A ARTE BARROCA
Por: Juliana2017 • 23/12/2018 • 1.745 Palavras (7 Páginas) • 493 Visualizações
...
Nas pinturas era comum os ponto de vista medieval e os ideais renascentistas, ou seja, havia a mistura da luz e da sombra nas pinturas, a literatura combinava a mistura dos pensamentos racionais com os irracionais. A imagem das divindades tomavam formas humanas, na mistura entre homem e Deus, a fé e a razão, os seres celestiais nas pinturas se transformaram em homem e mulher.
Como já percebido que no movimento havia um contraste entre coisas opostas, chamada de culto do contraste. Nele os extremos são colocados em um mesmo lugar e mesma obra, como forma de aproximação do diferentes, como a junção do sagrado e do profano, a juventude e a velhice.
Características
Todo o pernosticismo presente na arte e literatura Barroca é o reflexo dos conflitos dualistas entre o sagrado e o profano como foi falado anteriormente, o homem (antropocentrista) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo presente no período renascentista.
- A arte da contrarreforma- A ideologia do Barroco é fornecida pela Contrarreforma. Em nenhuma outra época se produziu tamanha quantidade de igrejas, capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais. As obras de arte deviam falar aos fiéis com a maior eficácia possível, mas em momento algum descer até eles. A arte barroca tinha que convencer, conquistar e impor admiração.
- Conflito entre corpo e alma- O Renascimento definiu-se pela valorização do profano, pondo em voga o gosto pelas satisfações mundanas. Os intelectuais barrocos, no entanto, não alcançam tranquilidade agindo de acordo com essa filosofia. A influência da Contrarreforma fez com que houvesse oposição entre os ideais de vida eterna em contraposição com a vida terrena e do espírito em contraposição à carne. Na visão barroca, não há possibilidade de conciliar essas antíteses: ou se vive a vida sensualmente, ou se foge dos gozos humanos e se alcança a eternidade. A tensão de elementos contrários causa no artista uma profunda angústia: após arrojar-se nos prazeres mais radicais, ele se sente culpado e busca o perdão divino. Assim, ora ajoelha-se diante de Deus, ora celebra as delícias da vida.
- O tema da passagem do tempo- O homem barroco assume consciência integral no que se refere à fugacidade da vida humana (efemeridade): o tempo, veloz e avassalador, tudo destrói em sua passagem. Por outro lado, diante das coisas transitórias (instabilidade), surge a contradição: vivê-las, antes que terminem, ou renunciar ao passageiro e entregar-se à eternidade?
- Forma tumultuosa- O estilo barroco apresenta forma conturbada, decorrente da tensão causada pela oposição entre os princípios renascentistas e a ética cristã. Daí a frequente utilização de antíteses, paradoxos e inversões, estabelecendo uma forma contraditória, diplomática. Além disso, a utilização de interrogações revela as incertezas do homem barroco frente ao seu período e a inversão de frases a sua tentativa na conciliação dos elementos opostos.
- Cultismo- O cultismo caracteriza-se pelo uso de linguagem rebuscada, culta, extravagante, repleta de jogos de palavras e do emprego abusivo de figuras de estilo, como a metáfora e a hipérbole
- Conceptismo-Já o conceptismo, que ocorre principalmente na prosa, é marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, nacionalista, que utiliza uma retórica aprimorada. A organização da frase obedece a uma ordem rigorosa, com o intuito de convencer e ensinar.
Figuras de linguagem
As figuras de estilo mais comuns nos textos barrocos reforçam a tentativa de apreender a realidade por meio dos sentidos.
- Metáfora- É uma comparação implícita.
- Antítese- Reflete a contradição do homem barroco, seu dualismo. Revela o contraste que o escritor vê em quase tudo.
- Paradoxo- Corresponde à união de duas ideias contrárias num só pensamento. Opõe-se ao racionalismo da arte renascentista.
- Hipérbole- Traduz ideia de grandiosidade, pompa
- Prosopopeia- Personificação de seres inanimados para dinamizar a realidade.
Barroco em Portugal
O Barroco em Portugal inicia-se durante o período de colonização do Brasil e de diversos conflitos com os holandeses que tentavam conquistar parte do território além-mar. Além disso, o surgimento da União Ibérica, diversas contendas com a Espanha e a Guerra de Restauração, enfraqueciam ainda mais o país, despontando uma grande crise econômica, política e social.
O Barroco em Portugal teve início em 1580, ano da morte de Luís de Camões, um dos maiores escritores clássicos de língua portuguesa. Esse período vigorou em Portugal até 1756, com a fundação da Arcádia Lusitânia e o surgimento de um novo estilo.
O Barroco Literário em Portugal teve como maior representante o padre Antônio Vieira e suas obras “Sermões”, escritas em estilo conceptista.
Lembrando que o Barroco (ou Seiscentismo) é uma escola literária anterior ao Arcadismo (Setecentismo) e posterior ao Classicismo.
O estilo barroco floresceu nas artes (arquitetura, pintura, literatura e a música) europeias a partir do século XVII.
Em Portugal, além da literatura, pintura e escultura, a arquitetura teve grande destaque, sobretudo a arquitetura jesuítica, conhecida como arquitetura chã (estilo chão).
Barroco no Brasil
O Barroco no Brasil foi introduzido por intermédio dos jesuítas, no fim do século XVI. Só partir do século XVII, generaliza-se nos grandes centros de produção açucareira, especialmente na Bahia, através das igrejas.
Passada a fase do Barroco baiano, suntuoso e pesado, o estilo atingiu no século XVIII a província de Minas Gerais. Aí Aleijadinho (1738-1814) elaborou uma arte profundamente nacional.
Nessa época não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária propriamente dita. O que se viu foi alguns escritores se espelhando nas fontes estrangeiras, geralmente nos portugueses e espanhóis.
Artistas Barrocos brasileiros
- Bento Teixeira (1561-1618)
- Gregório Matos (1633-1696)
...