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“A EDUCAÇÃO, A SOCIALIZAÇÃO E A CULTURA COMO PROCESSOS SOCIAIS”

Por:   •  18/4/2018  •  1.468 Palavras (6 Páginas)  •  386 Visualizações

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vai além, regulando desde hora de comer, de dormir e de outras necessidades fisiológicas.

O processo de aprendizagem da criança em seu mundo social, vejamos o seguinte: na família a criança aprende os valores da mesma e de indivíduos mais próximos (microcosmo). Assim também na escola ela tem como tutores, pessoas dotadas de uma identidade cristalizada dos valores e padrões da sociedade. É ali que a criança começa ver as divisões tradicionais e segregação social, por sexo, idades, maiores e menores com direitos e deveres. É lhe apresentado de maneira mais ampla o que é a sociedade (macrocosmo).

Podemos ver a escola como um agrupamento social dotado de uma estrutura própria e peculiar que possui, internamente, outras estruturas geradas pela sociabilidade entre seus membros. Para CANDIDO (1978) os grupos que se formam no ambiente escolar possuem padrões ideais de comportamento e podem conter subgrupos organizados de acordo com os padrões estabelecidos. Podemos elencar cinco os tipos de grupo, de acordo com esse autor. 1- Grupos de idades: formados, por um lado, pelos adultos (professores, administradores, auxiliares) e, por outro, pelos “imaturos” (estudantes) que têm em comum a pouca idade, mas também a posição subalterna (de “alunos”). Este grupo, por sua vez, pode estar dividido em diferentes níveis de ensino de acordo com as idades específicas; 2- Grupos de sexo: apesar da tendência moderna de unificar o ensino para os sexos, a relação (próxima/distante) entre gêneros varia de acordo com a idade; 3- Grupos associativos: formados a partir da associação propiciada por atividades realizadas em comum; 4- Grupos de status: formados pela estratificação própria da instituição escolar em que os membros têm diferentes posições; 5- Grupos de ensino: estabelecidos a partir da própria organização escolar, ou seja, a sala de aula. Os grupos associativos, caracterizados por sua forma de convivência, são os menos estudados pelos pesquisadores no ambiente escolar, mas estão presentes em todas as escolas, seja em maior ou menor número e possuem em comum o “[...] sentido social do segredo, que rege a vida de quase todos estes grupos [...]” (CÂNDIDO, 1978, p. 117). Tais grupos podem possuir as mais diferentes formas de comportamento, procurando muitas vezes um estilo próprio de vida como forma de autoafirmação no ambiente escolar. Cândido (1978) enumera três tipos principais de associações escolares: a) as recreativas; b) as intelectuais; c) as cooperativas.

Cada uma delas tem seu objetivo. As associações recreativas estão ligadas às práticas lúdicas dos indivíduos (brincadeiras, jogos, tertúlias, etc.) e não têm chamado grande atenção da Sociologia da Educação. Os agrupamentos intelectuais são constituídos pelos indivíduos que visam o aprendizado e a inteligência (grupos de estudo, grêmios estudantis, etc.), procurando o aperfeiçoamento das atividades escolares. Por último, os grupos cooperativos, são caracterizados pelo auxilio mútuo na busca de algo em comum (obter prazer, prestígio, fazer arruaça, etc.). Aqui, os interesses do grupo se sobrepõem fortemente aos interesses do indivíduo. (CÂNDIDO, 1978).

Tais associações têm papel importantíssimo na construção da autoafirmação dos seus membros. Com isso concluímos que a identidade do individuo de certa maneira é moldado pelo padrão social que ele está inserido. São os outros que ditam nossa identidade.

“... quer a identidade seja atribuída ao indivíduo, quer seja adquirida por ele, ela sempre é assimilada por um processo de interação com outros. São outros que o identificam de certa maneira. Só depois que uma identidade é confirmada pelos outros, é que pode tornar-se real para o indivíduo ao qual pertence. Em outras palavras, a identidade resulta do intercurso da identificação com a auto-identificação. Isto explica até as identidades deliberadamente constituídas pelo próprio indivíduo.” (BERGER e BERGER, 1984: 212).

Conclusão

Este trabalho visou mostrar como os indivíduos passam da fase de um mundo fechado na família para o macrocosmo, tendo a escola ou o aprendizado com os mais velhos, como percurso importante no processo de socialização. Mostramos o caso de Beijamin Button, onde sua educação centrou na família. Depois vimos a escola como ambiente mais natural na nossa cultura, onde acontece a socialização primaria, a criança sai do simples âmbito familiar, para se transformar em um membro da sociedade, mas não termina aí tal progresso. O próximo passo é seguir para a socialização secundaria, onde ele é introduzido num mundo social especifico.

BIBLIOGRAFIA

BERGER, P. & BERGER, B. “Socialização: como ser um membro da sociedade”, In: FORACCHI, M.M. E MARTINS, F.S. (org.). Sociologia e Sociedade. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1984.

BRANDÃO, C. R. O que é educação. 28. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.

CÂNDIDO, Antônio.

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