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Resenha: História dos Estado Unidos (intro e cap 1)

Por:   •  31/10/2018  •  1.594 Palavras (7 Páginas)  •  354 Visualizações

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A partir desse histórico o autor propõe analisar e responder à uma pergunta proposta pelos próprios estadunidenses: "porque o mundo odeia os EUA?". Para isso ele contrapõe a análise do historiador francês Jean-François Revel e do cineasta americano Michael Moore.

O francês defende que os ataques aos EUA decorrem de sentimentos de inveja e de ressentimento. Por parte dos europeus, principalmente dos franceses, o ressentimento se inicia com sucesso do país americano nas Guerras Mundiais. Dessa forma os países europeus preferem culpabilizar os EUA, por todos os problemas do mundo contemporâneo, mesmo que a Europa seja, também, protagonista de intervenções agressivas no oriente ou causadora de problemas ambientais. Na visão de Karnal, Revel está correto em perceber que as potencias europeias também são atores dominantes e imperialistas, entretanto a crítica ao seu pensamento está no fato de que os problemas causados pela Europa não podem anular os problemas causados pelos EUA.

O cineasta norte-americano Michael Moore, responsável pelo filme “Tiros em Columbine” é crítico à forma como é conduzida a política no seu país, em seus filmes e em seu livro ele demonstra repudio ao patriarcalismo branco norte americano. Entretanto suas analises não criticam o próprio sistema político, mas sim os líderes que o conduzem, o que na visão de Karnal é um erro.

Karnal questiona em seguida a ambiguidade entre o sucesso dos filmes de Moore e as reeleições de políticos conservadores, como Bush, que são criticados pelo cineasta. Com essas informações o autor defende que tais aparentes contradições são fruto de uma sociedade não homogênea. Ou seja, nem os norte-americano e nem a população mundial são iguais entre si, e por isso as visões a respeito dos EUA possuem várias formas, e não são apenas dicotômicas.

Karnal usa como exemplo das variadas impressões sobre os EUA a relação deste país com o Brasil. Desde a independência do Brasil, que foi primeiramente reconhecida pelos EUA, o que estreitou as relações entre os países, até os movimento estudantis no período ditatorial no Brasil que condenavam o apoio que o país do norte dava aos militares. Em um histórico breve, o historiador mostra que a proximidade entre os dois países oscilou consideravelmente, mesmo durante um mesmo governo.

O primeiro capítulo do livro “Comparações incomodas” que se encontra dentro da primeira parte “A Formação da Nação”, Karnal discute a respeito das possíveis explicações para as diferenças atuais entre os países da América, principalmente no que diz respeito ao sucesso econômico dos EUA diante das economias emergentes da América colonizada pelos países ibéricos.

O autor afirma que desde o século XIX duas explicações surgiram para explicar o sucesso estadunidense. A primeira por parte dos norte-americanos implicava uma determinação divina. A segunda, que segundo Karnal é igualmente ilusória, afirma que ao EUA são mais ricos porque são o resultado de uma colonização de povoamento, ao contrário de países como o Brasil que é fruto de uma colonização de exploração.

Esta última explicação é contestada, primeiramente porque nenhum dos dois países, Brasil e EUA, foram colonizados com os intuitos exclusivos de exploração e enriquecimento da metrópole ou de povoamento sem enriquecimento pessoal. As diferenças econômicas entre esses países não pode ser igualmente explicadas, pelo fato dos portugueses serem piores que os ingleses. De acordo com Karnal estas teorias desqualificam os países americanos como agentes de suas próprias histórias e os considera com passivos diante das ações dos países colonizadores.

Em direção oposta a das teses anteriores o autor se refere a dois historiadores Vianna Moog e Richard Morse. O primeiro propõe uma análise das diferentes propostas de colonização que para ele se devem às diferente culturas religiosas dos países ibéricos e da Inglaterra. Segundo Morse o ideal protestante não demonizava o lucro e o trabalho e o dinheiro. Já a igreja católica temia o desenvolvimento econômico e pretendia em primeiro lugar difundir a fé católica.

O segundo autor discutido, Morse, afirma que as diferenças entre as economias norte-americana e da América Latina é resultado das opções desses países, ou seja, os projetos políticos dos atores históricos foi o que os levou ao “subdesenvolvimento” ou ao sucesso econômico. Isso coloca os países americanos como ativos na história e não somente como resultado de acidentes e incompetências, como coloca Karnal.

Por fim o autor discute a forma efetiva como se deram as colonizações na América. Enquanto os países ibéricos tinham um projeto mais sistemático e organizado, a colônia inglesa não foi colonizada a partir de um projeto consolidado. A consequência disso, foi a maior facilidade norte-americana de efetivar sua independência. Este fato mostra também que as colônias ibéricas não serviam somente como local de exploração, o projeto espanhol e português abarcava também a construção de cidades e universidades, por exemplo.

Dessa forma, Karnal inicia a discussão a respeitos das diferenças entre os países da América na atualidade, desconstruindo algumas ideias popularmente consolidadas a respeito das formas de colonização. O autor explora outras análises

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