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Uma leitura Social das representações do Brasil: fotografias de sebastião salgado em O berço da desiguadade

Por:   •  30/5/2018  •  4.750 Palavras (19 Páginas)  •  298 Visualizações

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e anos em que foram produzidas, página em que estão localizadas na obra e, em seguida, tecemos uma sintética análise sobre esses dados.

QUADRO 1 – Países nos quais as fotografias foram realizadas, quantidade de imagens e posição destas na obra O berço da desigualdade

PAÍS QUANT. DE FOTOS PÁGINA (ANO DO REGISTRO FOTOGRÁFICO)

Quênia 11 (onze) p. 38-39 (1993), p. 40-41(1993), p. 90-91 (1986), p. 98-99 (1986), p. 152-153 (1986), p. 158-159 (1986), p. 160-161 (1993), p. 166-167 (1986), p. 68-69 (1986), p. 140-141 (1986), p. 64-65 (1986).

Brasil 8 (oito) p. 44-45 (1996), p. 92-93 (1990), p. 96-97 (1990), p. 106-107 (1996), p. 162-163 (1996), p. 60-61 (1996), p. 120-121 (1998), p. 178-179 (1998).

Índia 7 (sete) p. 32-33 (2003), p. 48-49 (1997), p. 84-85 (2001), p. 72-73 (2001), p. 146-147 (2001), p. 148-149 (2001), p. 104-105 (1989).

Afeganistão 7 (sete) p. 62-63 (1996), p. 66-67 (1996), p. 94-95 (1996), p. 100-101 (1996), p. 172-173 (1996), p. 154-155 (1996), p. 132-133 (1996).

Tailândia 6 (seis) p. 34-35 (1987), p. 86-87 (1987), p. 174-175 (1987), p. 74-75 (1987), p. 136-137 (1987), p. 76-77 (1987).

Paraguai 3 (três) p. 36-37 (1978), p. 88-89 (1978), p. 50-51 (1978).

Somália 3 (três) p. 46-47 (2001), p. 52-53 (2001), p. 118-119 (2001).

Angola 3 (três) p. 54-55 (1997), p. 82-83 (1997), p. 116-117 (1997).

Hong-Kong 3 (três) p. 70-71 (1995), p. 112-113 (1996), p. 78-79 (1995).

Estados Unidos 3 (três) p. 80-81 (1994), p. 150-151 (1994), p. 142-143 (1994).

Guatemala 2 (duas) p. 164-165 (1978), p. 30-31 (1978).

Sul do Sudão 2 (duas) p. 56-57 (1995), p. 58-59 (1995).

Líbano 2 (duas) p. 102-103 (1998), p. 168-169 (1998).

Congo 2 (duas) p. 108-109 (2001), p. 170-171 (2001).

China 2 (duas) p. 128-129 (1998), p. 130-131 (1998).

Moçambique 2 (duas) p. 144-145 (1994), p. 156-157 (1994).

Espanha 1 (uma) p. 28-29 (2003).

Kurdistão iraquiano 1 (uma) p.42-43 (1997).

Zâmbia 1 (uma) p. 110-111 (1997).

Paquistão 1 (uma) p. 114-115 (2001).

Equador 1 (uma) p. 122-123 (1978).

Honduras 1 (uma) p. 124-125 (1998).

Ruanda 1 (uma) p. 126-127 (1995).

Itália 1 (uma) p. 134-135 (2001).

Filipinas 1 (uma) p. 138-139 (1999).

México 1 (uma) p. 176-177 (1998).

Total de países: 26 Total de fotografias: 76

Fonte: elaborado pelos autores.

O Quênia e o Brasil são, respectivamente, os países mais presentes na obra. Nas fotografias, a Espanha, a China, os Estados Unidos e Itália são os países que se destacam visualmente, pois as vestimentas, as feições, os acessórios utilizados por crianças, jovens, adultos e as instalações conservadas e limpas registradas pelo fotógrafo, transmitem a mensagem de que o acesso à educação e às condições financeiras são contrastantes com relação aos outros países representados nas imagens.

Nem mesmo no registro feito em uma periferia dos Estados Unidos há sequer um mínimo de semelhança visual quando confrontamos com qualquer uma das fotografias do Brasil. As imagens destes quatro países (Espanha, China, Estados Unidos e Itália) estão distribuídas por todo o livro, de forma a se sobressaírem dentre as fotografias de outros países, enquanto o leitor folheia o livro, obtendo-se um contraste social. É uma minoria de sete fotografias, dentre as 76 publicadas na obra, que representam o mesmo desequilíbrio social existente no mundo. Os jovens e crianças espanhóis, estadunidenses, chineses e italianos estão representados em sete imagens, nas quais percebemos visualmente condições sociais dignas, enquanto que há um número de 69 fotografias de crianças e jovens, e até mesmo de adultos, que expõem o outro lado do mundo, no qual a maioria é representada pela pobreza e deficiência no âmbito da saúde

Ainda no intuito de efetuar um breve comentário sobre a tabela, observamos como as imagens dos países mais abastados estão dispostas nas páginas do livro. Notamos ao folhearmos a obra, de maneira linear, o impacto visual quando comparamos, naturalmente, a imagem de um país rico em uma página à de outro país pobre na página anterior e/ou posterior.

As legendas reforçam a representação da desigualdade social tanto quando informam o local, como também o ano em que o fato ocorreu, pois percebemos que mesmo quando o intervalo de tempo não ultrapassa três anos entre o registro de um local para o outro, há uma discrepância nas condições socioeducacionais entre alguns países, configurando-se um atraso de décadas, quando estabelecemos comparações quase instantâneas entre um contexto social e outro. Constam ao todo 76 fotografias tomadas entre os anos de 1978 e 2003, um período de 25 anos na história mundial sobre a desigualdade na educação e que estão sintetizados na obra.

Na obra, os textos-legendas de Cristovam Buarque, traduzidos em inglês, espanhol e francês complementam a leitura das fotografias. Além de serem construídos de maneira afirmativa e reflexiva, questionam a existência de oportunidades iguais, o acesso à educação de qualidade, existindo, na maioria dos lugares fotografados, problemas sociais de: expropriação da terra; exploração da mão de obra; violência; doenças; pobreza e fome. As desigualdades sociais e culturais vêm à tona nas imagens que ao mesmo tempo atraem o olhar e chocam pela realidade representada.

4. Legendas, textos-poéticos e fotografias

A primeira fotografia no Brasil apresentada em O berço da desigualdade encontra-se na página 45. O texto poético informa: “Oito mil anos depois da invenção dos sapatos, pequenos pés descalços são marcas vergonhosas do descaso da civilização com as crianças” (BUARQUE, 2009, p. 44).

Figura nº 1: Foto 1

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