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BREVE REFLEXÃO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DE KARL MARX PARA A EDUCAÇÃO

Por:   •  14/9/2018  •  2.934 Palavras (12 Páginas)  •  256 Visualizações

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entender as influências que o mesmo recebeu ao longo da vida, assim como as condições sociais, políticas e econômicas vividas por ele que certamente influenciou seus pensamentos e teorias.

Com relação à vida de Marx, o mesmo viveu numa época em que a Europa se debatia em conflitos, tanto no campo das idéias como no das instituições. Já na universidade, as doutrinas socialistas e anarquistas se encontravam no centro das discussões dos grupos que Marx freqüentava. (RAMALHO, BENCINI, 2008, p. 55). Foi nos Manuscritos, que Marx fez suas primeiras incursões no tratamento da economia, tendo por base os termos e categorias elaboradas pela economia política clássica, especialmente a partir de Adam Smith, como: o lucro, harmonia social, divisão do trabalho, propriedade privada, mas, com outros propósitos. (SILVA, 2005, p. 102).

Como o objetivo deste artigo é analisar as contribuições do sociólogo Karl Marx para a educação, é importante entender o modo de produção capitalista e suas relações, as quais dão embasamento para a construção do pensamento de Marx.

A partir do desenvolvimento econômico das cidades, da expansão de novos comércios, da acumulação de capital e a necessidade de moedas de troca decorrente do avanço das relações econômicas, os comerciantes ou burgueses começaram a se destacar como classe dominante. Após a expansão do comercio, houve a necessidade da expansão dos mercados consumidos e fornecedores,

[...] com aumento do comércio, começaram a faltar metais para fazer moedas, sendo que a solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais preciosos a baixo custo. Isso se deu por meio da expansão marítima e comercial, que consequentemente proporcionou o desenvolvimento das grandes navegações, visando realizar novas descobertas. (RODRIGUES, FAVARO, 2010, p. 5).

Após as descobertas de novos “mundos”, através da expansão marítima, a sociedade passa a desacreditar nas crenças religiosas, buscam cada vez mais novas experiências, novas formas de pensar e de agir, principalmente com relação ao comercio, modificando o modo de produção, as relações comerciais, baseando-se na ciência e, não mais apenas na religiosidade. “A ciência e a técnica começavam a ser aplicadas na produção e, posteriormente, no século XVIII, acarretaria o desenvolvimento industrial, quando então o modo de produção capitalista se consolidaria” (RODRIGUES, FAVARO, 2010, p. 5). A cada dia ficavam mais marcantes as diferenças entre a classe trabalhadora ou proletária, da classe burguesa. Surge então o modo de produção capitalista que substitui o modo feudal (organizado em senhores feudais e servos).

Tais transformações fomentaram a necessidade de uma reestruturação da educação, agora não mais baseada na igreja, unicamente, mas nas novas relações comerciais e de produção, características do modo de produção capitalista, “rompeu-se também a confiança nos velhos caminhos para a produção do conhecimento: a fé, a contemplação não eram mais consideradas vias satisfatórias para se chegar à verdade. (PEREIRA e GIOIA, 1999, p. 177).

Dessa forma confirma-se a premissa de Marx ao afirmar que o modo de produção de uma sociedade determina a organização política e econômica das representações intelectuais de uma época (SILVA, 2005). Isso porque com o desenvolvimento da economia e das relações de comercio entre os países e outros contentes, por meio da expansão marítima o homem não se contentava mais com a educação tradicional, com os dogmas da igreja, ele queria mais e para tanto era preciso desenvolver a produção intelectual da época.

Surge então a relação do capitalismo com a forma como a educação é repassada e transmitida para os membros da sociedade.

3 A EDUCAÇÃO SEGUNDO KARL MARX

A educação é fundamental no processo de criação das estruturas de manutenção de uma determinada sociedade. Dessa forma, a educação deve ser analisada através da relação com o contexto sócio-político e econômico de cada sociedade, “a educação [...], é um dos maiores instrumentos de dominação em massa dentro de um sistema, perdendo apenas para a mídia que é acessada por muito mais pessoas do que o sistema educativo” (GIANCATERINO, 2009, p. 4). Um dos grandes debates relacionados a educação é a necessidade de evidenciar seu papel na transformação e reprodução da sociedade (ENGUITA, 2004).

A educação na obras de Marx, não é exposta de formas clara, é antes necessário compreender seus pensamentos, a exemplo da alienação e dialética Marxista. Para Marx “a educação era parte da superestrutura de controle usada pelas classes dominantes”. (GIANCATERINO, 2009, p. 1). Como já exposto no subtópico anterior, a classe dominante, segundo Marx, são os burgueses, detentores dos meios de produção.

Marx formulou a teoria da dialética, a partir do entendimento das contradições do capitalismo, baseado na divisão de classes. A dialética seria o entendimento das contradições, compreendida no modo de produção capitalista, a qual mostrará a essência das contradições, dessa forma a dialética possibilita “à evolução do conhecimento, sendo necessário estudar as relações sociais, políticas e econômicas de um determinado período histórico, para compreender as contradições existentes” (RODRIGUES, FAVARO, 2010, p. 8).

Outra teoria desenvolvida por Marx foi a da “alienação”, tal característica do capitalismo, pode ser entendida como o não reconhecimento, por parte do trabalhador, do produto produzido por ele mesmo, em outras palavras, os trabalhadores “[..] não têm clareza do que fazem ao se depararem com as mercadorias produzidas. As mercadorias não lhes aparecem como objetos feitos por eles, mas sim na forma de mercadoria,” (SILVA, 2005, p. 103). Em sua obra Manuscritos Econômico-filosóficos, Marx define a alienação como a transformação do trabalhador em mercadoria:

[...] O trabalhador torna-se tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais a sua produção aumenta em poder e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria tanto mais barata, quanto maior número de bens produz. Com a valorização do mundo das coisas, aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos homens. O trabalho não produz apenas mercadoria; produz-se também a si mesmo e ao trabalhador como uma mercadoria, e justamente na mesma proporção com que produz bens (MARX, 2006, p.111).

Ainda segundo Marx (2006), no modo de produção capitalista, onde existe a alienação, o trabalhador sempre sai

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