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Fichamento: Identidades trans* em pauta: Representações sociais de transexuais e travestis no telejornalismo policial brasileiro contemporâneo.

Por:   •  4/5/2018  •  1.831 Palavras (8 Páginas)  •  502 Visualizações

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mas não pode ser confundida com a identidade de gênero." (P. 18).

"O universo trans* pode ser entendido dentro dos estudos de gênero, papéis de gênero e principalmente identidade de gênero, mas por si só é um universo singular que contém diversas denominações e diferenciações, como as que se fazem entre travestis, transexuais, dragqueens, entre outros." (P. 18).

"As identidades trans* ainda são consideradas patologias pela medicina, de acordo com Classificação Internacional de Doenças, que as categoriza como transtornos da identidade sexual mesmo com a luta dos movimentos trans* pela despatologização destas identidades." (P. 18 - 19).

"A distinção entre travesti e transexual ainda está muito ligada à cirurgia de mudança sexual, e não necessariamente à identificação de um indivíduo que nasceu de um sexo biológico com o outro sexo. " (P. 19).

"Maluf conceitua travestis como indivíduos que querem parecer mulheres, que têm esse sentimento dual de pertencimento aos dois gêneros e que começam uma transformação mais intensa no corpo." (P. 19).

"O desejo ou não de fazer uma cirurgia não nos parece tão fundamental quanto à identificação com o sexo oposto." (P. 19).

"Os processos pelos quais travestis e transexuais passam para copiar um modelo feminino, no que diz respeito ao corpo, com aplicação de silicone, ingestão de hormônios femininos e diversas técnicas mais superficiais como depilação, mostram que o desejo de ter um corpo que condiz com a identidade de gênero feminina pode ser um fator mais relevante que a cirurgia como um passo final." (P. 19).

"A cirurgia e mudanças corporais advindas por meio de ingestão de hormônios femininas é um dos passos mais fundamentais na transformação das transexuais como podemos ver, já que por meio dessa mudança elas se adequam ao que a sociedade espera de alguém que exerça um papel de gênero feminino." (P. 19).

"Como já foi explicada, é muito importante a adequação do corpo ao sentimento de pertencimento ao gênero feminino." (P. 20).

"É no corpo, enquanto território de significados sociais, que se materializa o gênero que a travesti deseja para si." (P. 20).

"A escolha de um estilo de roupa, dos acessórios, passando pela sistemática eliminação dos pelos até as sessões de aplicação de silicone líquido, vão dando forma não só ao corpo, mas promovem toda uma mudança moral como já frisei em diversos trechos deste trabalho.” (P. 20).

"Entre os procedimentos citados, os que alteram de forma mais definitiva o corpo das trans* é a aplicação de silicone em partes do corpo como seios, bunda, coxa, mãos, ou em qualquer parte que para elas ainda exiba um traço masculino, e também a ingestão de hormônios femininos que altera a forma do corpo, sua voz e diminui os seus pelos. (P. 20).

"Tornar-se/ser travesti exige toda uma rígida disciplina de cuidados corporais cotidianos que as levam a incorporar, literalmente, os valores dominantes sobre como deve ser o corpo, a roupa, os gestos, as cores e acessórios para cada gênero, num processo de longa e ininterrupta duração." (P. 20).

"Como podemos observar, não é apenas a transformação do corpo interna e externamente que está em desenvolvimento, mas também a assimilação de um conjunto de gestos, ou performances,considerados femininas, assim como também papéis do gênero feminino, como já discutidos, que são assimilados para a afirmação desta nova identidade." (P. 21).

"Neste processo de construção eformação da nova identidade por meio do corpo, o uso de silicone industrial é um dos pontos principais." (P. 21).

"Entre os fatores que levam as transexuais a optarem pelo uso deste tipo de silicone, ao invés de um procedimento cirúrgico seguro, está o fato de que esta forma de aplicação é mais barata..." (P. 21).

"A cirurgia nem sempre é realizada, terminando a transformação por completo. Entre os fatores que podem fazer uma trans* decidir-se por não realizar a cirurgia está o fato de que o pênis também é um instrumento de trabalho para as que vivem da prostituição." (P. 21).

"... nas ruas as prostitutas trans* que não fizeram cirurgia faziam mais sucesso que as que haviam feito, já que a maioria dos clientes ia em busca delas por terem o órgão sexual masculino." (P. 22).

"A maneira como as trans* moldam o corpo é a forma de externalizar o sentimento de pertencer a uma identidade de gênero oposta ao do sexo de nascimento, mas não é só nessa transformação corporal que é revelado esse sentimento." (P. 23).

"As pessoas trans* sofrem um grande preconceito no cotidiano, como é relatado por diversas travestis e transexuais." (P. 24).

"O preconceito é demonstrando na falta de oportunidade no mercado de trabalho, agressividade com essas pessoas e, muito frequentemente, a violência física." (P. 24 - 25).

"Dados do relatório da ONG internacional TransgenderEuropeindicam que o Brasil é o país com o maior número de mortes de travestis e transexuais, em 2013 foram 4862 mortes registradas." (P. 25).

"A violência começa muitas vezes na família, durante a infância destas pessoas, não necessariamente uma violência física, mas uma violência psicológica ao não aceitar a identidade de gênero do familiar." (P. 25).

"Entre os efeitos do preconceito está a marginalização destas pessoas, como também podemos perceber ao analisar o mercado de trabalho para as pessoas trans*." (P. 26).

"... quando a sociedade rejeita determinados grupos de pessoas, duas situações podem ocorrer: ou essas pessoas são marginalizadas ou mantidas em guetos." (P. 26).

"Dentro deste contexto, a prostituição pode ser vista como consequência do preconceito, violência e marginalização destas pessoas." (P. 26).

"As atividades tradicionalmente atribuídas para transexuais são aquelas que têm um apelo mais feminino e que normalmente não exigem um nível de qualificação muito alto. O preconceito fecha as portas para as transexuais e travestis..." (P. 26).

"Na medida em que a

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