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RESENHA CRÍTICA DO TEXTO: ESTÉTICA DAS REDE: REGIMES DE VISUALIZAÇÃO NO CAPITALISMO COGNITIVO. DE IVANA BENTES

Por:   •  5/9/2018  •  1.233 Palavras (5 Páginas)  •  474 Visualizações

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Dentro de uma cultura cada vez mais “remix”, a imagem pode ser pensada como um ecossistema, onde, imagens e arquivos banais apresentam um grande poder de expressão. O texto aponta que é preciso estarmos atento a todas essas “dramaturgias” do tempo real, onde o nada acontece, tudo acontece a exemplo das imagens geradas por câmeras de segurança. É nesse contexto que surge “As estéticas das redes” surgindo justamente entre toda essa encenação, apresentando e criando diferentes experiências.

Com a criação de dispositivos que proporcionam, mesmo que em ambiente virtual, a sensação de presença e relatividade tais como, webcams e GPS, abriu-se um campo onde a estética dessas dramaturgias online propiciam a experiência de uma continuidade do espaço temporal, ou seja, tais experiências criam a sensação de imersão em um ambiente virtual que simula a existência de um ecossistema onde o espectador torna-se um híbrido, meio homem, animal, vegetal e silício, criando assim, um “mundo” totalmente cibernético, ficcional e pós-humano.

Dentro desse “mundo” experimentamos um tipo de percepção que nos permite descobrirmos todos os aspectos da simultaneidade, ou seja, multiplica-se a experiência do “aqui” e “agora”. Mesmo em um estado de inercia o indivíduo pode conectar-se interagindo e até modificando a si mesmo e o ambiente dentro desse “universo” virtual.

Entretanto, ainda estamos no início da exploração do que autora chama de “presente dilatado”. Ainda estamos tentando criar dispositivos que consiga explorar toda essa perspectiva de acompanhar tudo ao mesmo tempo, e conseguir perceber a verdadeira influência que a simultaneidade, que acaba nos levando a convergir para um único ponto. Com isso, acabamos usando o termo “posicionamento global” para exemplificar uma experiência de simultaneidade entre passado, presente e futuro, de acordo com o texto, fazemos isso na tentativa de reinventar nossa percepção de tempo e espaço. Se isso acontece é por que, em suma, essas mudanças tem implicações para vida inteira.

Uma dessas implicações tem apresentados proporções gigantescas. Muito por conta do avanço das chamadas “redes sociais” também apresentadas pelo texto com “tecnologias do afeto”. Se os dispositivos audiovisuais acabam mudando nossa perspectiva de tempo e espaço, também são responsáveis pelo aumento das relações pessoais e sociais dentro da rede. Contudo, em se tratando de regimes de visualização de fluxo não se deve observar apenas a materialidade da infraestrutura sistêmica, o contexto mais importante a ser debatido, são os novos agenciamentos formados por essa cadeia trocas e conexões de afeto.

Por fim, falar em “estéticas das redes “, vai além do mero debate de quais estéticas emergem. Vai além da fronteira entre a arte, a pesquisa, a cultura, a política etc. Essa discussão dispõe a capacidade da “multidão”, através do processo de auto-organização da rede, romper com os sistemas políticos e midiáticos tradicionais. Se tornar capaz de se autogovernar constituindo assim, uma esfera pública e autônoma. Isto é, emergir como uma rede capaz de rivalizar com as redes constituídas dos poderes clássicos.

Referências Bibliográfica

BENTES, Ivana. Estética das redes: regimes de visualização no capitalismo cognitivo. 2013.

MENEZES, Natália Aly. Cinema interativo: novas possibilidades de ambientes imersivos. Revista Geminis ano 2 – Nº 2 / P. 198 – 214. 2011.

FRANCO, Edgar. Pós-humano & tecnognose: uma síntese poética. 2007.

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