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A CRIAÇÃO ARTÍSTICA - CAZUZA

Por:   •  12/11/2018  •  1.946 Palavras (8 Páginas)  •  415 Visualizações

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Adentrou a banda Barão Vermelho .Com uma produção barata e gravado em apenas dois dias, é lançado em 1982 o primeiro álbum da banda, Barão Vermelho .Das canções mais importantes, destacam-se "Bilhetinho Azul", "Ponto Fraco", "Down Em Mim" e "Todo Amor Que Houver Nessa Vida". Apesar de ser aclamado pela crítica, o disco vendeu apenas sete mil cópias. Depois de alguns shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, a banda voltou ao estúdio e com uma melhor produção gravou o disco Barão Vermelho 2, lançado em 1983. Esse disco vendeu 15 mil cópias. Foi nessa fase que, durante um show no Canecão, Caetano Veloso apontou Cazuza como o maior poeta da geração e criticou as rádios por não tocarem a banda. Na época as rádios só tocavam pop brasileiro e MPB. O rótulo de "banda maldita" só abandonou o Barão Vermelho quando o cantor Ney Matogrosso gravou "Pro Dia Nascer Feliz". Cazuza deixou a banda a fim de ter liberdade para compor e se expressar, musical e poeticamente. Em julho de 1985, durante os ensaios do quarto álbum, Cazuza deixou o Barão Vermelho para a seguir carreira solo. Suspeita-se que nesse mesmo ano começou a ter febre diariamente, indícios da AIDS que se agravaria anos depois.

Nesta época, suspeita-se que Cazuza já tivesse contraído o vírus da Aids. A partir de 1987, Cazuza contraiu pneumonia, doença em decorrência da Aids. Mais tarde, ele viajou aos EUA para fazer um tratamento com AZT. Em 1988, lançou o álbum Ideologia e, no mesmo ano, gravou O Tempo Não Para. Seu último álbum em vida foi Burguesia (1989). Em fevereiro de 1989, Cazuza declarou publicamente ser soropositivo e apareceu de cadeiras de rodadas para receber um prêmio pelo álbum Ideologia. Bastante debilitado, ele morreu aos 32 anos por conta de um choque séptico causado pela AIDS.

- DESENVOLVIMENTO

2.1 Processo de Criação Artística

A criação artística é um processo comunicativo que valoriza os conceitos de criatividade e de arte. Enquanto a criatividade é um processo ordenador e configurador do que assimilamos da realidade mas ultrapassa-a ao alargar-se ao mundo do imaginário, a arte, por seu turno, implica o belo, a beleza e as edução. A criação artística implica uma capacidade de transmutação de experiências e alimenta-se das condições que dão acesso ao sentir da beleza. Este sentir associa-se à sedução que o mesmo objeto cria. Fernando Pessoa considera que a criação artística implica a concessão de novas relações significativas, graças à distanciação que faz do real. O poeta parte da realidade, mas distancia-se, graças à interação entre a razão e a sensibilidade, para elaborar mentalmente a obra de arte. Desde sempre, o Homem recorreu à criação artística como arma de comunicação e, por vezes, de protesto, de intervenção e defesa. Mas, enquanto uns a consideravam uma necessidade de expressão e realização ou de tomada de consciência, outros censuravam-na ou receavam-na, precisamente por isso. Na criação da obra de arte, são fundamentais a liberdade do indivíduo e a vitalidade do povo. Esta vitalidade é apreendida pelo artista, que assume um papel importante na consciência de um país ou de uma cultura.

O dilema e a grande dificuldade de qualquer forma de expressão de arte actualmente existente - ou ainda a ser desenvolvida - reside no facto da multiplicidade e diversidade da natureza do meio do realizador, bem como de seu modus operandi.

A priori não poderia existir uma única fórmula que fosse apreendida e ensinada como um padrão efetivo no processo da criação conceitual e artística.

Tais fatos ficam bastante claros ao tentar se investigar o processo criativo que deram origem as composições do músico e poeta Cazuza. Suas inspirações e motivações e devido a natureza extremamente subjetivas destas, tornam extremamente difícil identificá-las. Essas perguntas somente poderiam ser completamente e satisfatoriamente respondidas pelo próprio artista e é neste ponto, que se encontram as maiores dificuldades. Há poucas entrevistas em que explicitamente o próprio artista relata seu processo criativo e consequentemente suas inspirações e motivações.

De uma forma geral, a inspiração e motivações das composições de Cazuza se deram a partir de sua própria forma de ver o mundo, dentro de seu estilo de vida único e de certa forma, caótico, anárquico e contestador dos valores morais de seu tempo. Essa afirmação fica bem evidente ao analisar sua bibliografia e confrontá-las com as letras de suas músicas.

Desta forma, a seguir, vamos descrever algumas de suas obras que foi encontrado registros que descrevem o processo criativo ou as inspirações e motivações das letras compostas por Cazuza.

2.2 Motivações e Inspirações da Letra Codinome Beija-Flor

Pra que mentirFingir que perdoouTentar ficar amigos sem rancorA emoção acabouQue coincidência é o amorA nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educaçãoPra destilar terceiras intençõesDesperdiçando o meu melDevagarzinho, flor em florEntre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amorEm um codinome, Beija-florNão responda nunca, meu amorPra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podiaDentro da tua orelha friaDizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordadaUm jeito de não sentir dorPrendia o choro e aguava o bom do amorPrendia o choro e aguava o bom do amor

Cazuza- Codinome Beija-Flor

A música "Codinome Beija-Flor" foi inspirada em um pássaro que passava na janela, quando estava no hospital em uma maca, porem o beija-flor que ele havia visto era uma andorinha. Cazuza havia confundido os pássaros.

2.3 Motivações e Inspirações da Letra O Tempo Não Para

Disparo contra o solSou forte, sou por acasoMinha metralhadora cheia de mágoasEu sou um caraCansado de correrNa direção contráriaSem pódio de chegada ou beijo de namoradaEu sou mais um cara

Mas se você acharQue eu to derrotadoSaiba que ainda estão rolando os dadosPorque o tempo, o tempo não para

Dias sim, dias nãoEu vou sobrevivendo sem um arranhãoDa caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratosTuas ideias não

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