QUALIDADE FÍSICA E FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAPIM BUFFEL (Cenchrus ciliaris L.)
Por: SonSolimar • 24/5/2018 • 4.079 Palavras (17 Páginas) • 527 Visualizações
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Sua inflorescência é uma panícula contraída, ereta, densa, podendo ter de 2,5 a 15 cm de comprimento e varia na cor de amarelo-palha ao roxo. As sementes ficam dispostas sobre um eixo central, em zigue-zague, cobertas por cerdas flexíveis e finas. As sementes são dispersas geralmente pelo vento, água, animais, roupas, botas e veículos (FAO, 2013).
Sua boa adaptação às condições edafoclimáticas do semiárido é devido as principais características desta forrageira, como boa capacidade de produção, resistência a longos períodos de estiagem e a baixos índices pluviométricos, além de poder ser utilizado na forma de pastejo diferido (OLIVEIRA, 1993).
O potencial produtivo desta forrageira se expressa de forma mais acentuada em regiões de clima quente, com temperatura média anual variando de 23,6°C a 28,1°C, precipitação pluviométrica entre 347,6 mm a 1027,3 mm e 60,9% a 76,5% de umidade relativa do ar (SANTOS et al, 2010). A produção de fito massa pode chegar a mais de 5.500 kg MS ha-1 ano-1, conforme encontrado por Moreira et al, (2007) no sertão pernambucano.
Por possuir dormência fisiológica, as sementes do capim Buffel, só devem ser plantadas após um período de pelo menos 6 (seis) meses após sua colheita, obtendo assim um percentual de germinação superior a 20% conforme encontrado por Oliveira et al, (1999). Segundo o mesmo autor, se a germinação atingir pelo menos 20%, a semente pode ser considerada satisfatória para o plantio. O que comina em uma pratica comum entre os produtores, que é a de plantar sementes colhidas no ano anterior, tendo assim a certeza que as sementes ultrapassaram o tempo necessário para a quebra de dormência.
Outras características importantes como enraizamento profundo que lhe confere resistência a longos períodos de estiagem, alto valor nutricional combinado com boa digestibilidade da matéria seca e da proteína bruta, além da boa palatabilidade (Oliveira, 1999), à torna uma forrageira de grande importância para a região do semiárido baiano.
2.2 Qualidade das sementes
As sementes de boa qualidade são consideradas aquelas geneticamente puras, de alto poder germinativo, alto vigor, alto rendimento e livres de danos mecânicos e de doenças (DELOUCHE & POTTS, 1974). Popinigis (1985), por sua vez, destaca que a qualidade de um lote de sementes é o somatório de todos os componentes de qualidade como os físicos e fisiológicos, que afetam a capacidade das sementes para originar plantas de alta produtividade.
A qualidade fisiológica pode ser entendida como a capacidade da semente desempenhar funções vitais, sendo estas a germinação, vigor e longevidade (POPINIGIS, 1985). Esses fatores fisiológicos tem sua ação determinada pelo ambiente, durante a produção, colheita, beneficiamento e armazenamento.
A avaliação da qualidade fisiológica, no sistema de produção de sementes, é um fator crucial para a tomada de decisões quanto ao aproveitamento das mesmas como material de propagação e das operações seguintes a que devem ser submetidas, visando seu aproveitamento.
Os efeitos sobre a qualidade fisiológica, segundo Puzzi (1986), são traduzidos, geralmente, pelo decréscimo na porcentagem de germinação, no aumento de plântulas anormais e na redução do vigor das plântulas. Trabalhos desenvolvidos por Smiderle & Belarmino (1993) em sementes de arroz irrigado, ilustram bem esses parâmetros.
A qualidade física está relacionada com a pureza física do lote e com o estado físico da semente, que envolve o teor de umidade, danos mecânicos, tamanho, cor, formato e peso de mil sementes (ABREU, 2005).
O cálculo do valor cultural de um lote de sementes é baseado nos resultados da análise da pureza física e da germinação das mesmas, sendo, assim um componente importante dentro do parâmetro de qualidade de semente (TOLEDO & MARCOS FILHO, 1977). Segundo Thomazin & Martins (2011) o teor de umidade das sementes, principalmente durante o período de armazenamento deve ser monitorado, pois os teores de umidade e temperaturas inadequados podem contribuir para a deterioração da semente, afetando, dessa forma, nos padrões de qualidade.
Entre os testes disponíveis para avaliar a qualidade das sementes de espécies forrageiras, de forma geral, destacam-se os testes de germinação, testes de vigor e viabilidade como envelhecimento acelerado e condutividade elétrica (SOUZA, 2007). O teste de germinação tem a vantagem de ser altamente padronizado e de uso generalizado na avaliação da qualidade fisiológica da semente, além de servir como base para a comparação entre lotes de sementes para a comercialização e para a determinação da densidade de semeadura (BIANCHETTI, 1981). Para seguir esse procedimento, devem-se acompanhar as recomendações pelas RAS - Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
Os resultados do teste de germinação indicam a porcentagem de sementes vivas, capazes de desenvolver-se em plantas adultas, quando germinadas sob condições ótimas de umidade, temperatura e substrato, assegurando, com isso, resultados desejáveis para a cultura (MACKAY, 1972). Apesar de ser o método mais utilizado, o teste de germinação das sementes não se estabelece em um bom indicador de desempenho a campo, pelo fato do teste ser realizado em condições laboratoriais, que nem sempre são encontradas nas condições reais do campo (MAGALHÃES, 2010).
Os testes de vigor estão associados ao teste de germinação e tem por objetivo principal avaliar diferenças significativas na qualidade fisiológica de lotes com germinação semelhante, complementando as informações fornecidas pelo mesmo teste (MARCOS FILHO, 1999). Segundo Nakagawa (1999), dentre os testes de vigor mais utilizados está à comparação da porcentagem de plântulas normais na primeira contagem do teste de germinação que possibilita definir o vigor relativo entre lotes de sementes. Mello & Tillmann (1987) acrescenta que o teste de envelhecimento acelerado em câmara é um dos mais utilizados pelo pesquisador para avaliar o vigor das sementes. Existem testes realizados nas condições de laboratório, sob condições controladas e em condições de campo que também determinam o vigor das sementes, como a emergência de plântulas, comprimento, peso de matéria verde e peso de matéria seca (NAKAGAWA, 1999).
O peso de 1000 sementes trata-se de um teste que dá ideia da qualidade física de sementes, sendo utilizado para calcular a densidade de semeadura e o peso da amostra de trabalho, para a análise de pureza (BRASIL, 2009). Laura et al, (2008), trabalhando com diferentes lotes de sementes
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