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Aspectos Básicos da Retração do Concreto

Por:   •  15/5/2018  •  2.937 Palavras (12 Páginas)  •  317 Visualizações

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1.2.4. Características do concreto endurecido

O ARR provoca queda na resistência à compressão do concreto. A resistência aos 28 dias sob cura úmida pode cair em até 15%. Porém, ao longo do tempo, a resistência à compressão pode se igualar à do concreto sem ARR. Por possuir umidade relativa nos capilares maior, o CRR possui reações de hidratação mais intensas, em especial em cimentos com adição de pozolanas, podendo resultar na recuperação da resistência do CRR. Suas propriedades em idades mais avançadas necessitam ser melhor estudadas.

1.2.5. Aplicação

A cura úmida não pode deixar de ser realizada. O desempenho do CRR é melhorado quando se faz cura por saturação o mais cedo possível e por um mínimo de 24 horas.

No Brasil, o uso do CRR tem se restringindo à execução de pisos de concreto armado.

1.3. Concreto com Cura Interna - CCI

Cura interna ou autógena pode ser entendida como o processo no qual a quantidade adicional de água de cura (não é água de hidratação) é fornecida por materiais que são incorporados ao concreto. O CCI tem em sua composição “material incorporador de água” (MIA) que, geralmente, são partículas de pequeno tamanho que armazenam grande quantidade de água, com capacidade de liberá-la durante a hidratação do cimento. Dentre os MIA, estão alguns sólidos inorgânicos porosos, frequentemente, agregados leves e partículas de polímeros superabsorventes.

Devido à melhor hidratação do cimento e à diminuição da microfissuração da pasta, a cura interna pode também melhorar as propriedades mecânicas e de durabilidade de alguns concretos.

A redução da retração do CCI ocorre porque os MIA liberam a água do seu interior à medida que ocorre a redução de umidade nos poros do concreto, atenuando, assim, o fenômeno da autodessecação, responsável por parte considerável da retração autógena.

1.3.1. Materiais incorporadores de água (MIA)

1.3.1.1. Agregados leves

Antes de ser adicionado à mistura, o agregado é umedecido, de preferência até a saturação, para que não roube água do concreto. É usado na granulometria de agregado miúdo (areia leve), pois partículas de até 3 mm parecem ter melhor desempenho. Partículas de menor dimensão podem incorporar volume insuficiente de água, e partículas maiores tendem a liberar água mais lentamente, além de concentrarem-se na superfície do concreto, combatendo apenas localizadamente a retração.

Os agregados leves feitos pela britagem de pedra tem excelente desempenho como MIA. Também podem ser utilizados agregados à base de escória e os sílico-calcários produzidos em fornos rotativos.

1.3.1.2. Polímeros superabsorventes – PSA

São materiais desenvolvidos, em princípio, para absorver água ou soluções aquosas. Os mais comuns são os copolímeros de ácido poliacrílico contendo ligações cruzadas covalentes. O mecanismo de absorção de água ocorre por osmose, devido à elevada concentração iônica no interior da partícula anidra e, por salvatação, uma vez que grupos hidrófilos compõem o material.

Quando usados para a cura interna, os PSA são adicionados no estado seco, e o volume de água a ser absorvida pelo polímero é acrescido à água da mistura do concreto. O PSA absorve a água quando o concreto está no estado fresco, para depois liberá-la para o combate da retração do concreto.

1.3.1.3. Fatores que influem na redução da retração

Para combater a retração autógena pela cura interna, os aditivos precisam estar homogeneamente distribuídos por todo o concreto.

Para a escolha do MIA e a determinação de seu volume no concreto, deve-se considerar sua dimensão e o volume de água que o material pode transferir para o concreto, para que a cura interna possa ser eficaz em todo o volume do material.

1.3.1.4. Preparo do concreto

Quando utilizado agregado leve, deve-se umedecê-lo previamente, de preferência, até a saturação. Nesse caso, o preparo do concreto é o mesmo que o do concreto convencional.

O PSA, por sua vez, é normalmente adicionado à mistura no estado seco. Dessa forma, ele absorverá água e inchará dentro da betoneira, durante a mistura do concreto. Este é um aspecto muito relevante, pois será necessário aumentar o teor de água no concreto no valor necessário para reduzir a retração, mas sem que haja sobra da água não absorvida pelo PSA. É importante que os aditivos químicos somente sejam incorporados à mistura após a absorção do PSA para se evitar a alteração das características do PSA.

Trata-se de uma alternativa eficaz para a redução da retração, particularmente para os casos em que a cura úmida não pode ser realizada ou tem pouco efeito.

1.4. Concreto de Retração Compensada – CRC

Possui compostos que são adicionados ao cimento que promovem a expansão do concreto que se contrapõe à sua retração. O quanto e quando o concreto se expande são parâmetros que definem seu desempenho em combater a fissuração.

1.4.1. Sobre a compensação da retração

O CRC é dosado para que sofra expansão depois da pega e durante os primeiros dias no estado endurecido. Quando apropriadamente restringida pela armadura ou através de outros meios, a expansão irá promover tração na armadura e compressão no concreto. Durante a secagem subsequente, a retração, ao invés de provocar tensão de tração que poderia resultar em fissuração, somente reduz ou alivia as deformações de expansão causadas pela expansão inicial do CRC. Sem restrições, a expansão do CRC pode ser superior a 0,1%.

O desempenho do CRC depende da adequada definição do tipo e do teor de aditivo mais indicado para as condições de utilização do concreto. Caso ocorra antes de o concreto ter resistência, não promoverá tensão de compressão, pois ocorrerá dissipação por deformação plástica do material. Para compensar a retração, a expansão precisa acontecer, no mínimo, ao longo dos primeiros sete dias de cura.

1.4.2. Aditivos compensadores de retração

São materiais que promovem a expansão da pasta de cimento do concreto. Os que

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