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A relação entre indivíduo e sociedade - Weber, Durkheim e Marx

Por:   •  5/12/2017  •  1.836 Palavras (8 Páginas)  •  694 Visualizações

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O autor ressaltava o fato de a sociedade não ser homogênea, sendo constituída por classes sociais, que se mantêm por meio de ideologias dos que possuem controle dos meios de produção e cuja existência "vincula-se a circunstâncias históricas específicas, quais sejam, aquelas em que a criação de um excedente possibilita a apropriação privada das condições de produção" (Quintaneiro, p. 38, 2003). Consequentemente, os indivíduos de uma sociedade devem ser analisados de acordo com o contexto de suas condições sociais, já que produzem sua existência em grupo, e as relações sociais decorreriam dos modos de produção.

Na análise marxista, o indivíduo isolado só surge efetivamente na sociedade capitalista de livre concorrência. "Em todas as formas de sociedade, é uma produção determinada e as relações por ela produzidas que estabelecem todas as outras produções e as relações a que elas dão origem, a sua categoria e a sua importância. É como uma iluminação geral que modifica as tonalidades particulares de todas as cores" (Marx, p. 235, 1973).

Uma relação entre um patrão e um empregado, por exemplo, não seria somente uma relação entre indivíduos, mas sim uma relação entre duas classes sociais diferentes: a burguesia e o proletariado. As condições que permitem esse relacionamento entre ambos são definidas pela luta de classes, já que trabalhadores e empresários possuem interesses opostos. Essa relação que permite a existência da sociedade, a qual não pode ser conceituada como um "todo harmônico", ou seja, a sociedade não tenderia a buscar a funcionalidade perfeita, como para Durkheim. O conflito da luta de classes e o antagonismo entre capital e trabalho é o que move a história.

O foco da teoria de Marx, como pode ser notado, encontra-se nas classes sociais e na luta de classes. Ele não prioriza o indivíduo e suas motivações sem enfatizar todo o contexto das condições materiais da sociedade e as relações com os meios de produção, estando particularmente focado em estudar a sociedade capitalista. Ele crê que falta ao trabalhador a consciência de classe para superar a ideologia dominante do sistema capitalista e, possivelmente, realizar uma revolução – transformando, assim, a sociedade.

“A premissa da análise marxista da sociedade é, portanto, a existência de seres humanos que, por meio da interação com a natureza e com outros indivíduos, dão origem à sua vida material” (Quintaneiro, p. 30, 2003).

O pesquisador deve, além de descrever a realidade, especificar como ela se produz e reproduz. O cientista social adquire um papel revolucionário pois, a partir dessa análise, deve identificar possibilidades de transformação e consequente superação da sociedade em questão.

De acordo com Max Weber, a sociologia tem como foco a ação social: "pretende entender, interpretando-a, a ação social para, dessa maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos".

A preocupação principal desse autor é compreender os indivíduos e suas ações, tomado como base de seus estudos a ação social, que pode ser conceituada como uma conduta humana que tem em vista a ação de outro agente - ou seja, todo ato de se relacionar executado por um indivíduo em relação ao outro e aos respectivos atos destes. "A explicação sociológica busca compreender e interpretar o sentido, o desenvolvimento e os efeitos da conduta de um ou mais indivíduos referida a outro ou outros - ou seja, da ação social, não se propondo a julgar a validez de tais atos nem a compreender o agente enquanto pessoa" (Quintaneiro, p. 104, 2003). Segundo Weber, nenhum indivíduo faz algo sem intenção ou finalidade; este indivíduo não está pressionado por estruturas sociais; e nenhum fenômeno pode ser explicado por apenas uma causa.

Weber agrupou as ações individuais em quatro categorias: a ação tradicional, que tem por base costumes arraigados, tradições familiares ou hábitos; a ação efetiva, que se fundamenta nos sentimentos, satisfação de necessidades e desejos; a ação racional com relação aos valores, que tem por base valores éticos, religiosos e convicções tais como dever, dignidade e sabedoria; e a ação racional com relação a fins, pela qual o indivíduo pensa antes de agir e busca um produto final. Essas ações, no entanto, não existem em estado puro, são apenas "tipos ideais". Segundo Weber, os indivíduos quando agem no cotidiano mesclam tipos de ações sociais diferentes. Vale, também, destacar que ação social não é sinônimo de ação influenciada, que ocorre em fenômenos de massa.

Weber defende que as regras e costumes sociais estão internacionalizadas nos indivíduos e este escolhe suas condutas e comportamentos dependendo das circunstâncias. Na visão do autor: “As ideias coletivas, como o Estado, o mercado econômico, as religiões, só existem porque muitos indivíduos orientam reciprocamente suas ações num determinado sentido. Estabelecem, dessa forma, relações sociais que têm de ser mantidas continuamente pelas ações individuais” (Tomazi, p. 20, 2000).

Além da ação social, Max também analisa o conceito de poder e os sistemas de dominação legítima que perpetuam determinado poder. Tais sistemas são: a dominação tradicional, dada através do costume, hábito ou cultura; a dominação carismática, que ocorre quando um indivíduo submete outros à sua vontade, utilizando-se de elementos como admiração, sensação de proteção e carisma; e a dominação legal ou racional, concernente à burocracia, estabelecimento de normas, leis e diretrizes de funcionamento que visam uma maior eficácia das relações.

Em suma, considerando toda a análise de Weber, os indivíduos e suas ações que formam a sociedade, sendo o indivíduo preponderante à sociedade. A partir da busca pela compreensão dos indivíduos das razões e motivações que geram seus atos, o autor visa entender a sociedade como um todo, tomando como foco as ações sociais.

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Referências bibliográficas

TOMAZI, Nelson D. [et al.]. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000.

QUINTANEIRO,

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