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CULTURA, PODER E DECISÃO NA ORGANIZAÇÃO FAMILIAR BRASILEIRA.

Por:   •  14/11/2018  •  1.034 Palavras (5 Páginas)  •  395 Visualizações

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As técnicas utilizadas permitiram levantar dados sobre as relações de poder e processo decisório, possibilitando a percepção e condensação dos núcleos de pensamento. Os resultados obtidos podem ser resumidos em dez fatores que caracterizam as relações de poder e cultura na organização familiar brasileira e a influência destes no processo decisório. De modo geral, os pontos levantados foram: Super valorização de relações afetivas; Valorização da antiguidade; Exigência de dedicação, postura de austeridade e expectativa de alta fidelidade; Dificuldades no processo decisório relacionadas à separação de aspectos emocionais e racionais; Autoritarismo e paternalismo; Preferência por comunicação verbal e contatos pessoais; Posturas centralizadoras, autoritárias e paternalistas; Processo decisório centralizado, com padrão espontâneo e improvisado; Processos decisórios rápidos e arriscados com dificuldades para atingir os objetivos; Provisão de cargos, promoções e premiações considerando critérios como confiança, lealdade e antiguidade dos funcionários.

Na empresa estudada foram encontradas semelhanças com dados de outros trabalhos os quais destacam a presença de lealdade dos funcionários, relações de confiança, estabilidade de emprego, valorização da antiguidade, diretores sensíveis social e politicamente em relação aos subordinados e continuidade da administração.

Foram detectadas também desvantagens das empresas familiares em relação a outros tipos de organizações como personalização dos problemas administrativos, falta de disciplina, falta de sistemas de planejamento e controle, uso indevido dos recursos da empresa por familiares, utilização de critérios como familiaridade para contratação e promoções. Todos esses fatores certamente interferem nos resultados da empresa e, apesar da diretoria ter consciência desses aspectos nos resultados da empresa, parece não haver disposição para modificá-las.

Assim, há propostas de inovações que são cabíveis nesse contexto e surgem partindo de indicativos econômicos, tais como investimento na profissionalização dos funcionários, formulação de plano estratégico, atualização tecnológica, entre outras. A abertura de capital, embora pareça a solução para a sobrevivência da empresa familiar a curto e médio prazos, a longo prazo significa a transformação da empresa familiar em não-familiar. O cooperativismo, a formação e o fortalecimento de confederações e sindicatos indicam um caminho para a possibilidade de discussão, negociação e construção de soluções criativas.

Portanto, a empresa familiar estudada configura traços da cultura brasileira em todas as suas relações, inclusive as de poder, as quais influenciam fortemente no processo decisório. A autora finaliza propondo que é somente por meio do fortalecimento das pequenas e médias empresas brasileiras que se poderá enfrentar a exclusão social, que tem suas bases no desemprego, miséria e desigualdade social, que se incrementa a cada vez que uma pequena ou média empresa nacional é fechada ou vendida para uma multinacional.

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