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Resenha Historia das Coisas

Por:   •  21/3/2018  •  1.623 Palavras (7 Páginas)  •  364 Visualizações

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não se reflete afinal no preço final de um produto, já que ao longo do sistema o valor vai sendo abatido dos ganhos dos próprios funcionários (como os supracitados salários baixos, falta de planos de saúde, férias, carga horária dobrada, os próprios recursos de uma população local etc.), resumindo tudo até aqui em uma “exteriorização dos custos”.

Nesta parte, do “Consumo Final”, chegamos no que a apresentadora aponta como a parte mais importante desse processo linear, que chama de “Seta Dourada”, o coração que mantém e move todo este sistema como conhecemos. É também, na verdade, a única parte deste sistema com a qual estamos em contato direto e constante, a única que conseguimos enxergar. Esta seta define que nosso valor na sociedade é proporcional ao quanto contribuímos para ela, ou seja, quanto mais produtos temos, e quanto mais novos são esses produtos, melhores somos julgados na sociedade. Isto pois tivemos a inserção de dois planos do mercado das grandes corporações: a obsolescência programada e a perceptível.

Na primeira, a programada, temos o desenvolvimento de produtos que são feitos propositalmente para estragarem ou se tornarem obsoletos rápido. Por exemplo, a produção de eletroeletrônicos, como televisões e computadores, que em menos de um ano o modelo anterior já é obsoleto por existir uma nova resolução de imagem, ou um processamento mais poderoso que, em pouco tempo, o modelo mais antigo passa a se tornar um impeditivo para a comunicação, e foi criada para acelerar a contribuição da sociedade para essa seta dourada. Na segunda, a perceptível, ainda no ramo dos eletrônicos, podemos exemplificar com a produção de celulares, que se tornaram produtos da moda. Aqui temos produtos que você deve comprar para estar integrado à sociedade e, se seu celular for de um modelo mais antigo, você pode ser julgado negativamente e isso afetar seriamente a sua vida social, como se interage na sociedade. Esta já foi desenvolvida para acelerar ainda mais essa contribuição, garantindo o consumo cada vez mais desenfreado e os lucros das corporações.

Assim, em uma sociedade cada vez mais consumista, o indivíduo é exposto a mais de 3.000 anúncios por dia, ou seja, mais em um ano do que as pessoas viam na vida há 20 anos atrás. Contudo, apesar de termos mais bens de consumo disponíveis hoje, os níveis de felicidade estão em caída constante – em relação ao seu pico em 1950, quando tivemos o boom do consumismo moderno –, pois tem-se menos tempo para aproveitar outras coisas da vida pessoal, como amigos, família etc. Passamos hoje tanto tempo trabalhando para gerar o poder aquisitivo para consumir os bens que nos são constantemente apresentados como o que devemos ter agora (num ciclo eterno de trabalhar > ver > comprar > trabalhar), que analistas afirmam que o trabalhador médio não tem tão pouco tempo livre desde a sociedade feudal. Muitas vezes, contudo, temos ainda uma apresentação de determinadas empresas demonstrando como seus produtos são benéficos para a saúde (empresas de esporte, por exemplo, que lançam novos modelos de tênis a cada estação, com “novas tecnologias de impacto” para melhorar a eficiência dos exercícios, ou até mesmo novas gerações de videogames que proporcionam detecção de movimento, tirando o consumidor do sedentarismo de ficar sentado por horas jogando ao fazê-lo ficar em pé e se movimentar para tal), entrando no debate dos conceitos de saúde, de como o lazer se enquadra nesses conceitos, e o que seria o melhor lazer para uma vida mais saudável, de forma que faça o indivíduo consumir mais.

Na seta final, do “Tratamento do Lixo”, a única parte que conhecemos pessoalmente além da “Seta Dourada”, pois jogamos fora o nosso lixo. Hoje, cada americano produz uma média de 2 quilos de lixo por dia (mais que o dobro do que há 30 anos). O lixo, depois de descartado de nossas casas, é então levado para grandes aterros para ser enterrado e/ou incinerados. Tal processo é extremamente danoso para o meio ambiente, especialmente a incineração, já que é nesse processo que todos os produtos tóxicos inseridos em outros produtos que compõem o nosso lixo são liberados e, pior, geram produtos residuais super tóxicos, como a dioxina.

Aqui é importante relembrar que o vídeo trata majoritariamente da produção e consumo dos EUA, um dos únicos países que se recusara a ratificar o Protocolo de Quioto de 1997 (que já viria sendo formulado desde a supracitada Conferência de Estocolmo, em 1972, até o ECO-92, no Rio de Janeiro em 1992), cujas premissas visam uma diminuição na emissão de gases tóxicos (majoritariamente por causar efeito estufa), reformando setores de energia e transportes, promovendo utilização de energia renovável, ajustar/eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção (ou seja, eliminar o consumismo, impensável pela população ou pelo governo), proteger florestas e outros sumidouros de carbono (mais de 80% das florestas originais do planeta foram destruídas), entre outros.

A apresentadora, então, conclui comentando sobre a reciclagem, que é um processo que pode ajudar, mas que nunca resolveria o problema, já que só para produzir

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