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Viabilidade Econômica de Parques Eólicos

Por:   •  21/10/2018  •  2.638 Palavras (11 Páginas)  •  235 Visualizações

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no Brasil existem 93 parques eólicos, em sua maioria concentrados na região Nordeste (ROSSONI, 2013 apud PIERROT, 2013), mas até o final de 2013 o governo federal pretende ter 140 empreendimentos que deverão estar em operação. Esta expansão está atraindo grandes empresas internacionais que apostam no crescimento deste tipo de energia no Brasil (ROSSONI, 2013).

Os gastos para implantação de um parque eólico estão na casa das dezenas ou centenas de milhões de reais e o estudo de viabilidade é imprescindível para sua implantação. Assim este artigo tem como objetivo descrever os principais fatores que influenciam na viabilidade econômica de um parque eólico e mostrar um estudo já realizado como exemplo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O estudo da viabilidade econômica é fundamental para toda instalação eólica para minimizar os riscos de prejuízos. De acordo com o CENTRO DE ENERGIA EÓLICA, para parques eólicos de grande porte (mais de cinco turbinas) o estudo de viabilidade possui as seguintes divisões:

• Investigação local – trata-se de uma visita ao local escolhido com objetivo de determinar as características gerais e específicas do local e da região, identificar os dados essenciais necessários e a disponibilidade dos mesmos e estabelecer com a maior precisão possível a localização mais provável para as turbinas eólicas;

• Avaliação do recurso eólico – consiste na instalação de uma ou mais torres no local. Para coleta e análise dos dados eólicos, recomenda-se no mínimo um ano de medições. O custo de um ano de avaliações do recurso eólico depende da altura da torre, do número e do tipo de instrumentos montados na mesma e se o equipamento é comprado ou alugado;

• Avaliação ambiental – tem como objetivo determinar a existência de impacto ambiental que possa impedir a realização do projeto;

• Dimensionamento preliminar – tem como objetivo determinar a capacidade do parque, dimensionamento dos equipamentos e quantidade de material para a construção. Itens necessários para uma posterior estimativa detalhada de custos;

• Estimativa detalhada de custos – tem como base o dimensionamento preliminar e outras investigações levadas durante o estudo de viabilidade;

• Preparação de relatório – descreve o estudo de viabilidade, descobertas e recomendações;

• Gestão do projeto – abrange os custos estimados para a gestão de todas as fases do estudo de viabilidade, incluindo o tempo necessário para consultas aos investidores;

• Viagem e acomodação – abrange todos os custos relacionados a viagens necessários para o estudo de viabilidade por parte da equipe responsável;

• Outros – custos necessários para complementação do estudo de viabilidade.

Os custos podem ser subdivididos em basicamente duas etapas: custos iniciais e custos anuais de operação e manutenção (REIS et. al.).

Os custos iniciais podem referir-se aos gastos com o estudo de viabilidade técnica, negociações e desenvolvimento, projetos de engenharia, custos dos equipamentos, infraestrutura e despesas diversas. Já os de operação e manutenção correspondem aos gastos com operação, reparo e reposição de equipamentos, arrendamento do terreno, entre outros (REIS et. al. apud DUTRA, 2001). Os custos podem variar de acordo com o tamanho do parque e pela localidade.

A geração eólio-elétrica vem se expandindo a nível mundial ao longo da última década, atingindo a escala de gigawatts. A falta de dados consistentes e confiáveis sobre a viabilidade técnica e econômica de cada projeto tem limitado empreendimentos eólicos no Brasil. Parte importante dos registros anemométricos disponíveis é mascarada por ruídos de influências aerodinâmicas de obstáculos, rugosidade e relevo. A disponibilidade de dados representativos é fundamental no caso brasileiro, que ainda não explorou esse recurso abundante e renovável de forma expressiva (GARBE et. al., 2011).

Os potenciais eólico e hidráulico no Brasil se complementam geograficamente, já que as melhores áreas para aproveitamento eólico se situam distantes da geração hidrelétrica. Assim, a inserção de energia eólica no sistema elétrico melhora seu desempenho, diminuindo linhas de transmissão e possibilitando um sistema melhor distribuído (GARBE et. al., 2011).

Um marco importante para o setor elétrico brasileiro veio em 2002, com a aprovação da lei 10.438, revisada pela lei 10.762 em 2003, que criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA (PROINFA, 2004), estabelecendo a obrigação das concessionárias de energia elétrica de participarem da universalização do acesso a esse programa. O PROINFA tem por objetivo aumentar a participação das energias alternativas no sistema interligado e diversificar a matriz energética brasileira. A compra dessa energia deverá ser feita por intermédio de licitação pública e os contratos de fornecimento assinados com a ELETROBRAS por 20 anos. Além disso, existe financiamento de até 70% do valor do investimento, com recursos disponibilizados pelo BNDES (GARBE et. al., 2011 apud GONÇALVES, 2007).

A seguir foi compilado um artigo para exemplificação de um estudo de viabilidade. Esse estudo foi realizado na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Seus autores são Ernesto Augusto Garbe, Renato de Mello e Ivan Tomaselli. A escolha do local se deu por apresentar condições eólicas favoráveis para implantação de um parque eólico. Denominou-se esta unidade de geração de: “PARQUE EÓLICO LAGOA DOS PATOS” (GARBE et. al., 2011).

2.1 LOCAL GEOGRÁFICO DO ESTUDO E SUAS CARACTERÍSTICAS

A Lagoa dos Patos situa-se no Estado do Rio Grande do Sul. Com seus 265 quilômetros de comprimento e superfície de 10.144 km², estende-se paralelamente ao Oceano Atlântico e é o alvo deste estudo (Figura 1).

Figura 1 - Fotografia Aérea da Lagoa dos Patos (GARBE et. al., 2011).

O processo de formação desta região tem caráter evolutivo, estando em constante mutação, como decorrência da sedimentação marinha e flúviolacustre (Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, 2006).

Segundo a Figura 2, as altitudes do relevo não ultrapassam 100 metros, o que facilita a ocorrência de ventos com escoamento laminar. Visto que a superfície da água da Lagoa dos Patos não possui ondulações, podemos desconsiderar

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