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O PRIMEIRO DOS NOVOS HOMENS OLHANDO O SEU MUNDO

Por:   •  28/11/2018  •  2.476 Palavras (10 Páginas)  •  312 Visualizações

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A viagem prossegue em direção a Júpiter (é importante lembrar que Júpiter, na mitologia greco-latina, significa Deus). No espaço do Sol e da Lua, entre astos de formas arredondadas, aparece o monolito negro de linhas retas (isto é, nascido de uma inteligência). Caberia então explicar o que é monolito. Pode ser quase tudo: a pedra filosofal, o princípio de todas as coisas, a opção entre o bem e o mal, entre a vida e a morte. Pode ser também uma entidade superior, inexplicável. Deus, ou alguém que não entendemos e chamamos de Deus.

O astronauta, ao alcançar Júpiter, atravessa uma barreira de cores. Isso seriao portal de uma estrela, a porta de entrada de uma outra dimensão, da eternidade. Ele, dominado por uma inteligência semelhante a Deus, primeiramente retorna a infância; depois transformado em puro intelecto, é levado de volta a Terra, carregando consigo toda a sabedoria do universo.

A maior dificuldade é entender que o astronauta morre ao atravessar a barreirade cores. Num canto da tela (comprometido pela versão em vïdeo), aparece o sinal vermelho anunciando que as funções de Bowman foram interrompidas (e também numletriro bem grande). A partir daí, sabendo de sua morte é mais fácil explicar sua presença na sala branca que se segue.

Há diversas versões: o apartamento decorado à Luís XV representa, além do passado (a herança cultural), o inconsciente coletivo que busca o luxo, ou então emissões cantadas de imagens do subconsciente de Bowman. Seria a vida que ele teria na Terra quando voltasse (ou desejasse ter). poderia ser ainda umaespécie de exorcismo, num quarto muito branco, de todas as coisas materiais (comer, ir ao banhairo, dormir).

O fato é que Bowman (somente o espírito) envelhece e num gesto, repetindo os macacos, tenta tocar o monolito. No fim, é absorvido por ele. Ressurge feto, renasce com olhos claros e puros olhando a Terra. O primeiro dos novos homens olhando o seu mundo.

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Este trabalho procura enfatizar, dentre os inúmeros caminhos possíveis de serem percalçados, a busca pela verdade (ou verdades) do porquê da existência humana pelo próprio ser humano e a concepção deste novo homem que surge ao final da obra Uma Odisséia no Espaço e que, num processo de evolução circular (a exemplo da teoria da relatividade de Albert Einstein), a vida ao mesmo tempo repete-se, evolui, transforma-se.

DESENVOLVIMENTO

“A Coisa mais bela que podemos experimentar é o lado misterioso da vida: nele se encontra o berço da arte e da verdadeira ciência.”

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Albert Einstein

O século XX assistiu a mais avanços tecnológicos do que todo o resto da história da humanidade. Em apenas cem anos, o homem passou de uma visão completamente mecanicista e material do mundo para uma outra (já vislumbrada por Platão) hoje conhecida como virtual, em que, graças ao advento de tecnologias informáticas, o mundo passou a ser não apenas o que comumente chamamos de real. Bits, bytes, softwares, hardwares, internet. Todos estes termos surgidos neste século, apesar de meramente científicos e tecnológicos, acabam por contribuir em trazer ao homem uma nova forma de encarar a si mesmo e sua realidade.

De repente, o espaço e o tempo não são mais fatores absolutos, e a relatividade passa a ser a regra para tudo.

Acho difícil crer que penetramos nas profundidades últimas do conhecimento das leis da física do universo. Parece um tanto presunçoso acreditar que no espaço de algumas centenas de anos descobrimos a maior parte do que há para saber.[1]

Sendo assim, conceitos científicos, filosóficos e religiosos, já mutáveis por natureza, passam a ser significativamente renováveis.

A teoria da relatividade de Einstein, apesar de aparentemente ligada exclusivamente à fisica, é uma prova de que no universo os movimentos do tempo e do espaço não ocorrem em um planos cartesianos. Os próprios conceirtos de tempo espaço se fundem, se mesclam e ao mesmo tempo são completamente do que a física clássica nos propõe. Assim, voltar é também retroceder, os fenômenos que permeiam o cosmos não são lineares, mas curvos, circulares. A enganosa objetividade humana, que propõe uma tridimensionalide limitadora, traz a si os mitos, os arquétipos; enfim, todos os aspectos que se apresentam no inconsciente humano. Assim, o que se observa é um eterno retorno a si mesmo, onde estas mudanças cíclicas vêm agora trazer uma nova definição do homem em si.

A segunda metade do século XIX foi marcada por uma profunda mudança no pensamento humano (como a que está havendo agora). A revolução industrial, o crescimento e exploração comerciais e o desbravamento do mundo começaram a trazer aos pensadores da época noções do comportamento humano que nem sempre condiziam com o que se pre-determinava a uma raça superior.

Desde Nietzsche, filósofos insistem, especialmente neste final de milênio, na construção de um novo homem, um super-homem, que trará junto a ele uma nova forma de ver o universo e mudanças em conceitos filosófico-materialistas.

Na obra 2001 – Uma Odisséia no Espaço (chamo por obra o conjunto: livro mais filme) é proposta essa construção, desde a alvorada do homem, até uma nova transformação, ainda por vir, utilizando, para isso, de inúmeros símbolos que permitem uma série de interpretações das quais não se pode chegar a conclusões definitivas.

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Fiquei aqui

O alemão Friedrich Nietzsche soube como ninguém demonstrar seus anseios por um futuro em que o homem se tornará um um novo ser, puro dos vícios e imperfeições de nosso tempo.

Já na introdução de sua obra mais famosa, Assim Falava Zaratustra, Nietzche já deixa clara suas aspirações a um novo homem, ou super-homem, como ele denomina. Assim ele escreve em sua obra:

Entretanto, Zaratustra fitava a multidão, e assombrava-se. Depois assim falava:

“O homem é corda distendida entre o animal e o super-homem: uma corda sobre um abismo; travessia perigosa, temerário caminhar, perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar.

A grandeza do homem é ser ele uma ponte, e não uma meta; o que se pode amar no homem é ser ele uma passagem e um termo (...)".[2]

Este conceito de homem de Nietzche é

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