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A DIFUSÃO DA MÚSICA AMAPAENSE NA PROGRAMAÇÃO RADIOFÔNICA DE MACAPÁ

Por:   •  7/5/2018  •  6.113 Palavras (25 Páginas)  •  369 Visualizações

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às programações radiofônicas, aconteceu, nos últimos anos, uma grande propagação das mídias através dos avanços tecnológicos, facilitando ainda mais o acesso à informação para todas as pessoas. No entanto, com todos esses avanços, vale ressaltar que, de acordo com pesquisas feitas recentemente no Brasil, o rádio continua sendo um dos principais veículos de comunicação dos brasileiros.

Para a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), através de pesquisa realizada em 2012, o rádio estava presente em 88,1% dos domicílios do país, perdendo apenas para a televisão, já que 97% dos brasileiros têm um aparelho televisor em casa.

Em Macapá, dados do SINTERT/AP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Amapá), juntamente com a FITERT (Federação Nacional dos Radialistas), apontam 16 emissoras de rádio registradas, entre AM, FM, comunitárias e Rádio Web. Sendo que 4 delas são objeto de estudo deste artigo.

A investigação realizada levou em consideração todas as informações já expostas e, também, a lei municipal número 1.542/2007, que determina que 20% da programação diária das rádios macapaenses sejam dedicados à divulgação da música amapaense. Com base nisso, percebeu-se a importância de verificar se as emissoras cumprem com o papel de veicular a MPA em sua programação, buscando, ainda, entender a interferência da globalização neste meio e quais serão as possíveis consequências da não divulgação da música amapaense na cultura local.

Para melhor entendimento do artigo, foram elaborados estudos sobre a história rádio no Brasil até sua chegada ao Amapá, bem como, a influência da indústria cultural nos meios de comunicação. Outro fator relevante para este trabalho foi à pesquisa feita sobre o regionalismo dentro da musicalidade brasileira e amapaense e, a partir desse contexto, foram escolhidas emissoras diferenciadas representantes de cada segmento radiofônico: Rádio Web, Rádio Comercial FM, Rádio Comercial AM e Rádio Comunitária, além de entrevista com o autor da lei, músicos e diretores de emissoras de rádio.

1 - A HISTÓRIA DO RÁDIO

O rádio é um dos meios de comunicação mais acessíveis no mundo todo. Sua história começou quando o inventor italiano Guglielmo Marconi, em 1894, deu seus primeiros passos a partir da invenção das ondas eletromagnéticas. No início de 1920, nos Estados Unidos, o rádio tornou-se o equipamento de comunicação mais frequente na casa dos americanos. Neste mesmo período, surgiu a KDKA, a primeira emissora radiofônica no mundo.

Em 22 de setembro de 1922, no Brasil, comemorava-se o centenário da independência e o então presidente Epitácio Pessoa e a sociedade brasileira vivia um período de boas expectativas para o desenvolvimento do país. A implantação do rádio no Brasil representava mostrar à sociedade, de modo geral, uma nação próspera e moderna.

O centenário da independência foi o mote principal para a primeira transmissão oficial radiofônica no Brasil, tendo como destaque o discurso do presidente com trechos da ópera “O Guarany” de Carlos Gomes, que foi usada de fundo musical durante seu pronunciamento, demonstrando, assim, a valorização do cancioneiro brasileiro.

Embora a primeira transmissão oficial do rádio no Brasil tenha sido algo de grande relevância para a sociedade brasileira, é importante ressaltar que, aqui no Brasil, o rádio passou por momentos difíceis e, de acordo com Calabre (2002):

Os primeiros anos de vida do rádio no país estiveram repletos de dificuldades refletindo no constante surgimento e desaparecimento de inúmeras emissoras”, pois, muitas pessoas se associavam às emissoras, mas poucas contribuíam com suas mensalidades, tendo em vista que a arrecadação destes valores eram o único meio de sobrevivência das emissoras (CALABRE, 2002, p. 12).

1.2 - A “ERA DE OURO” O RÁDIO COMO ENTRETENIMENTO

O rádio tornou-se um aparelho bastante familiar ao ouvinte entre os anos de 1940 e 1950. De acordo com Prado (2012), “as emissoras representaram a época de ouro do rádio no Brasil, durante essas décadas esse veículo já apresentava um alto grau de desenvolvimento e atingia milhões de ouvintes” (PRADO, 2012, p. 103). Sua programação levava aos lares dos brasileiros informações do dia a dia, como o jornalismo e o entretenimento, que abrangia a música, a dramaturgia e os programas de variedades, incluindo programações de auditório.

Dentre os elementos que fazem parte da programação radiofônica, a música tem um papel especial dentro do campo do entretenimento, que, aliada aos programas de auditório, marcou época na história do rádio brasileiro. No início, as emissoras trabalhavam com apresentações de música ao vivo e com presença de auditório e, logo em seguida, vieram às veiculações de discos.

A veiculação das músicas ao vivo acontecia com a participação direta do ouvinte na plateia, pois acontecia em auditórios com a presença dos artistas cantando suas músicas e interagindo diretamente com o público. Já as músicas que eram veiculadas por meio dos discos tocavam dentro dos estúdios das emissoras. Normalmente, as músicas que estavam na parada de sucesso faziam parte do acervo da rádio ou, então, o próprio ouvinte levava o seu disco até a rádio para ser tocado durante a programação.

Nessa época, as músicas mais tocadas pelas emissoras eram dos grupos populares que tinham como destaque: os sambas, marchinhas carnavalescas e músicas populares cantadas por renomados artistas da época como: Emilinha, Marlene, Ângela Maria, Dalva de Oliveira e Caubi Peixoto. Foi através destes cantores que o rádio criou uma linha imaginária entre “Rainhas do Rádio e Reis da Voz”, que arrastaram milhares de fãs para os programas de auditório alimentando o fenômeno dos fã-clubes (CABRAL, 2001).

Com o golpe militar de 1964 e a cassação de grandes astros das emissoras, os anos dourados do rádio chegaram ao fim, e foi nesse período que o setor de entretenimento passou por dificuldades devido à carência de músicas na grade de programação das emissoras. Dessa forma, as rádios contavam com empréstimos de discos de ouvintes e com apresentações de artistas que não eram remunerados.

Essas programações foram se transformando com o passar do tempo e se tornando um produto mercadológico de consumo, com programas comerciais, políticos, religiosos, produtos, ideias, projetos e críticas, deixando de lado o papel principal do rádio em sua essência, que é o de entreter o ouvinte.

Existem vários lugares onde o entretenimento pode ser encontrado como:

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