Leite e seus derivados
Por: Juliana2017 • 26/3/2018 • 1.666 Palavras (7 Páginas) • 406 Visualizações
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No século XXI, o conceito de bioterrorismo adquiriu certa notoriedade mundial após os atentados terroristas nos Estados Unidos ocorridos no ano de 2001, que foram seguidos pela disseminação de esporos de antraz por meio do sistema postal norte-americano (SCHATZMAYR, 2013).
Tendo isso em vista, o bioterrorismo, mais do que o terrorismo convencional, possui um impacto psicológico ainda maior sobre a população civil, isso porque os vetores do terrorismo biológico são organismos patógenos, sendo eles desconhecidos e dificilmente detectáveis pela população (ARAUJO et al., 2015).
Segundo Schatzmayr (2013), existem provas irrefutáveis de que programas de desenvolvimento de armas biológicas foram executados em vários países desde o início do século passado, ao longo da chamada Guerra Fria e até muito recentemente, incluindo manipulações genéticas, com vistas à obtenção de microrganismos mais virulentos ou de mais fácil dispersão em áreas abertas. O programa de armas biológicas dos EUA foi suspenso em 1969-1970, porém, na então União Soviética, calcula-se que em torno de sessenta mil pessoas estiveram envolvidas em programas semelhantes, sendo usada uma ilha do lago Aral, no sul do país, para os testes de campo.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) classifica os agentes biológicos conforme a facilidade de transmissão e severidade de doenças (CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION [CDC], [s.d.]). Os organismos que possam ser disseminados com facilidade ou transmitidos de pessoa a pessoa, que tenham taxas de mortalidade altas, que possam causar terror público e que requeiram atenção especial da saúde pública são denominados de “classe A”. Organismos que possuam dispersão moderada, baixa mortalidade e exijam aprimoramentos específicos da capacidade de diagnóstico são caracterizados como “classe B”. Já os agentes de “classe C” são reconhecidos por serem patógenos emergentes que podem ser utilizados no futuro para disseminação em massa de doenças por razão de sua disponibilidade, facilidade de produção e difusão, além de terem maior potencial de morbidade, mortalidade e impacto na saúde (CDC, [s.d.]).
Nem todos os agentes biológicos são letais; de vários deles é esperada uma ação de incapacitação temporária de civis e militares, gerando efeito psicológico muito forte sobre as populações atingidas. Para que um agente possa ser utilizado como arma biológica algumas questões são fundamentais: (1) o agente deve ser capaz de exercer de maneira consistente determinado efeito; (2) a dose necessária para produzir esse efeito deve ser baixa; (3) o período de incubação deve ser curto e bem definido; (4) a população-alvo não deve ter imunidade para o agente; (5) o tratamento dos indivíduos atingidos não deve estar facilmente disponível; (6) deve ser possível produzir o agente em grandes quantidades; (7) deve ser possível disseminar o agente de maneira eficiente; (8) o agente deve ser estável, de maneira a permitir sua guarda e seu transporte para as áreas de utilização (SCHATZMAYR, 2013).
3.1. Contaminação acidental dos alimentos por microrganismos patogênicos
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3.2 Contaminação proposital dos alimentos por microrganismos patogênicos
Existe uma gama de agentes biológicos que podem ser empregados em ações de bioterrorismo. Eles contêm informações genéticas e são capazes de autorreprodução ou de reprodução em um sistema biológico (BRASIL, 2010).
3.2.1. Salmonella typhimurium
Na década de 80 em 1984, a americana Ma Anand Sheela, seguidora da seita Rajneeshees, contaminou com a bactéria Salmonella typhimurium a salada de quatro restaurantes da cidade americana de The Dalles para obter o controle do condado de Wasco County, dado que os cidadãos que poderiam por em risco essa pretensão não estariam em condições de votar, pois estavam infetados. Cerca de 750 pessoas da cidade foram vítimas de uma infecção alimentar. ( http://segurancaecienciasforenses.com/2012/11/10/bioterrorismo/)
As bactérias do gênero Salmonella têm ampla distribuição mundial, são correntes nos ambientes de produção animal, constituindo-se também em potencial problema sanitário para a saúde pública. Alguns sorovares de Salmonella são adaptados a espécie de hospedeiro específico, como o Typhi para humanos, o Choleraesuis para suínos e o Dublin para bovinos (SCHWARTZ, 2000), enquanto outros como o Typhimurium, o Anatum e o Newport, afetam um grande número de hospedeiros, desempenhando importante papel na disseminação da infecção entre as diferentes espécies (HIRSH, 1990).
A transmissão de Salmonella sp. ao homem ocorre principalmente pela ingestão de produtos de origem animal contaminados, o que pode resultar em infecções alimentares, sendo considerada uma das mais importantes causas de doença de origem alimentar entre humanos (EKPERIGIN e NAGARAJA, 1998).
Além da invasão do epitélio, a Salmonella Typhimurium é capaz de causar infecções sistêmicas, por meio da proliferação dentro do organismo do hospedeiro. Essa capacidade se deve a proteínas codificadas. Essas proteínas protegem a bactéria dos mecanismos de defesa desencadeados pelos fagócitos, quando esta é fagocitada. Dessa maneira a Salmonella Typhimurium consegue sobreviver e se multiplicar nas células destinadas à defesa dos tecidos e destruição dos microorganismos (VIEIRA, 2009).
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3.2.2. Moniliophthora perniciosa
Vassoura de bruxa – Itabuna/ilhéus
4. Considerações finais
Em termos de bioterrorismo com uso de agentes patogênicos três ações são preconizadas como essenciais para o controle desses agravos: (a) inicialmente, o rápido diagnóstico clínico presuntivo e sua confirmação laboratorial, (b) o tratamento imediato dos primeiros casos e (c) a utilização de vacinas, quando disponíveis, para a proteção das populações em contato com os primeiros casos.
5. Referências
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=765B005C44560FEB275DC7B6E673EE25.node1?codteor=1088383&filename=PL+5571/2013
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