Qualidade aplicada aos projetos de tecnologia de informação
Por: Kleber.Oliveira • 14/6/2018 • 3.688 Palavras (15 Páginas) • 522 Visualizações
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ao negocio e equilibrando os riscos em relação ao retorno do investimento em TI e seus processos.
De acordo com Weill e Ross (2004) a Governança de TI visa especificar a estrutura de responsabilidades e direitos de decisão e das melhores práticas de responsabilidades para estimular comportamentos desejáveis no uso da TI.
Já o IT Governance Institute (ITGI), a define como parte integral da Governança Corporativa e consiste de estruturas e processos organizacionais e de lideranças que asseguram que a TI sustente e expanda os objetivos e estratégias da organização.
A governança garante que as necessidades, condições e opções das partes interessadas sejam avalizadas a fim de determinar objetivos corporativos acordados e equilibrados, definindo a direção através de priorizações e tomadas de decisão e monitorando o desempenho e a conformidade com a direção e os objetivos estabelecidos.
Como podemos notar a Governança de TI está intrinsicamente ligada aos objetivos da organização, tendo um papel fundamental no sucesso empresarial e na busca pelo alcance de metas dentro das empresas, e esses são justamente alguns desafios da Governança de TI: alinhar os serviços oferecidos pela TI juntamente aos negócios da organização, agregando valor e equilibrando os riscos em relação ao retorno do investimento no setor e nos seus processos, garantindo a segurança da informação, conformidade com as leis e regulamentações entre outros.
3. Governança e Qualidade
Quando se fala em qualidade nos serviços da tecnologia da informação depara-se com diversos problemas oriundos dos softwares que são utilizados no dia a dia, porém não se deve limitar a pensar que qualidade em TI esteja somente aplicada ao desenvolvimento de softwares, devemos lembrar que outras áreas igualmente importantes, são abrangidas pela Tecnologia da Informação: Infraestrutura, suporte técnico, segurança da informação, banco de dados, terceirização de serviços entre outros.
As instituições, tanto privadas quanto públicas, apesar de investirem grandes valores no setor de TI, frequentemente não os fazem de maneira adequada, não utilizando, assim, todo o potencial que esses recursos podem proporcionar para alavancar novos negócios e aumentar sua competitividade no mercado, no caso das instituições privadas, ou cumprir seu papel de órgão público, no caso das públicas. (Gaseta, 2012)
Para obter qualidade, as atividades do departamento de TI devem estar em conformidade com os requisitos, assim a Governança de TI deve definir esses requisitos indicando não apenas o que o departamento deve executar, também deverá indicar como executar e também quantificar essa execução.
As tarefas a serem desempenhadas são extraídas das análises de negócios e devem vir orientadas pelos processos prioritários às organizações, para tanto, deve-se selecionar os fatores chaves e classificá-los pela qualidade versus impacto que esses processos causam ao negócio.
Mas como devem ser executados esses processos? Através de um plano estratégico, que deve estabelecer o rumo que a organização quer seguir e as metas a serem alcançadas, a análise deste plano proporciona a identificação dos processos chaves que devem ser considerados.
O fator quanto deriva da elaboração dos prazos, dos custos, disponibilidade de pessoal, materiais e horários, em suma, de todos os parâmetros necessários para quantificar os processos a serem desenvolvidos a fim de assegurar que serão executados dentro dos prazos e custos planejados.
4. A qualidade dos projetos de TI
Na tabela 1 temos o resultado de um relatório anual do Chaos Report, do Standish Group, grupo que desde 1994 fornece uma ampla pesquisa sobre projetos de tecnologia em diferentes empresas de diferentes portes e que mostra taxas de sucessos e falhas em projetos.
De acordo com o relatório do grupo, os projetos de TI são classificados de três maneiras diferentes:
- Sucesso: projeto completado no prazo e orçamento previstos e com todas as funcionalidades inicialmente previstas.
- Desafiado projeto completado e operacional, porém acima do orçamento, acima da estimativa de prazo e/ou com menos funcionalidades do que foi especificado originalmente.
- Fracassado: projeto é cancelado em algum ponto do ciclo de desenvolvimento e não tem a entrega feita.
Tabela 1 - Indices de sucesso e falhas de projetos
1994 2006 2011 2012 2013 2014 2015
Sucesso 16% 35% 29% 27% 31% 28% 29%
Desafiado 53% 46% 49% 56% 50% 55% 52%
Fracassado 31% 19% 22% 17% 19% 17% 19%
Fonte: Chaos Report – Standish Group – 2015
Como se pode observar na tabela acima, a grande maioria dos projetos ou fracassam ou são desafiados, ou seja, não sendo entregues de acordo com a especificação inicial. Além disso, o índice de sucesso nas entregas não teve uma evolução ao longo dos anos, se mantendo estável, assim como os projetos desafiados e fracassados.
Segundo Capers Jones (1996), para definir se um projeto foi bem sucedido algumas características deverão ser levadas em conta: término no prazo, entrega dentro do orçamento com alto nível de qualidade e, principalmente, com um alto nível de satisfação de todas as partes interessadas. Por outro lado um projeto é considerado mal sucedido ou fracassado quando é cancelado antecipadamente, extrapola prazos e/ou orçamentos, tem baixa qualidade ou o nível de satisfação é baixo ou quase nulo.
5. Gestão de projetos
Em projetos de TI, as falhas, atrasos, aumento dos custos de desenvolvimento e falta de qualidade, são classificados como as grandes causas da incapacidade dos projetos contribuírem para que as organizações cumpram os objetivos do negócio. Por conta disso, os projetos de TI são alvo de diversos estudos para tentar diminuir esse índice negativo de falhas em seus projetos.
George Stepanek (2005) aponta alguns dos principais motivos que podem justificar o número elevado de fracassos nos projetos:
• Complexidade – os projetos de software são normalmente mais complexos que os de outras áreas, por isso mesmo sejam mais suscetíveis a falhas;
• Requisitos incompletos – realizar o levantamento de requisitos pode ser uma tarefa muito complexa, exigindo pessoas altamente especializadas e uma grande participação por parte dos usuários
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