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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TIC) NA EDUCAÇÃO ESPECIAL DE DEFICIENTES AUDITIVOS

Por:   •  29/6/2018  •  2.271 Palavras (10 Páginas)  •  354 Visualizações

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Nos dias de hoje cada vez mais, as TICs se fazem presente no sistema educativo, uma vez que a nossa sociedade se rendeu às novas tecnologias e suas infinitas possibilidades. Desta forma, tornou-se dever das escolas promover e dispor tecnologias de apoio que se adequam ao perfil de funcionalidade dos alunos com necessidades educativas especiais. Através desse novo auxílio tecnológico, estes alunos poderão ter acesso às mesmas oportunidades educativas que os restantes colegas.

Conforme confirma Mantoan (2000) apud Bortolozzo e Cantini (2008, p3):

Para se tornarem inclusivas, acessíveis a todos os seus alunos, as escolas precisam se organizar como sistemas abertos, em função das trocas entre seus elementos e com aqueles que lhe são externos. Os professores precisam dotar as salas de aula e os demais espaços pedagógicos de recursos variados, propiciando atividades flexíveis, abrangentes em seus objetivos e conteúdos, nas quais os alunos se encaixam, segundo seus interesses, inclinações e habilidades”.

Grande parte dos problemas enfrentados no processo educacional das pessoas surdas refere-se ao acesso às informações: barreiras tecnológicas, educacionais, culturais, sociais e econômicas, que impedem ou dificultam o acesso à informação e a interação. Se considerarmos apenas o aspecto da comunicação e da informação, nos deparamos hoje com a supremacia da cultura audiovisual, observada na profusão de meios cada vez mais sofisticados de transmissão de sons e especialmente visuais, num processo criativo inesgotável. A partir disso e da constatação científica dos processos de aprendizagem essencialmente visuais específicos das pessoas surdas tal como o tato e a audição para as pessoas cegas, estão sendo reconfiguradas as propostas educativas, priorizando a experiência visual e utilizando as TICs como ferramentas pedagógicas. Isto inclui a leitura e a escrita, não no que se reporta aos seus aspectos sonoro-auditivos, mas aos visuais e inclui principalmente a leitura e produção de imagens visuais veiculadas pelas TICs, em especial a televisão e a Internet.

Sabemos que uma das principais dificuldades de aprendizado dos alunos surdos, muitas vezes está relacionada a dificuldades linguísticas, o que impossibilita o acesso destes ao conhecimento, prejudicando a elaboração do pensamento abstrato.

Se os surdos foram excluídos de aprendizagens significativas, obrigados a uma prática de atividades sensório-motoras e perceptuais, mas não de conteúdo de abstração, se foram impedidos de utilizar a Língua de Sinais em todos os contextos de sua vida, então nada têm a ver os surdos nem a Língua de Sinais com as supostas limitações no uso dessa língua, na aquisição de conhecimentos e no desenvolvimento de seu pensamento. (SKLIAR, 1997 apud MACHADO, 2003, p. 10).

- O uso das TICs na educação de deficientes auditivos

Os novos meios de comunicação, aprendizagem e socialização ligados às novas tendências tecnológicas no que se refere a suas diversas formas, têm gerado muita discursão no âmbito educacional sobre qual seria a melhor forma de se fazer uso de suas potencialidades na área da educação especial. Dessa forma, os desafios e questionamentos que se colocam para toda a sociedade, também dizem respeito às pessoas com deficiência auditiva, entre eles encontram-se a diversificação e o aumento da clientela, a necessidade da formação de usuários críticos e criativos das TICs, a ampliação do tempo de estudo e o redimensionamento dos papeis das mediações no processo ensino-aprendizagem.

Segundo Belloni (2001) apud Basso (2003): “integrar as TICs nos processos educacionais deve necessariamente, compreender as suas duas dimensões como “ferramenta pedagógica”, no âmbito da comunicação educacional; e como “objeto de estudo” no campo da mídia-educação ou educação para as mídias”. Para o autor isto significa uma educação que vise não apenas a aprendizagem do uso das TICs, mas a formação de receptores /usuários críticos e autônomos que através de uma metodologia adequada e recursos motivacionais, descobrem e criam suas próprias mensagens e respostas às TICs. A partir disso vamos analisar uma produção que trata do uso das TICs na educação de deficientes auditivos.

O trabalho que veremos a seguir, intitulado O surdo e a Internet (CRUZ, 2001 apud BASSO, 2003, p.121-122), relata uma experiência desenvolvida pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), durante o curso de Especialização em Surdez. Que começou a partir de um amplo estudo sobre as potencialidades da Internet e de uma visão geral da vida dos surdos, ao final do mesmo foram pontuados os aspectos positivos da relação que as pessoas surdas estabelecem com a Internet:

- A internet tem se mostrado um local de profunda equidade entre todos os seus membros. Neste sentido, não parece haver qualquer preconceito ou discriminação e os surdos se sentem aceitos e não excluídos de um mundo sonoro.

- A Internet é rica fonte de informações escritas que substituem as orais com grande vantagem. Para que o acesso a estas informações se dê com maior confiabilidade, os autores apontam a necessidade do desenvolvimento de um senso crítico por parte de seus usuários.

- A possibilidade de dispor de recursos visuais facilita a inserção das pessoas surdas, pois as animações de imagens e sinais gráficos utilizados são de fácil compreensão e favorecem estes usuários, em particular. Uma das entrevistadas referiu, quanto à aprendizagem do instrumento, que era muito fácil, pois ele próprio a ensinava. Entretanto, a dificuldade encontra-se nas características das instruções escritas, pois a aprendizagem do Português não é uma atividade muito tranquila para os surdos.

- A Internet tem se configurado para as pessoas surdas com as mesmas potencialidades do telefone para as pessoas ouvintes. Através delas, ampliaram-se as possibilidades de comunicação (via e-mail, chat, etc.).

- A escrita de sinais Sign Writing mostrou-se também promissora. Ela é uma escrita que envolve símbolos e convenções que permite, através de desenho, exprimir os movimentos utilizados na elaboração dos sinais. Porém, as dificuldades de compreensão e apropriação desta simbologia pelas pessoas surdas são muitas.

- Os tradutores online são bastante úteis para as pessoas surdas, embora apresentem erros de significados nas traduções justapostas, comprometendo a compreensão da informação.

- A utilização da Internet como fator de agregação das comunidades surdas espalhadas pelo país e pelo

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