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USO DO RACIOCÍNIO ANALÓGICO NA CONCEPÇÃO PROJETUAL EM ENSINO INTRODUTÓRIO DE PROJETO ARQUITETÔNICO

Por:   •  22/5/2018  •  2.592 Palavras (11 Páginas)  •  309 Visualizações

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Frente a essas questões, o uso do raciocínio analógico pode constituir uma ferramenta capaz de estimular e auxiliar o processo de concepção arquitetural, especificamente na fase inicial da aprendizagem...

5 – Sendo assim o ato de projetar arquitetura constitui um desafio ao ensino. E o exercício do raciocínio analógico pode contribuir e auxiliar no processo de construção arquitetal, dando ao aluno que não tem experiência no ato de projetar.

para tentar resolver o paradoxo de Mênon, pois parte-se de domínios mais familiares ao estudante (um elemento da natureza, por exemplo), para relacionar aos domínios desconhecidos, no caso, o projeto e a projetação...

Pensar em termos de analogia envolve a transferência de conhecimento prévio de uma situação conhecida (chamada de fonte), para uma situação que deve ser solucionada (chamado de alvo) (Gentner, 1983; Novick, 1988; Vosniadou, 1989)...

Um número significativo de autores refere-se à analogia, ao falar sobre criatividade, resolução de problemas e aprendizagem, seja de maneira geral, ou especificamente no campo da arquitetura e do ensino de projeto.

6 – Consiste a analogia uma facilitadora no exercício de criatividade ao ato de projetar. Consiste também em uma arma que poderá ser utilizada por alunos iniciantes, com intuito estratégico para tentar resolver o paradoxo e que também envolve uma transferência de conhecimento.

Broadbent, Crowe e Laseau, e Antoniades (34) ressaltam o uso das analogias, junto às referências visuais e metáforas, pelos arquitetos. Profissionais como Antoni Gaudí, Santiago Calatrava e Oscar Niemeyer apresentam uma reconhecida produção que comprova tais usos. Outros arquitetos renomados, como Le Corbusier, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, apresentam discursos que remetem a analogias e metáforas visuais em seus processos de concepção...

7 – Muitos autores referem-se a analogia como um exercício da criatividade e resoluções de problemas, aprendizagem no ensino da arquitetura e projeto. Alguns autores relatam o uso da analogia como referencias usuais e metafóricas utilizadas pelos professores e profissionais de arquitetura.

Há ainda autores que, embora não mencionem diretamente a analogia, fazem referência a processos criativos que lhe são intimamente ligados. Schön, por exemplo, explica como, diante de uma situação-problema nova e única, é possível utilizar-se o que já se sabe para ajudar a resolvê-la, através de vinculações, comparações, transferências, adaptações e generalizações. Ele ressaltou a capacidade de...

“ver a situação não-familiar tanto como semelhante quanto como diferente da familiar [...] A situação familiar funciona como um precedente, ou uma metáfora, ou ainda, na frase de Thomas Kuhn (1977), um exemplo para a situação não-familiar” (43).

Em seu estudo sobre métodos de estímulo à criatividade e sua aplicação em arquitetura, Bianchi (44) ouviu professores de 28 escolas de arquitetura, sendo 14 brasileiras e 14 estrangeiras. Seus resultados revelam que atividades que desenvolvem conceitos de associação, como analogia e metáfora, estão entre as mais utilizadas pelos docentes brasileiros e estrangeiros, durante todo o curso, principalmente nas disciplinas de projeto de arquitetura. As maiores vantagens apontadas pelos entrevistados para esses métodos foram: ampliação do repertório discente; aumento das possibilidades de projeto; investigação de soluções diversas para resolução de problemas; exploração do pensamento lateral (45).

Contudo, Bianchi menciona ter encontrado escassos registros sobre a aplicação formal dos métodos de incentivo à criatividade, inferindo que eles, muitas vezes, são aplicados intuitivamente, de maneira não organizada (46). A autora não se deteve em perquirir a maneira como os métodos são aplicados junto aos alunos. Casakin (47) também afirma que há pouca informação sobre as diferentes experiências relacionadas ao uso da analogia visual em projetos. Chupin (48) alerta para os trabalhos que se utilizam da analogia, mas que carecem de rigor científico, não dando conta satisfatoriamente da elaboração de raciocínios, hipóteses e conclusões possíveis. Segundo ele, apenas em uma pequena quantidade de pesquisas podem-se identificar os princípios e modalidades das inferências analógicas que os estudantes de arquitetura devem apreender, para utilizarem no processo projetual.

Portanto, não obstante o uso expressivo do raciocínio analógico no campo da arquitetura e do seu ensino, a literatura sobre analogia, ao que parece, pouco avançou no que se refere a aprofundar-se na elucidação e sistematização de seus procedimentos e no registro metodológico e crítico de experiências práticas de sua aplicação no ensino-aprendizagem de projeto. Tenta-se aqui lançar alguma luz sobre essas questões pouco discutidas.

8 – Alguns autores ainda fazem referência a processos criativos com o uso da analogia, mas o que realmente parece pouco avançou em elucidar sistematicamente no campo do raciocínio analógico com relação a aprendizagem de um projeto.

Segundo Chupin, a conduta para o projeto, em suas várias manifestações profissionais e pedagógicas, exige múltiplas operações analógicas, em níveis que envolvem a investigação do projeto...

Figuras do discurso, pensamento visual, pensamento tectônico, hipóteses ou raciocínios, as analogias atuam no projeto de arquitetura e também pelo projeto. Elas contribuem para as etapas fundamentais da concepção e da realização e agem, pelo menos, em três níveis diferentes: o nível heurístico, o nível retórico e o nível teórico...

Chupin também crê que o uso da analogia na arquitetura envolve as etapas do projeto, além dos seus níveis (investigação, discurso, teoria)...

E afirma que, no contexto pedagógico, é papel do professor construir situações que permitam ao aluno ter experiências adequadas às distintas etapas da edificação de um projeto....

9 – A investigação de procedimentos analógicos constituem em variantes manifestações profissionais e pedagógicas. Elas constituem em etapas de concepções fundamentais de três níveis: o nível heurístico, o nível retórico e o nível teórico. E portanto da ao professor um papel importante, em construir situações que prestam ao aluno ter experiências adequadas, para a construção do projeto.

Nessa classificação, as analogias dedutivas e indutivas referem-se respectivamente, de forma mais simplificada e sucinta, a duas das concepções em que se dividem os estudos

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