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O SOCIALISMO DE KARL MARX EM CONTRAPARTIDA AO SOCIALISMO CONTEMPORÂNEO

Por:   •  17/4/2018  •  6.493 Palavras (26 Páginas)  •  393 Visualizações

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2.1 MODOS DE PRODUÇÃO

Sucintamente, é a forma como está organizada a produção de bens em um dado momento do desenvolvimento social, a produção seria a base de toda sua estrutura. Os modos de produção estão intimamente ligados com o desenvolvimento das forças produtivas, ou seja, a força do trabalho humano e os meios de produção, tais como máquinas e ferramentas, além de ser influenciado também pela forma das relações de produção que a época e as condições sociais exigiam. É com os modos de produção que surge toda uma estrutura hierárquica da relação dos homens e a natureza com o trabalho, os modos de produção são divididos basicamente em quatro: o comunismo primitivo; o escravismo na Antiguidade; o feudalismo na Idade Média e o capitalismo na Idade Moderna, são assim divididos de acordo com época que foram apresentados, como disse Karl Marx:

Na produção social da sua vida, os homens entram em determinadas relações, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada etapa de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. (MARX, Karl, ENGELS, Friedrich, Obras Escolhidas, tomo I, pg. 530, Edições “Avante”, 1982)

Como podemos notar, os modos de produção são nada mais que a soma das forças produtivas e as relações de produção e quando há a troca de um modo para outro é porque, segundo o filósofo, quando há um paradoxo entre as forças produtivas e as relações sociais de produção. Ao acontecer isso há uma opressão da produção por causa do desajuste das relações nas quais ela está presente. É nessa hora que se abre espaço para a transformação do modo de produção, através do que Karl Marx chamava de luta de classes, com um caráter revolucionário interviriam por meio de ações concretas e práticas, para que essas transformações ocorressem. Pois seria essa luta de classes que faz a história se desenvolver e evoluir, segundo dizia Marx:

A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e aprendiz; numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta. (MARX, Karl; ENGELS, Friedrich; COGGIOLA, Osvaldo, Manifesto Comunista, 2010, p. 40)

Com os modos de produção e a estipulação das classes sociais, Marx desenvolveu uma serie de conceitos importantes sociologicamente e politicamente. Como a alienação, a mais valia e principalmente o seu conceito base de socialismo científico, que será tratado mais profundamente nesse artigo.

2.2 ALIENAÇÃO

De forma simplificada a alienação é estar por fora da sociedade, sem se encaixar no meio que estamos inseridos. Marx levou essa definição a um posicionamento mais a fundo, explicando a relação dos trabalhadores com o seu produto de trabalho, do trabalhador com o processo de produção, do trabalhador com sua existência como indivíduo na sociedade e do trabalhador com os outros indivíduos. Essas seriam as quatro formas de alienação que o trabalhador sofreria, fruto do modo capitalista. O primeiro tipo seria a relação do trabalhador com o seu produto, não havendo, portanto, identificação pois não haveria mais uma relação intima entre trabalhador/produção, ele seria parte apenas de uma gigante engrenagem, não possuindo uma identificação pessoal com o produto, revelando uma pobreza cada vez maior do trabalhador e enriquecimento do capitalista, "dono" de verdadeiramente toda a engrenagem, não somente uma parte. Um grande exemplo disso são as linhas de montagem que passaram a ser usadas a partir da Revolução Industrial, como forma de acelerar a produção e alienar o trabalhador a apenas uma tarefa. De acordo com Karl Marx (Manuscritos Econômico-Filosóficos, 1932, Primeiro Manuscrito), “A apropriação do objeto aparece como alienação a tal ponto que quanto mais objetos o trabalhador produz tanto menos pode possuir e tanto mais fica dominado pelo seu produto, o capital.”

A segunda forma seria a alienação pelo processo de produção, é quando o trabalho ao invés de realizar e dignificar o homem, torna-se um fardo para ele. Chamado por Marx de Alienação Ativa, é o sofrimento do homem pelo trabalho, executando-o como uma obrigação, um martírio para conseguir sobreviver. Nesse tipo o homem se realizaria apenas em suas atividades animais, mas é insatisfeito em sua atividade humana.

A terceira é a alienação do sujeito enquanto pertencente ao gênero humano, a essência humana vêm da sua necessidade de trabalho, desde os primórdios o trabalho é aquilo que dignifica o homem que dá sentido a sua vida, e como um gancho que puxa sobre a segunda forma de alienação, este não veria mais o trabalho como uma atividade dignificante, vê agora apenas como um tormento, uma obrigação, se afastando cada vez mais da sua essência, seu trabalho, ele se individualiza e torna-se um indivíduo solitário, é a alienação do gênero humano.

A quarta forma de alienação é a aquela entre os próprios homens é uma consequência direta da individualização e da injustiça presente na vida. Ele nota-se excluído da sociedade, sente-se fora da dela e não se identifica como gênero/espécie humana, tudo isso fruto do trabalho e sua não identificação com este e muito menos com a produção, tudo sendo, de certa forma, fruto do modo capitalista que torna a exploração de trabalho do homem pelo homem cada vez pior, principalmente no nível operário-capitalista.

Se o produto do trabalho não pertence ao trabalhador, se a ele se contrapõe como um poder estranho, isto só é possível porque o produto do trabalho pertence a outro homem distinto do trabalhador. Se a atividade constitui para ele um tormento, tem de ser fonte de gozo e de prazer para outro. Só o homem, e não os deuses ou a natureza, é que pode ter esse poder estranho sobre o homem. (MARX, Karl, O trabalho aIienado, in op. cit., p. 167)

2.3 MAIS-VALIA

Karl Marx foi também um brilhante economista, propondo teorias super válidas no mundo econômico, ele assim como Adam Smith e David Ricardo dizem que o valor da mercadoria é traduzido pela quantidade de trabalho investida para produzi-la. Porém Marx introduziu um novo conceito, a Mais-valia, que seriam as horas não pagas ao trabalhador, uma espécie de exploração do trabalhador

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