O que é psíquico só pode ser aprendido pela reflexão.

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