OBSERVAÇÃO SOBRE O ENSINO À DISTÂNCIA NA DISPLINA ARTE NA EDUCAÇÃO DA UERJ
Por: Evandro.2016 • 9/2/2018 • 1.994 Palavras (8 Páginas) • 419 Visualizações
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A partir daí, a disciplina obrigatória do 4º período, Arte na Educação, será o caso a ser analisado, pois os próximos capítulos vão mostrar o ponto de vista de uma tutora da disciplina e de uma aluna.
Assim como as outras matérias de Licenciatura em Pedagogia, seu ano letivo, no primeiro semestre, começa no final de janeiro e se estende até o meio de julho. Os alunos passam por três provas presenciais durante o período, sempre nos dias de sábado, e duas avaliações à distância.
No semestre 2013-1, 11 pólos distribuídos pelo estado aglomeram 362 estudantes nesta disciplina. São eles:
- Maracanã (Rio de Janeiro): 33 alunos
- Angras dos Reis: 24 alunos
- Belfort Roxo: 39 alunos
- Itaguaí: 33 alunos
- Magé: 33 alunos
- Nova Iguaçu: 41 alunos
- Nova Friburgo: 24 alunos
- Paracambi: 30 alunos
- Petrópolis: 31 alunos
- Resende: 31 alunos
- São Pedro da Aldeia: 43 alunos
Em cada pólo, um tutor presencial presta assistência aos alunos, que podem acessar os computadores no local para tirar dúvidas com o tutor à distância, que se encontra no departamento de Pedagogia da UERJ e está disponível às terças e quintas-feiras no horário da tarde.
Como mostra o quadro abaixo, encontrado no portal do CEDERJ, a ementa da disciplina é esta:
[pic 3]
3 – PONTO DE VISTA DO PROFESSOR
A professora Fabiana Alcântara é a responsável pela função de tutora à distância da disciplina semi-presencial Arte na Educação, do 4º período de Licenciatura em Pedagogia da UERJ. Há três anos no cargo, ela consegue visualizar os aspectos positivos e negativos que o sistema de ensino à distância em seu trabalho.
3.1 – Aspectos positivos
“A flexibilidade de horários é o maior trunfo para o professor. Por conta do dinamismo da profissão, pelo fato de se precisar dar aula em diversos lugares para sobreviver, o nosso tempo é cada vez mais curto. Antes de iniciar o projeto de ensino à distância, cerca de três anos atrás, não conseguia conciliar as atividades em duas universidades ao mesmo tempo, já que trabalhava na UERJ e na Estácio de Sá. Hoje, tenho um tempo razoável para exercer minha grade horária com mais tranqüilidade.
Um outro ponto importante a ser destacado é o ganho em paciência. Conflitos e discussão com alunos por causa de desrespeito ao longo do tempo já me custaram alguns problemas de estresse. Se por acaso, algum aluno responder de forma ríspida na internet, há um tempo maior para a reflexão, de modo a contornar com mais facilidade alguma questão.
A possibilidade de se fornecer um número maior de material de estudo, graças a plataforma digital, é positivo para o professor, porque teoricamente ele oferece um enriquecimento ao ensino.”
3.2 – Aspectos negativos
“O maior problema é com a logística do portal do CEDERJ. Não consigo de forma alguma me cadastrar para ter acesso à sala de tutoria. Para isso, preciso fazer o login com os dados de uma outra professora, ou seja, respondo aos alunos indiretamente. Esta situação me incomoda. Eles alegam que o problema no suporte só será corrigido no período que vem.
Sinto falta do contato físico com o aluno. No ensino presencial, é possível conhecer um pouco da vida dele e acompanhá-lo de modo mais incisivo. À distância, alguns acabam não participando das atividades e só aparecem para fazer a prova.
Outra situação bem peculiar da disciplina é que raramente o aluno liga para tirar dúvidas em relação ao material. Normalmente, eles querem informação sobre datas de provas e resultados.”
4 – PONTO DE VISTA DO ALUNO
Maria Aparecida Araújo, de 44 anos, é moradora de Paracambi, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, e cursou a disciplina Arte na Educação em 2012. Ela trabalha como manicure em um salão de beleza perto de sua casa, tem 3 filhos, e há alguns anos resolveu ingressar no ensino superior para realizar o sonho de ser professora. Com o diploma, pensa em até mudar de trabalho, caso lecionar seja economicamente mais interessante.
Assim que terminou o 2º grau, aos 18 anos, engravidou do primeiro filho e, com isso, precisou arranjar um ofício que complementasse a renda de seu marido, adiando o objetivo de cursar a faculdade. Graças a uma vizinha, descobriu que havia a possibilidade de prestar um vestibular para uma universidade pública com ensino à distância. Não pensou duas vezes: matriculou-se em um cursinho pré-vestibular de Paracambi para recordar matérias como Matemática, História e Português e, após um ano de rigoroso estudo noturno, conseguiu passar para Licenciatura em Pedagogia na UERJ.
Maria faz uma análise do ponto de vista do aluno em relação ao ensino oferecido à distância, enfatizando principalmente as vantagens que o modelo a proporcionou.
4.1 – Aspectos positivos
“Em primeiro lugar, se não houvesse a chance de eu fazer uma faculdade gratuita e sem sair da minha cidade, nunca conseguiria cursar Pedagogia. Trabalho das 9h às 17h no salão de beleza e, ainda por cima, preciso cuidar da casa, onde vivem meu marido, dois dos três filhos e eu. Portanto, tenho a noite livre para me dedicar aos estudos. Todo mundo lá em casa sabe que, em determinada hora, me tranco no quarto com computador e só saio de lá quando termino os exercícios. Duas vezes por semana, vou ao pólo para tirar dúvidas com o tutor presencial e aproveito para conversar com a professora à distância.
Conheço alguns colegas de turma, porque vivemos perto. Sei que uma delas não tem internet em casa, e por isso só consegue entrar em contato com os tutores pelos computadores do pólo. É que existem pessoas humildes, até com a renda menor do que a minha, que também têm o sonho de se graduarem. Neste aspecto o ensino à distância é excelente, porque é o mesmo ensino oferecido a todos. Acredito que não deixa nada a desejar ao ensino presencial, em relação
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