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RESENHA DO LIVRO “AMAZÔNIA - FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA DA MAIOR REGIÃO DE FLORESTAS TROPICAIS” (HARALD SIOLI)

Por:   •  15/11/2017  •  1.699 Palavras (7 Páginas)  •  547 Visualizações

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Segundo Sioli (1985), atrás da larga fachada alagável da várzea ergue-se, em geral bruscamente, a “terra firme”, mais elevada e não é atingida pela cheias do rio e também não e constituída por aluviões fluviais recentes.

A Amazônia possui vários tipos de rios em sua composição, destes podemos citar: os rios de agua branca (água barrenta), aguas claras e rios de aguas preta. Sioli fala que a resposta para as diferenças na coloração e a transparência dos rios amazônicos esta diretamente ligada aas suas nascentes, aonde ocorrem dinâmicas como a variação na composição química e do seu material suspenso, além da densidade e clima.

No que diz a respeito à morfologia dos cursos dos rios amazônicos, os de águas claras e de águas pretas não se distinguem entre si, e, além disso, a água de ambos é pobre em material suspenso. Já os rios de agua branca são ricos em material em suspensão.

Segundo Sioli (1985), O leito dos rios amazônicos lembra [...] uma represa com enseadas laterais, dando uma pista de como se teria se originado esta morfologia fluvial peculiar [...]. Essa morfologia foi moldada a partir da transformação ocorrida nesta região ao longo de milhões de anos.

Sioli (1985) fala sobre a hipótese dos refúgios florestais. Estes que em períodos glaciais, e com características não superiores a 4°C, pode ter influenciado na extensão que a floresta amazônica ocupa hoje em dia, não ficando porem estabelecidos em que amplitude e de que maneira.

As diferenças encontradas na coloração dos grandes rios, também são encontradas nos igarapés amazônicos. Os riachos de aguas brancas tem sua ocorrência ligada aas condições edáficas da região. Os riachos de agua clara são a predominância em toda região amazônica, estes são córregos típicos de terra firme coberta pela floresta alta amazônica, provida de latossolos amarelos. Os córregos de agua preta provem de áreas de solo arenoso puro, alvo, onde medra uma vegetação peculiar [...].

As análises químicas feita nas aguas de grandes rios revelam inicialmente informações a respeito dos tipos de solos, em seguida nos revelam acentuadas heterogeneidades geoquímicas existentes no interior da bacia amazônica.

Fittkau (1975) concebeu uma subdivisão ecológica da região amazônica com base na geoquímica, qual teve também comprovação em suas observações biológicas. Distinguiu ele: a) uma zona pré-andina [...]; b) a seguir, os antigos escudos, respectivamente das Guianas e do Brasil Central [...]; c) finalmente a Amazônia central de extrema pobreza geoquímica [...].

A explicação dado pelos nativos amazônicos, e depois verificada por pesquisadores a respeito da fertilidade e produtividade da várzea, se da pelo fato de que a água turva do Amazonas é farta em matéria depositável e quimicamente mais rica do que áreas de terra firme. Este rio inunda a várzea durante as cheias anuais penetrando em seus lagos.

A região amazônica apesar de ter uma floresta tão rica e exuberante, tem o solo pobre em nutrientes. De maneira geral, pode-se afirmar que o solo da Amazônia apresenta baixa fertilidade. A principal razão está em sua origem geológica, pois a maior parte provém de formações muito antigas, que foram “lavadas” por milhões de anos. Para Siolli, uma conclusão que se impõe é que a floresta cresce, de fato, apenas sobre o solo, e não do solo, utilizando-se deste apenas para sua fixação mecânica e não como fonte de nutrientes [...].

O estudo da drenagem e dos corpos d’água na região amazônica forneceu estudos fundamentais e gerais da ecologia desta que como Bluntscli diz ser “A Baixada Amazônica”, e para o surgimento de alguns princípios gerais, que são depois de fatores vento e planície, floresta e água. E segundo Siolli, O conhecimento destes princípios ecológicos fundamentais na região amazônica permite descortina-se ademais os efeitos de intervenções humanas neste ecossistema florestal.

Segundo Sioli (1985), desde tempos remotos, com aborígenes, caboclos e também com imigrantes, era adotado o chamado shifting cultivation, que eram pequenas áreas de derrubadas e queimadas, formando as “roças”, que se distribuíam em geral longe entre si. Essas áreas após exaustão intensiva do solo transformava-se em uma área de mata secundaria chamada “capoeira”. Após em media 30 a 40 anos, esta área estará bem distinta da floresta primitiva, e com apenas algumas espécies peculiares de árvores.

Cresceu pela região uma pressão demográfica para introduzir uma mentalidade voltada para a exportação, e para facilitação de empresas de exportação não amazônicas. Com isso a região amazônica, sofreu com derrubada de grandes áreas, sobretudo uma perto da outra, gerando grandes consequências.

O empobrecimento do solo, mesmo que introduzido adubo, não será suficiente, pois além de inviável pelo alto consumo, torna-se em vão pelo fato de que pode ser levado pela água da chuva. O aprofundamento da camada arenosa vai transformando a superfície do solo pelo impacto da chuva pesada sobre ele (erosão seletiva), assim a floresta não se regenerará. Tao fator impedirá o retorno da floresta original, instalando-se no lugar da floresta originaria um tipo de vegetação semelhante ao cerrado.

Mesmo com tanta exploração na região, ainda se reportam algumas unidades de conservação, que hoje até mesmo estas, estão sob ameaça. Segundo Sioli, Perdido estará então irreparavelmente o maior patrimônio de espécies e de gens que se conhece sobre a terra, pois a extinction is forever; não se deixará como herança para as gerações vindouras um novo, um recém criado “celeiro do mundo”, mais uma estepe arbustiva sem viço, depauperada, semelhante aos campos arenosos de Santarém.

Apesar de estarmos passando por mudanças na forma de se desenvolver nos dias atuais, com o chamado “desenvolvimento sustentável”, ainda assim existe motivo de sobra para se preocupar, contudo

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