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Trabalho apresentado ao curso de Serviço Social da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Por:   •  8/6/2018  •  2.703 Palavras (11 Páginas)  •  492 Visualizações

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- HISTÓRICO DE LUTA

- LGBT como representação da população sexo diversa

Antes de compreendermos como se deu as lutas da população LGBT, é preciso que entendamos como essa população é representada, como ela se apresenta simbolicamente, e seus recortes de diversidade.

A sigla LGBT, no Brasil, “representa” as múltiplas expressões da diversidade sexual, e suas orientações minoritárias, e os gêneros trans, que divergem do sexo de nascimento e são vistos socialmente como destoantes, entre eles, pessoas homossexuais (lésbicas e gays), bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, além de pansexuais, assexuais, intersexuais etc., que são expressões invisibilizadas pela sociedade.

No Brasil, a sigla LGBT, passou por modificações históricas. Na década de 1990, o empresário André Fischer, criou a sigla GLS, para gays, lésbicas e simpatizantes, como representação da população sexo diversa, entretanto, a Associação Brasileira LGBT (ABGLT), considerou a sigla excludente e em 2008 adotou-se no país, a sigla LGBT.

- Recortes de lutas e pautas sociais, políticas e civis

Faz-se necessário compreender a multiplicidade de recortes e pautas existentes nas lutas da população LGBT, entre elas, configurações que abarcam gênero, diversidade sexual, raça etc.

Em primeira instância, recordamo-nos das relações de opressão existentes, dos padrões sociais impostos, mesmo quando tratamos de diversidade. Assim, os movimentos civis LGBTs lutam para que os recortes sejam compreendidos, e que seja desmistificado o cenário de população LGBT traduzida no homem cisgênero branco gay, não excluindo-os de suas lutas, mas buscando olhar além do recorte de diversidade.

Desse modo, os movimentos civis LGBTs compreendem a luta de mulheres lésbicas também pela justiça social de gênero, pela visibilidade e empoderamento feminino, contra o fetichismo da sexualidade das mulheres, e em oposição à violência contra a mulher, e ao patriarcado, num contexto de gênero.

No que toca o contexto racial, são agregadas lutas de mulheres e homens pretas (os) e indígenas, entendendo o Brasil, como país que teve como base da construção de sua sociedade, economicamente, socialmente e politicamente falando, a escravidão de povos africanos e indígenas, que até hoje têm seus direitos negados, lutas pela reparação de feridas históricas que continuam abertas.

Além de lutar por direitos culturais como à adoção e ao casamento e contra os frutos do machismo e da cis-heteronormatividade[1] e criminalização da LGBTfobia.

- Gênese das lutas

Em livros de ensino médio das instituições educacionais, encontramos muito cedo, assuntos que retratam a Segunda Guerra Mundial e a violência nazista. Assim, nos marca a violação dos direitos do povo judeu, nesse cenário, mas muito pouca expressividade se há, quando falamos de opressão, violência, homicídio contra gays e lésbicas nesse período.

Consta-se que mais de 220.000 homossexuais morreram na Segunda Guerra Mundial exterminados nos campos de concentração. Eles eram identificados com símbolos como triângulos rosas, como mostra a imagem à baixo.

Figura 1 - Símbolos de Identificação na Segunda Guerra Mundial

[pic 1]

Fonte: https://stophomofobia.wordpress.com/2011/04/11/simbolos-e-seus-significados-na-cultura-lgbt/

Nesse contexto, faz-se necessário o surgimento de movimentos que lutem em oposição à opressão sofrida por essa população e pela desconstrução do padrão heterossexual e surge na Europa, os primeiros movimentos de militância entre gays e lésbicas.

Na década de 50, impulsionados por militantes e ex-militantes do Partido Comunista, começaram a surgir, nos Estados Unidos da América (EUA), movimentos de militância LGBT, que foram relevantes para a construção de lutas pelos direitos civis e fortalecimento dos coletivos que começaram as ascender nos anos 60, em protestos contra discriminação racista, sexista e homofóbica, e dos coletivos existentes atualmente.

- Dia do Orgulho LGBT

Sem dúvida, um dos marcos para a população LGBT e os movimentos sociais de militância contra a opressão foi a Rebelião de Stonewall, no dia 28 de junho de 1969, que tornou-se atualmente, dia do orgulho LGBT.

O bar, localizado na cidade de Nova York (EUA), visitado por gays, lésbicas e travestis, sofria batidas policiais repressivas e recorrentes. A Rebelião se deu, quando grupos LGBTs iniciaram uma batalha em campo aberto de quatro dias ininterruptos, que se tornou referência de luta e resistência contra a opressão.

Surge aí a “Gay Pride” ou “Orgulho Gay”, que se tornou modelo de autoafirmação e sinônimo de luta pela promoção de direitos, dignidade, visibilidade, trazendo como símbolo principal a bandeira estampada com o arco-íris de seis cores.

Figura 2 - Rebelião de Stonewall

[pic 2]

Fonte: Diana Davies/ The New York Public Library

A partir desses marcos históricos, a população LGBT conseguiu uma mínima visibilidade, principalmente em países como os Estados Unidos da América, tendo suas ascensão apenas na década de 1990.

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- CONTRASTES ENTRE SOCIEDADES ANTIGAS E CONTEMPORÂNEAS

A inversão dos papéis sexuais socialmente estipulados está no cerne da opressão contra pessoas LGBTs. “Isso é coisa de menina, e isso coisa de menino”. Quem nunca ouviu isso, em casa, no colégio, na igreja, ou em algum espaço de formação social? Esses papéis associados ao gênero fazem parte de um padrão social cis-heteronormativo.

A cis-heteronormatividade é um paradigma social que acredita na existência de homens e mulheres cisgêneros[2], que devem cumprir diferenciadas funções sociais – entre elas, a mulher deve cuidar da casa e dos filhos e o homem deve “botar comida na mesa” –, e relacionar-se entre si num padrão heterossexual reprodutor.

Esse modelo de opressão é característico da sociedade contemporânea brasileira,

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