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As Regras do Método Sociológico de Émile Durkheim

Por:   •  11/5/2018  •  1.737 Palavras (7 Páginas)  •  451 Visualizações

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Com isto Durkheim revela algumas ideias de como traçar uma linha que separa o que é normal do que é patológico nas ciências humanas.

- “O sofrimento como indício de doença: relação falha de constância e precisão”, ou seja, doenças que não causam dores mas que podem causar algum prazer, fenómenos fisiológicos e comuns, como a fome e o parto.

- “A não adaptação ao meio (possibilidade de sobrevivência) como indício de doença: Estados normais podem causar alguns tipos de fraqueza, mas, nem por isso, a pessoa está doente”, ou seja, tanto as crianças, como os idosos e as grávidas, não têm as mesmas capacidades que um adulto normal, porém isso não quer dizer que estejam doentes. A distinção entre normal e patológico é precisamente uma das intermediações entre a observação dos factos e os preceitos. Se um fenómeno é normal não há porquê de querer eliminá-lo, mesmo que nos afete moralmente. Mas, se é patológico, temos um argumento científico para justificar os projetos de reforma. Durkheim, então, irá considerar um crime como um fenómeno normal. Será considerado normal o fenómeno que encontrarmos mais frequentemente numa dada sociedade, num certo momento do seu desenvolvimento.

O capítulo quatro diz que um facto social só pode ser qualificado como normal ou anormal em relação a uma determinada espécie social. Segundo os historiadores, as sociedades constituem individualidades heterogéneas contingentes e provisórias sem realidades próprias, já para o filósofo, a realidade é vista de outra forma, todos os agrupamentos particulares não são mais que combinações contingentes sem realidades próprias. Ou seja, se existe apenas uma espécie social, as sociedades particulares não podem diferir entre si a não ser em graus, conforme apresentem mais ou menos traços constitutivos dessa espécie, mas se existem tipos sociais distintos, não se pode fazer com que eles se unam, pois o desenvolvimento histórico fragmenta-se numa infinidade de pedaços.

Para estudar os factos sociais é necessário o estudo aprofundado dos indivíduos. A natureza do indivíduo é influída pela natureza geral, todos nós temos uma característica que faz parte de todos.

No ponto de vista de Spencer, a sociedade simples é aquela que não é sujeita à subordinação, ambas as partes cooperam sem um centro regulador. Quanto menos civilizada é uma sociedade, menos complexa ela é. As sociedades não eram mais que combinações diferentes que uma única sociedade original.

No que diz respeito ao quinto capítulo, regras de explicação dos factos sociais, a primeira regra que Durkheim expõe é “É preciso procurar separadamente a causa eficiente que o produz e a função que preenche”. Com esta afirmação o autor expõe a necessidade das explicações causais e de estas serem diferentes daquelas que declaram os fenómenos, pela utilidade que fornecem.

A segunda regra é “A causa determinante de um facto social deve procurar-se entre os factos sociais antecedentes e não entre os estados da consciência individual” e “A função de um facto social deve sempre procurar-se na relação que mantém com algum fim social”, tanto uma como outra formam a necessidade de explicação do social pelo social.

A explicação causal é o primeiro passo da explicação sociológica, para Durkheim não existe nenhuma ciência que não pretenda o estabelecimento das relações causais. Para sabermos que um fenómeno é a causa do outro, temos de submeter A e B a um controlo, para que a relação fique exposta à semelhança da lógica de manifestação das outras ciências.

Através do capítulo seis pode-se concluir que existem duas formas de experimentação: direta e indireta. A experimentação direta é quando se pode produzir artificialmente a experiência. Por outro lado, chama-se experimentação indireta ou método comparativo quando isso não está ao nosso alcance. Nesse caso utiliza-se o método das variações concomitantes (como processo de aprovação das hipóteses).

A ideia fundada por Durkheim é a assimilação da utilidade de que algo não é suficiente para a sua realização, para que algo exista é necessário alguma forma de ação: “A explicação de um fenómeno social em virtude de certas necessidades e desejos, equivale a declarar a ignorância em que se está, relativamente a outros aspetos importantes desse mesmo fenómeno (explicações são tautológicas): explicam a existência de um fenómeno pela necessidade, e encaram-no na perspetiva da função que desempenha”. Em termos sociais, a função de uma instituição, por exemplo, consiste na correspondência que se dá entre ela e alguma necessidade básica da sociedade.

III- Apreciação Crítica da Obra

Com a leitura desta obra concluí que factos sociais são comportamentos cognitivos dos indivíduos, ou seja, o facto social não é mais do que um comportamento do indivíduo perante a sociedade. Uma das teorias que eu considero mais homogénea à teoria individualista do facto social sugerido por Émile Durkheim é a teoria dos três estados do pensamento humano e da explicação sociológica criada por Auguste Comte.

Comte criou uma teoria que tinha por base a explicação dos factos sociais através de três estados: o estado metafísico, o estado teológico e o estado positivista.

O primeiro estado de explicação sociológica dos factos sociais é o estado teológico que tinha por base a explicação através de factos religiosos, ou seja, as razões dos factos eram atribuídos às divindades, ou seja, a eles. Este estado era principalmente proveniente das sociedades greco-romanas.

O segundo estado do pensamento humano é de explicação dos factos sociais, o estado metafísico consistia na explicação dos factos dados na natureza, isto é, todos os acontecimentos eram explicados por via da natureza.

O terceiro e último estado segundo Auguste Comte era o estado positivista, que era o grande objetivo do mesmo, consistia

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