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Análise Crítica da Restauração da Igreja Matriz de Pirenópolis

Por:   •  5/10/2018  •  1.388 Palavras (6 Páginas)  •  305 Visualizações

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- LINHAS DE RESTAURO ADOTADAS

No restauro da Igreja, percebe-se uma necessidade de reviver o passado reconstruindo a edificação exatamente com as mesmas características anteriores ao incêndio. Há uma fidelidade à originalidade e uma procura pelos pedaços das peças originais para compor o restauro, como defendida na linha de restauro arqueológico. A linha arqueológica ampara também a distinção das novas peças com as peças originais, assim citado também na Carta de Veneza (1964) e na Carta do Restauro (1972), a fim de que a restauração não falsifique o documento de arte e de história. Encontra-se essa distinção no interior da Igreja, mas não em seu exterior, onde as partes destruídas foram substituídas por peças exatamente iguais às anteriores. Esta atitude tomada pela construtora colabora para uma invenção da memória, excluindo da história o incêndio ocorrido em 2002 e todo o processo de restauração. É como se a construção ali presente fosse a mesma construída em 1728, bem preservada e conservada, e quem não conhece sobre o incêndio continuará não tendo conhecimento ao observá-la. Ela não conta sua história recente. Segundo o artigo 9º presente na Carta de Veneza, “no plano das reconstituições conjeturais, todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo. ” A Carta também cita a necessidade de fundamentar o restauro no respeito ao material original e aos documentos históricos, ato presente no restauro da Igreja Matriz de Pirenópolis e defendido pela linha de restauro histórico.

No interior da edificação, há indícios da linha de restauro crítico, que apoia a preservação dos traços históricos e também o restabelecimento da unidade potencial da obra através do restauro sem cometer um falso histórico e sem cancelar qualquer traço da passagem da obra no tempo. Essas características estão presentes no interior da Igreja, onde parte das ornamentações e da pintura não foram refeitas para mostrar a história do incidente ocorrido.

- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A restauração da Igreja Matriz de Pirenópolis, efetuada pela construtora Biapó, restituiu o volume da Igreja na paisagem exatamente com as características anteriores ao incêndio, não diferenciando as adições feitas. Para mim, uma obra que sofreu grande destruição e foi restaurada precisa mostrar ao observador o ocorrido, pois faz parte de sua história. O restauro da Igreja do modo como foi feito criou um falso histórico, um cenário onde não sabemos o que é real, pois não há indício algum de sua história recente observando seu exterior. Meu método de restauro seria baseado na linha de restauro crítico, preservando os traços históricos e restabelecendo a unidade potencial da obra sem cometer um falso histórico e sem cancelar qualquer traço da passagem da obra no tempo. Se as destruições tiverem causado a perda da unidade figurativa, eu não reconstruiria, como determinado nessa linha teórica ou, caso necessário, eu faria baseado em documentos e distinguiria do original, mantendo o equilíbrio, como proposto na linha de restauro moderno.

- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A REDAÇÃO. A igreja que renasceu das cinzas. 2012. Disponível em: Acesso em 28 de maio de 2017.

ICOMOS. Carta de Veneza. 2º Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos Históricos. Veneza, 1964.

KUHL, B. M. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização: Problemas teóricos de restauro. 1ª ed. [S.I.]: Ateliê Editorial, 2009. 328 p.

MINISTÉRIO DE INSTRUÇÃO PÚBLICA DA ITÁLIA. Carta do Restauro. Itália, 1972.

PIRENÓPOLIS TUR. A igreja matriz de Nossa Senhora do Rosário. Disponível em: Acesso em 28 de maio de 2017.

VIÇOSA CIDADE ABERTA. A polêmica reconstrução de monumentos históricos. 2009. Disponível em: vicosacidadeaberta.blogspot.com.br/2009/01/polmica-reconstruo-de-monumentos.html> Acesso em 28 de maio de 2017.

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