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A INDISCIPLINA DO DISCENTE

Por:   •  14/1/2018  •  3.531 Palavras (15 Páginas)  •  250 Visualizações

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Por tanto antes de julgar o comportamento de alguns é preciso verificar a realidade da escola, da família, o psicológico, o social, além de muitos outros.

Indisciplina lidera a lista de queixas. Pesquisa realizada por NOVA ESCOLA e Ibope em 2007 com 500 professores de todo o país revelou que 69% deles apontavam a indisciplina e a falta de atenção entre os principais problemas da sala de aula. Só quem sente na pele a questão no cotidiano tem a real dimensão de como o problema é desgastante, levando ao desestímulo com a profissão e, muitas vezes, até ao abandono.

Objetivo especifico

Construir junto com os alunos regras de convivência que melhorem ou pelo menos diminua os problemas disciplinares. E cada discente terá prazer em cumpri as regras da escola porque ele também fez parte desse trabalho isso acaba criando um senso de responsabilidade no aluno.

Objetivo geral

Analisar quais os motivos da indisciplina na escola ter crescido tanto nos últimos anos. Com essa resposta na mão poderemos mudar ou amenizar a historia da indisciplina na escola.

Referencias teóricas

A (in)disciplina escolar na perspectiva de Piaget

A questão da indisciplina no cotidiano escolar, analisada sob a perspectiva da teoria de Piaget, nos leva à reflexão sobre sua concepção do desenvolvimento da moralidade. O estabelecimento de regras e a maneira como os alunos percebem essas regras está na base desta reflexão sobre a indisciplina, pois, ao discutir as relações entre moralidade e indisciplina, devemos estar atentos aos princípios subjacentes às regras implantadas e elaboradas pela escola: em especial, o princípio de justiça e a forma como a regra é estabelecida, ou seja, se o princípio é o da coação, por exemplo. Assim, ao considerarmos um ato indisciplinado ou não, necessitamos conhecer a natureza das regras que regem o grupo ao qual o sujeito pertence e a forma como as regras foram estabelecidas.

Tal questão polêmica deve ser tratada em sua complexidade e na relação dialética entre a noção de justiça e o respeito às regras as quais, em Piaget1, desenvolvem-se dentro de um processo psicogenético de evolução.

A partir da análise dos jogos de regras, Piaget1 identifica as etapas do processo de conscientização das mesmas. Na etapa da anomia, há a ausência de regras, por desconhecimento e pela falta de necessidade destas, pois a criança brinca para satisfazer suas necessidades motoras. Na fase da heteronomia, a criança percebe a existência de regras, mas sua fonte é externa, é determinada pelo adulto, não faz parte da brincadeira. Finalmente, quando atinge a autonomia, a fonte de existência das regras é o próprio indivíduo na sua relação com o outro. Piaget julga que o desenvolvimento do juízo moral segue as mesmas etapas. A disciplina, portanto, pode ser analisada a partir da interação estabelecida pelo indivíduo em relação a um conjunto de regras.

Piaget pesquisa, também, as concepções infantis relacionadas ao dever moral, percebendo que, inicialmente, o dever é heterônomo, caracteriza-se por um respeito unilateral à ordem determinada, geralmente pelo adulto responsável. A primeira moral da criança é a da obediência e o primeiro critério do bem é, durante muito tempo para os pequenos, a vontade dos pais. A moral da primeira infância fica, com efeito, essencialmente heterônoma, isto é, dependente de uma vontade exterior, a dos seres respeitados ou dos pais. Logo, os primeiros valores morais são moldados a partir da regra recebida; por meio do respeito unilateral, esta regra é tomada ao pé da letra e não em sua essência. A descrença na lei estabelecida pelo adulto acontece quando este diz uma coisa e faz outra.

Na fase intermediária de interiorização e generalização das regras, a criança passa a respeitar a regra em si e não às ordens do adulto. Ao atingir a próxima fase, a da autonomia, a criança passa a conceber o dever como sendo decorrente da reciprocidade, tornando-se capaz de uma certa reflexão, coordenando suas ações com as dos outros. A criança pode cooperar porque não confunde mais seu ponto de vista com o dos outros; é capaz de dissociar seu ponto de vista para coordená-lo com o dos outros e, assim, as discussões tornam-se possíveis. Ao analisar uma situação sob o ponto de vista do outro, colocando-se em seu lugar, é capaz de distanciar-se de suas concepções e compreender, não necessariamente aceitando, a posição adotada pelo outro frente à situação. Surge o sentimento de respeito mútuo baseado na cooperação, na colaboração e na solidariedade. Ou seja, aparece o sistema de coordenações sociais e individuais, produzindo uma moral de cooperação e de transição para a autonomia pessoal, em oposição à moral intuitiva de heteronomia, característica das crianças do período precedente. Com a autonomia, o indivíduo é capaz de discernir entre o certo e o errado, a partir de sua moral interna: as regras passam a serem internalizadas e sua percepção sobre o respeito a elas está regida pelos princípios de justiça característicos de sua sociedade.

"Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras"1. Podemos concluir que, apesar de Piaget não se referir ao tema indisciplina, a revolta às regras ou o desconhecimento delas pode ser um dos fatores determinantes nos atos de indisciplina. Indivíduos autônomos não são, necessariamente, indivíduos disciplinados, mas, sem dúvida, são indivíduos capazes de analisar as regras e, a partir de sua reflexão, posicionar-se em relação a elas.

A (in)disciplina escolar na perspectiva da teoria do amadurecimento de Winnicott

Winnicott não abordou especificamente o tema indisciplina escolar. Entretanto, em sua teoria do amadurecimento, encontramos conceitos relevantes, os quais podem fornecer pistas ao professor para o entendimento e enfrentamento da indisciplina na sala de aula. Referimo-nos aos conceitos de agressividade, de privação/deprivação, de tendência anti-social e de espaço potencial.

No entanto, antes de explorarmos estes conceitos, é necessário expor que, na perspectiva winnicottiana, o homem é compreendido na relação mantida com o ambiente. A interação com o ambiente, inicialmente, é a relação do bebê com a mãe (dependência absoluta), do qual depende para constituir-se como humano. A relação com o ambiente iniciada com a mãe estende-se na relação com o

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