A cidade descarnada

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Nessas entrevistas, por exemplo, no depoimento de Hermenita Amorim que se vê a lembrança da construção familiar no casamento que era comum entre familiares ou interesses próprios. Francisca Teresa e Eva Costa lembram-se das formas de lazer como teatro e zoobotânico, construindo a imagem do espaço e lugar, Fátima Vila Nova relata de como eram assistidas as novelas pelo rádio, mostrando o nível do meio de comunicação, então aí percebe-se de como era a formação dessa sociedade.

Como Le Goof fala que a memória coletiva é não somente uma conquista, é também um instrumento e um objeto de poder, a memória onde cresce a história, que por sua vez alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro, na qual devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para servidão dos homens.

Essas histórias orais acabam sendo um monumento, pois monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação por exemplo voluntária ou involuntária das sociedades históricas.

A história oral acaba tornando-se documento como a construção de Teresina feita pelas lembranças, pois Le Goof afirma que não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que fabricou segundo as relações que aí detinham o poder, só a análise do documento enquanto monumento permite a memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente como pleno conhecimento de causa, como fez o professor da UFPI cientista político e historiador Ricardo Arrais que fez da memória uma história documentada.