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Uma análise do processo logístico de entregas dos supermercados da cidade de Ituiutaba

Por:   •  6/2/2018  •  7.096 Palavras (29 Páginas)  •  382 Visualizações

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Mais especificamente, a logística desenvolvida no meio urbano merece uma atenção especial, pois essa tem suas peculiaridades que devem ser levadas em consideração. Durante os anos 90, a Dinamarca foi pioneira nessa “nova” logística, seguida por alguns países da Europa (Alemanha, Holanda, Bélgica e Suíça se destacaram) cujo foco foi à busca da melhoria nos processos de distribuição em centros urbanos, com isso surgiu o termo city logistic (Dutra, 2004).

Thompson (2003), apud Mukai, et al (2007), define-se city logistic como um “processo de planejamento, baseado num sistema de integração, que promove inovações e reduz o custo (econômico, social e ambiental)”. Segundo França & Rubin (2005) city logistic engloba além das preocupações da logística urbana, o aumento do congestionamento, poluição, ruído entre outros fatores, conciliado com uma intercessão otimizadora das atividades e procedimentos, visando um melhor ambiente urbano.

Atualmente vem crescendo a demanda por transporte devido ao aumento do volume de bens produzidos e consumidos. Além do mais, devido ao custo de espaço, os estabelecimentos comerciais vem reduzindo o tamanho de seus estoques, fazendo com que o tempo de resposta ao consumidor seja menor, ou seja, houve um aumento na frequência de entrega e, por consequência, um aumento no giro de estoque. Diante disto, percebe-se a importância de se dar a devida atenção a distribuição das cargas em centros urbanos (Carvalho, 1998 apud Sinay, 2004).

O transporte é o principal componente da logística, sendo este influente na qualidade dos serviços logísticos, pois afeta diretamente no tempo de entrega, na confiabilidade e na segurança dos produtos. (Aguirre, 2006). Para se ter uma vantagem competitiva do serviço, oferecendo um nível de serviço desejável pelo cliente, a seleção de um modal de transporte é uma alternativa. A importância da escolha certa do modal varia de acordo com o custo e as características de serviços (Fleury, 2002). Segundo Aguirre (2006) a escolha errada do modal pode acarretar na agregação de custo ao processo, o que reflete diretamente no preço de venda.

Um dos locais que mais conta com distribuição de cargas com alta rotatividade e disponibilidade de escolha entre alguns veículos de cargas são os supermercados que fazem entrega das compras feitas a domicílio. Isso faz com que a entrega realizada por esses supermercados seja uma área logística de interesse econômico, pois o mal planejamento do mesmo, faz com que se perca a fidelidade dos clientes (que optam por usar esse serviço) e até mesmo trazer uma imagem pejorativa para a empresa, que pode ser algo imensurável.

Com isso é de grande valia um estudo com o foco no processo logístico de distribuição das compras realizadas nos supermercados da cidade de Ituiutaba, buscando analisar os tipos de veículos utilizados para esse serviço, analisar os critérios de escolha do mesmo, além do levantamento das principais ações corretivas adotadas em caso de imprevistos e do possível uso de um sistema de mensuração da qualidade do serviço.

- Estado da arte

De acordo com Mukai et al (2007) o conceito de city logistic é visto como uma estratégia para minimizar os impactos gerados pela mobilidade de pessoas e cargas. Segundo Taniguchi et al (1999 e 2001), apud Mukai et al (2007) o conceito de city logistic seria “a otimização, pelas companhias privadas, de suas ações, em áreas urbanas, pelo aumento e congestionamento do tráfego, e aumento do consumo de combustível”. Ou ainda é vista por Thompson (2003), apud Mukai et al (2007), como sendo “um processo de planejamento, baseado num sistema de integração, que promove inovações e reduz o custo (econômico, social e ambiental)”. Sendo assim, a estratégia de uma logística voltada para áreas urbanas trabalha com três pilares: sustentabilidade, mobilidade e qualidade de vida.

Por fim, Mukai et al (2007) acredita que a aplicação de city logistic no Brasil não é feito da maneira correta, uma vez que, segundo o atual projeto de lei de mobilidade, estar voltado para o deslocamento de pessoas, e não engloba o deslocamento de cargas, além de não contar com uma efetiva participação do governo, da comunidade e dos empresários. Isso mostra o potencial de crescimento dentro da área de transportes urbanos nas cidades brasileiras, significando uma diminuição de custos e um aumento na margem de lucros das organizações.

Uma análise do processo de distribuição de cargas em centros urbanos identificando as restrições relacionadas quanto à eficiência deste serviço, bem como a diminuição do seu impacto de forma a auxiliar no planejamento e na tomada de decisão das empresas neste setor levando em consideração a sustentabilidade ambiental desses centros é imprescindível dentro de uma organização, cuja finalidade é a busca por uma vantagem competitiva (Sinay, et al, 2004).

A importância do aumento da carga urbana é devido ao aumento contínuo de bens produzidos e consumidos. Isso vem acarretando problemas como restrições de tráfego, conflitos entre o transporte urbano e o transporte de carga; obstruções ao trânsito, congestionamento, aumentando o consumo de combustível, maiores tempos de viagem, incremento na poluição sonora, atmosférica e visual, vibrações, doenças, mortes e acidentes, perda de espaços verdes, dentre tantos outros que contribuem para a crescente deterioração da qualidade de vida nos grandes centros urbanos (Sinay et al,2004).

Sinay et al (2004) identifica os agentes participantes do processo de distribuição de cargas como a comunidade, os varejistas, as empresas transportadoras, os fabricantes dos produtos comercializados e de veículos de carga e as autoridades locais, para identificar os principais problemas relacionados com a eficiência deste processo e menciona suas expectativas. Com isso, faz-se uma analisa dos problemas relacionados com a variabilidade dos roteiros de distribuição (tempo de ciclo), a eficiência do processo de distribuição de carga na visão dos agentes ligados a este processo e propõem algumas medidas mitigadoras a serem implantas por cada agente participante. Por fim, Sinay et al(2004) conclui que apesar dos vários problemas gerados não há uma solução única, e sim, soluções possíveis e variadas.

Ribeiro & Ferreira (2002) discutem sobre os modais de transporte de carga e, segundo Alvarenga e Novaes (2000) apud Ribeiro & Ferreira (2002) é preciso ter uma visão sistêmica ao se analisar as possibilidades do sistema transporte. A seleção de um modal de transporte pode e deve ser usada como um diferencial para se

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