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CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DA TECA NA REGIÃO DE ALTA FLORESTA-MT

Por:   •  4/10/2018  •  2.182 Palavras (9 Páginas)  •  281 Visualizações

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O zoneamento climatológico é uma técnica para delimitação de regiões propícias ao desenvolvimento de culturas em condições de ambiente e economias favoráveis, de forma a potencializar seu desenvolvimento e produtividade, de acordo com o potencial genético (FERREIRA, 1997).

Segundo Keh (2000), ao escolher sítios florestais com melhores condições, os plantios de teca tornam-se investimentos altamente rentáveis, principalmente em decorrência da redução drástica da rotação silvicultural.

Porém, a espécie apesar de se estabelecer em diversas áreas de condições climáticas diversas, cresce melhor em condições tropicais moderadamente úmidas e quentes com precipitação entre 1.300 e 2.500 mm/ano, temperatura mínima de 13ºC e máxima de 43ºC, e uma estação biologicamente seca (disponibilidade hídrica menor que 50 mm/mês) de 3 meses (FIGUEIREDO et al., 2005).

Com essa problemática o zoneamento é importante no planejamento em regiões que apresentam períodos de deficiência hídrica como é o caso da região norte mato-grossense, a qual apresenta deficiência hídrica no solo entre os meses de maio a setembro (MIRANDA, 2007).

Assim, este trabalho objetiva determinar a aptidão climática da cultura da teca na região de Alta Floresta, norte do Estado de Mato Grosso, por meio de análise dos elementos temperatura do ar e precipitação.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado para o município de Alta Floresta, localizado no extremo norte do estado de Mato Grosso. A precipitação pluviométrica anual é elevada, variando de 2.000 a 2.300 mm e temperatura média anual entre 24,3 e 24,8 °C (MIRANDA, 2007).

A determinação da aptidão climática baseou-se nos dados meteorológicos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), localizadas respectivamente nas coordenadas geográficas 09°50'S 56°06'W 289m e 9°52'25.00"S 56°06'22,40"W 288m, respectivamente. Tais estações se distanciam entre si 4.505,75m.

Os dados de precipitações e temperaturas médias mensais foram gerados a partir de uma série histórica mensal de 35 anos (1977-2009 e 2013) e 10 anos (2002–2010 e 2013), respectivamente.

Calculou-se o balanço hídrico climático mensal, segundo Thornthwaite e Mather (1955), para os pontos de medidas selecionados no estudo, com o auxílio do programa “BHnorm”, elaborado em planilha Microsoft Excel® por Rolim et al. (1998), utilizando uma capacidade máxima de armazenamento de água no solo (CAD) de 300 mm, conforme é indicado para espécies florestais (PEREIRA et al., 2002). A evapotranspiração potencial foi calculada pelo modelo proposto por Thornthwaite (1948).

Os índices térmicos e hídricos exigidos pela espécie para o seu desenvolvimento, foram classificados de acordo com as necessidades, dividindo-se em duas classes de aptidão climática: apta e inapta. Se as condições térmicas e hídricas apresentarem-se favoráveis para o bom desenvolvimento e produção da espécie em escala comercial a região será considerada “apta”. E “inapta” quando as características normais do clima não se apresentarem adequadas à exploração econômica da espécie, devido a limitações severas dos fatores hídricos ou térmicos, ou ambos, com marcante repercussão em sua produção, exigindo para que sejam corrigidas práticas silvícolas dispendiosas.

Em estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais – IPEF para a cultura de T. grandis L.f., foram estabelecidos os parâmetros térmicos e hídricos, apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Faixa de aptidão térmica e hídrica para a cultura da T. grandis L.f.

Regiões

Temperatura Média Anual

Deficiência Hídrica Anual

Aptas

> 22°C

150 mm

Inaptas

> 150 mm

Fonte: Adaptado de IPEF, 2003.

As médias anuais propostas como ideais para culturas perenes, consideram uma distribuição homogênea dos elementos exigidos por tal cultura durante o ano. Foi realizada também a análise mensal dos elementos climáticos para determinar períodos pontuais desfavoráveis ao desenvolvimento da cultura, como períodos com baixos índices pluviométricos ou temperaturas além ou aquém da faixa considerada ideal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O comportamento do regime de chuvas apresentou-se característico para a região de Alta Floresta-MT, com chuvas predominantes de novembro a março e período de estiagem de abril a outubro. Conforme observado nesse estudo com relação à distribuição média mensal os meses de junho e julho apresentam os menores índices de chuva, sendo 16,08 mm e 5,96 mm respectivamente. No mês de janeiro foi registrada a média mais elevada, sendo de 346,66 mm (Figura 1). A precipitação média anual é de 2.170,13 mm.

Rondon Neto et al. (1998) afirmam que o desenvolvimento máximo da teca ocorre em clima tropical quente e úmido, com verão chuvoso e inverno seco. A temperatura média anual deve ser superior a 22ºC, sendo que a máxima não deve ultrapassar 46ºC, e a mínima, 6ºC. A precipitação média anual deve estar entre 1500 e 2500 mm, tendo uma estação seca de 3 a 5 meses, com no máximo 500 mm por mês de chuva. Considerando estas afirmações a espécie é considerada apta, no que se refere aos índices pluviométricos, pois os valores não extrapolam os limites toleráveis pela cultura.

[pic 1]

Figura 1: Distribuição média mensal da precipitação no município de Alta Floresta-MT, considerando a série histórica de 1977-2009 e 2012-2013.

A temperatura média mensal para a região de Alta Floresta-MT esteve compreendida no intervalo de 25,41°C no mês de dezembro e 26,74°C no mês de setembro (Figura 2). A temperatura média teve pouca alteração no decorrer do ano e está acima da temperatura mínima exigida para cultivo da teca (22°C). Segundo VEIT (1996), a temperatura média anual deve ser acima de 22ºC e a temperatura mínima tolerada pela Tectona grandis L.f é de 13ºC e a máxima de 43ºC. Para a região em estudo, considerando-se a variável térmica

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