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A noção de cultura nas ciências sociais

Por:   •  15/10/2018  •  2.944 Palavras (12 Páginas)  •  289 Visualizações

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Boas compreende assim que a diferença entre o homem primitivo e o civilizado são apenas diferenciações culturais adquiridas, logo não existe também para ele a concepção de uma cultura inata no homem. Boas também inovou ao ser o primeiro a inventar o método monográfico de antropologia. Para ele, as pesquisas de campo deveriam serem feitas, muito mais do que em entrevistas, onde as respostas podem não serem autenticas, mas pela observância, pela anotação da anotação, pelo domínio da língua local e se necessário até mesmo ouvindo conversas por detrás das portas. Mas talvez o que de mais rico que fora colocado por este grande pensador ao findar de sua vida é que na medida que cada sociedade exprime um modo único ela deve ser respeitada, estimada e protegida.

1.1.2 Etnocentrismo

Este termo foi criado pelo sociólogo Willian G. Summer, sendo utilizado pela primeira vez em seu livro Folkways. Tal termo, visava designar o pensamento de um determinado grupo enquanto se compreendendo “centro de todas as coisas”, sendo assim os outros grupos medidos em relação ao primeiro.

Lévi-Straus, por exemplo, sobre isto, expõe que os povos tem dificuldade de encarar a diversidade das culturas enquanto um fenômeno comum, natural. Mas o que se percebe é que na busca de exaltar seus costumes (folkways), se busca menosprezar aos dos outros povos. Neste sentido, a antropologia cultural visava mostrar ao homem que não existe uma hierarquização das culturas, como compreendia o evolucionismo do século XIX, mas sim uma relatividade cultural, sendo impossível sua hierarquização.

Na França quem contribui para a fundação de uma etnologia foi Emile Durkhein (1858-1917). Mas este, como os outros intelectuais franceses de seu tempo, evitaria usar o termo civilização. Para o pensador em questão, a humanidade seria algo singular, sendo todas as civilizações juntas contribuintes para a civilização humana.

Deste modo, Mauss, que também fora além de grande etnologista francês, amigo e dono de escritos com Durkhein, afirmava que a civilização de um povo era o conjunto dos fenômenos sociais. Por isso, falar sobre povos incultos, sem civilização e falar dos povos naturais era explicitar sobre o que não existe.

Compreende-se pois, de tal maneira, em Durkhein civilização enquanto sendo um conjunto de fenômenos sociais que não estão ligados a um organismo particular, pois tais fenômenos se estendem para além dos territórios de tempo e espaço ou melhor territórios e demarcações temporais, como antiguidade e medievalidade, por exemplo. Assim civilização é um sistema complexo e solidário.

Lévy-Bruhl nascido em 1857 e falecido em 1939 foi fundador da disciplina etológica além de ser o criador do Instituto de Etnologia da Universidade de Paris, apesar de não fazer muito uso da palavra cultura, substituída praticamente pela palavra civilização, investigou sobre as diferenças de mentalidade entre os povos. Consistindo seu esforço em refutar a teoria do evolucionismo unilinear.

Para o pensador em questão, não se poderia analisar o pensamento dos antigos como o de uma “criança”, mas numa observação sem pré-conceitos se perceberia que eram povos com pensamentos complexos e desenvolvidos dentro de suas condições.

Lévi-Brull compreendia ainda que a humanidade humana era mais fundamental que a diversidade. Por isso, que apesar de investigar a singularidade das mentalidades, isto não o impedia de afirmar a unidade psicológica dos povos. Para ela as diferenças entre grupos eram diferentes modos de exercício do pensamento. Mas isto não significava que o pensamento de uma cultura fosse um pensamento homogêneo, mas sim, era um indicativo de orientação cultural geral.

2. TRIUNFO DO CONCEITO DE CULTURA

O triunfo do termo cultura aconteceu nos Estados Unidos, se dando graças ao contexto histórico formado por uma grande miscigenação. Na forma das comunidades étnicas, que viviam num modelo de vinculação do indivíduo com a nação. Sendo tal vinculo chamado pelo estudioso Schnapper de “federalismo cultural”. Isto é, a continuidade das culturas imigrantes em junção ao novo ambiente cultural.

Tal miscigenação acabou por privilegiar estudos e pesquisas no campo migratório, de forma que, neste contexto, se firmam principalmente três correntes sociológicas: a primeira é de Boas, que compreende cultura sobre o ângulo histórico-cultural; a segunda, procurava entender a relação entre cultura coletivo e a individual; e a terceira, via cultura enquanto sistema de relação entre os indivíduos.

2.1 dimensão histórico-cultural

Os sucessores de Boas retomaram a dimensão a dimensão histórica dos fenômenos culturais. Entre tais sucessores se ressalta Alfred Kroeber e Clair Wissler. Estes buscaram “refinar” ao conceito de “área de cultura” e de “traço cultural”. O que consistiu em uma repartição espacial de um ou mais processo culturais e de análises do processo da fusão e de sua fusão na cultura.

Tal pensamento bem funcionou no caso das culturas indígenas Norte-Americanas, aja vista, sua fácil delimitação territorial, mas em outros aspectos recebeu fortes críticas. Mas o principal desta corrente se faz pelo “modelo cultural” que visou entender a estruturação do conjunto de mecanismo histórico pelos qual uma cultura se adaptava a seu meio ambiente.

2.2 Analise funcionalista da história

Esta linha surge em reação ao pensamento de alguns difusionistas. Iniciada pelo antropólogo Bronislaw Malinowski (1884-1942) ela se caracteriza pela busca de uma observação direta das culturas sem buscar fitar a suas origens como faziam os difusinistas e sem especular seu futuro, como o faziam os evolucionistas. Deveria também se compreender a não possibilidade de estudar fatos culturais reservados.

As mudanças culturais, nesta corrente, são vistas enquanto culminantes de um ato externo, a relação com outras culturas, e quase nunca interno cultural. Sendo cultura aqui, um conjunto de instituições criadas para serem resposta as necessidades naturais do homem. E o método investigativo para o entendimento cultural a observação participante do antropólogo na cultura.

2.3 Cultura e personalidade

Esta corrente nasceu na busca de compreender a relação entre a cultura e a ação dos indivíduos. Sua questão central estava na busca de elucidar como os atos, e condutas são influenciadas pela cultura.

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