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A Marginalidade Social e Criminalidade no Brasil

Por:   •  21/12/2018  •  2.830 Palavras (12 Páginas)  •  947 Visualizações

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Como pode ser visto, a história relata um garoto que foi morto por conta do preconceito que se gerava em cima dele por pertencer a um certo grupo marginalizado pela sociedade, existem inúmeros exemplos como o acima, onde um grupo é marginalizado por conta de um preconceito por ele não ter as mesmas características gerais em relação aos demais membros da sociedade.

Outra observação importante sobre grupos marginais, é como ocorre a sua formação, segundo a maior parte dos sociólogos, ele ocorre pelo fluxo de pessoas para determinadas regiões, processo também conhecido como processo migratório, mas é importante observar que quando essas pessoas chegam nessa nova região, em geral são marginalizadas por conta do que foi explicado acima, isso pode ser observado, por exemplo no contexto da Europa Ocidental, a realidades socioeconômicas, culturais e políticas dos magrebinos e africanos que vivem nos subúrbios de Paris, Lyon e Marseille faz com que os mesmos sofram desqualificação e sejam muito afetados por desemprego e pobreza. Esse exemplo, mostra que o conceito de marginalidade social não é um tema existente e abordado somente nos países subdesenvolvidos ou emergentes, é também uma realidade dos países desenvolvidos.

Até esse ponto, foi em sua maioria, uma pequena exposição de como os sociólogos tratam a marginalidade, entretanto, o consenso geral frequentemente relaciona esse tema com o de criminalidade e a comunidade acadêmica é considera uma sendo a consequência da outra, sendo assim, vale também a relação de como uma influência e se relaciona a outra.

Segundo Edmundo Coelho o que faz da marginalidade um fenômeno urbano é o número absoluto de marginais que vivem nas cidades e para ele, população marginal é aquela constituída pelos que se encontram em situação de desemprego, subemprego ou pobreza, com isso é presumido pelo autor que essa população de cidade de baixa renda, acaba indo para a criminalidade por conta da falta de poder monetário e da necessidade de capital para sobrevivência, os indivíduos de grupos marginais partem para a criminalidade muitas vezes pela necessidade de adquirir algo como um bem material (status), ou pelo fato de falta de escolaridade e oportunidade oferecidos ao indivíduo marginal que possui empregos inferiores e de baixo nível salarial.

Tal fato remete ao problema social de aparência em relação aos demais indivíduos, isso pode ser observado em sociedades onde a população é mais igualitária, no Brasil, que possui criminalidade de 23 homicídios a cada 100 mil habitantes, observa-se uma distribuição muito heterogênea da renda, onde cerca de 17% são classificados como classe alta, 64% classe média e 19% classe baixa, com essa grande variação entre o número de indivíduos em cada classe, corrobora com o ponto apresentado por Edmundo Coelho, por outro lado, em sociedades mais homogêneas, como é o caso da Finlândia, onde 1,1% são classe alta, 97% são classe média e 1,5% são de classe baixa, observasse uma taxa de homicídios de apenas 1,8 homicídios a cada 100 mil indivíduos, o que mostra que de fato uma sociedade mais igualitária onde a marginalidade é menos perceptível e presente, pode ser um dos pontos que corroboram para a redução dos índices de criminalidade.

Para Luiz Amaral, a criminalidade está relacionada a disparidade entre ricos e pobres em um determinado espaço, e não relacionado à existência de pessoas de baixa renda. Para ele, a grande diferença entre classes é a principal causa da criminalidade em uma determinada sociedade, isso pode ser facilmente observado com o exemplo anterior, no Brasil, a população de classe alta possui um poder monetário muito mais alto do que a população da classe baixa algo que Luiz Gerbelli diz ser um grande abismo em seu artigo para a o jornal Estado de São Paulo, tal abismo é muito explicitado quando se observa que a renda média de uma família de classe A é mais de 40 vezes maior que a de uma família de classe D/E. Em países como a Islândia além de existir essa diferença de classe menos pronunciada, a sociedade em si forma os indivíduos sem essas barreiras, diminuindo os índices posteriores de criminalidade.

Atualmente, o Brasil sofre com índice crescente de criminalidade associado a um nível crescendo do nível de pobreza, algo que deve ser observado segundo Marcelo dos Santos e Ana Kassouf, os índices de criminalidade deveriam ser observados por economistas, uma vez que os índices de distribuição de renda e aumento de classes de baixa renda, estão proporcionalmente ligados aos índices crescentes de criminalidade.

Para Daniel Cerqueira e Waldir Lobão, existem inúmeros tipos de causas para a origem da criminalidade, dentre elas, patologias individuais, desorganização social, estilo de vida e aprendizado social, isso significa que apenas uma classe desfavorecida não é formada por criminosos natos ou dormentes, são apenas pessoas que seguem suas vidas muitas vezes nem ao mesmo cometer qualquer prática criminosa.

Entretanto, o que explica o fato de que as populações muito desiguais sofrerem com maiores índices de criminalidade do que populações onde as classes são mais planificadas e igualitárias?

É nesse ponto que entra o aprendizado social e a desorganização social, em populações com um índice muito grande de desigualdade, como é o caso da sociedade brasileira, é muito fácil existir agrupamentos de pessoas menos favorecidas e marginalizadas, que não são aceitas nos demais grupos por conta de sua cor, raça, poder monetário, entre outros fatores, e segundo algumas teorias da psicologia, quando um indivíduo é oprimido, ele pode reagir de duas maneiras, consentido com a opressão ou atacando o opressor, e em alguns casos, o ataque ao opressor, gera resultados, nem sempre éticos ou morais mas geram um resultado satisfatório em relação a individualidade liberdade do oprimido. Quando um indivíduo possui sucesso dentro de um grupo social após uma situação desse tipo, mais indivíduos acabam aderindo por uma postura ofensiva, gerando mais resultados não morais ou éticos.

A dinâmica exposta no parágrafo anterior, gera o aumento de índices de criminalidade, gerado pelos atos pouco éticos que os indivíduos acabam fazendo, e com a perca de poder implícito do grupo opressor, gera também uma reação de ataque tentando oprimir novamente aquele primeiro grupo social, que por sua vez, reage atacando novamente e esse ciclo continua intermitentemente.

Esse processo, é algo explicado no artigo de Michel Misse, nesse artigo, ele debate 5 teses sobre criminalidade e expõe conceitos que segundo ele são equivocados; um desses temas, é debatendo que a pobreza

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