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GESTANTE, SEM LEITE E DERIVADOS

Por:   •  3/5/2018  •  5.442 Palavras (22 Páginas)  •  350 Visualizações

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A alergia alimentar atinge o sistema imunológico, desencadeando mecanismos de ação contra o antígeno causador, gerando sinais e sintomas após a ingestão do alimento. Neste caso em especial o agente causador é encontrado principalmente no leite e seus derivados. O agente responsável por toda essa reação são proteínas do leite de vaca, tais como a caseína, lactoglobulina, lactoalbumina, soroalbumina, imunoglobulinas. Embora sejam alimentos construtores e o organismo tenha a capacidade de digeri-las, as proteínas do leite por vezes não são reconhecidas pelo sistema imune, provocando assim o desenvolvimento de alergias. Tal situação passa, então, a ser diagnosticada como alergia à proteína do leite de vaca, acarretando a necessidade de terapia nutricional (LUIZ; SPERIDIÃO; FAGUNDES NETO, 2005; VIEIRA et al., 2002).

As reações fisiológicas, descritas por Cocco e colaboradores (2007), normalmente promovidas pelo sistema imunológico, são expostas por um conjunto de células, órgãos e estruturas especializadas e não especializadas, que tem a função de identificar e destruir invasores estranhos antes que qualquer mal seja feito ao organismo. Essas reações, quando de forma organizadas, são classificadas como Mecanismos de Hipersensibilidade do Tipo I ou mediados por IgE, Tipo II ou de Citoxicidade, Tipo III ou por Imunocomplexos e, Tipo IV ou Celular.

Para que haja uma atuação do sistema imunológico é preciso que o sistema linfático também esteja ativo, oferecendo, dessa maneira, a produção das defesas necessárias ao organismo contra as diversas patologias. Pode-se considerar que este último sistema é constituído por gânglios e vasos linfáticos por onde circula a linfa, rica em glóbulos brancos, que contribui para que as substâncias dos tecidos corporais retornem à corrente sanguínea. Uma das várias funções do sistema linfático é a de produzir e lançar também na corrente sanguínea os linfócitos-T, T-citotóxico, T-supressores, linfócitos-B e NK, que estão diretamente interligados na reação de produção das imunoglobulinas que, por sua vez, se encaminharão para locais específicos, atuando de diferentes formas. Caso o caminho determinado das imunoglobulinas seja a superfície celular, sua função será a de receptor; no entanto, a rota pode ser a corrente sanguínea ou os tecidos onde atuará como anticorpo (CARREIRO, 2008).

As reações alérgicas causadas pelo Mecanismo de Hipersensibilidade do Tipo I são as mediadas pela Imunoglobulina IgE, as quais são produzidas quando expostas ao alérgeno. São caracterizadas como reações imediatas ou diretas, que correspondem às manifestações clínicas mais precoces, sendo minutos após ou até 08 (oito) horas depois do contato ao suposto antígeno, ficando mais fácil associação dos sintomas ao alérgeno que o provocou (VIEIRA et al., 2004).

Carreiro (2008) descreve as reações de hipersensibilidade do tipo III como alergia escondida, sendo mediadas principalmente por IgG e também o IgM. Neste processo pode coexistir liberação de anticorpos IgE e IgM, liberação de histaminas (em pequenas quantidades), formação de imunocomplexos, no qual este conjunto de fatores tornam as reações do tipo III como não imediata.

3.1 Sinais e sintomas na Alergia à Proteína do Leite de Vaca

Os sinais e sintomas característicos partem da hipersensibilidade gastrintestinal imediata após a ingestão do alérgeno, podendo gerar náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia, ocorrendo déficit no ganho de peso e desnutrição, decorrente também da má absorção intestinal ou perda da energia dos alimentos eliminados nos vômitos. Em alguns pacientes ocorre urticária, prurido, angiodema, broncoespasmo, alergia oral, refluxo-gastresofágico, cólicas, gastroenteropatia eosinofílica, enteropatia, enterocolite, colite alérgica, constipação intestinal crônica, manifestações cutâneas e respiratórias. (CORTEZ et al., 2007)

3.2 Diagnóstico de Alergia à Proteína do Leite de Vaca

Os sintomas de APLV são variáveis, acarretando assim grandes dificuldades de ser diagnosticada precisamente. A dieta de exclusão provocação sempre foi um método utilizado para determinar a APLV, contudo ocorre um predomínio de sintomas gastrointestinais e reações na pele gerando assim confusões no momento da caracterização. Todavia, quando é associada esta dieta com os testes cutâneos de hipersensibilidade imediata, obtém-se um diagnóstico mais exato. Porém, não se indica apenas a utilização dos testes cutâneos para ter um diagnóstico é preciso a junção de vários resultados (CARVALHO-JUNIOR, 2001)

A terapêutica nutricional da APLV é um grande desafio aos profissionais da área da saúde por ser diretamente ligada à retirada de um alimento e seus derivados do cardápio diário. A escolha da substituição do leite de vaca pode ser feita por alimentos à base de soja e os hidrolisados proteicos, desde que o paciente/lactente apresente apenas APLV. A adequação alimentar deve ser avaliada cuidadosamente, considerando as necessidades nutricionais para a faixa etária e a aceitação pelo paciente e seus familiares; a ingestão de cálcio, quando não é obtida pela dieta, deve ser efetuada por suplementação com o devido acompanhamento, para que assim o fato de crescimento não seja atingido (CASTRO et al., 2005).

4. CICLO DE VIDA - GESTAÇÃO

O estado nutricional é determinado, principalmente, pela ingestão de nutrientes, seja em termos de micro ou macronutrientes; portanto, um inadequado aporte energético da gestante pode levar a uma competição entre a mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal (Kramer MS, 1987,2002).

O corpo da gestante e posteriormente nutriz, em especial os leitos vasculares dos tecidos de transferência de nutrientes (trato digestório, placenta e mamas), tem a capacidade de se adaptar a diferentes estímulos alimentares, a fim de garantir ao bebê a adequada oferta nutricional (Vonnahme KA, Lemley CO, Caton JS, Meyer AM. 2015).

A gestação é um período em que as demandas energéticas aumentam, e o metabolismo da glicose, aminoácidos e lipídios se modificam, situações que exigem acompanhamento nutricional e de ganho ponderal estreitos.

Para que nutrientes importantes sejam transferidos ao feto, a gestante ou nutriz deverá ingeri-los em quantidades ideais. Os estudos sobre o ácido docosa-hexaenoico (DHA) demonstraram que a ingestão adequada deste nutriente por gestantes e nutrizes é fundamental para que tal transferência seja eficiente,

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