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Ocorrência de agentes químicos estrogênicos naturais estrona

Por:   •  11/5/2018  •  10.228 Palavras (41 Páginas)  •  289 Visualizações

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[pic 1]

GnRH[pic 2][pic 3]

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LH FSH[pic 8]

Inibição

Estrogênio

Feedback

Gônodas [pic 9]

[pic 10]

[pic 11]

Figura 1. Visão geral do sistema reprodutor endócrino. (BROOKS, 1998)

Esses hormônios agem sobre as gônadas de ambos os sexos (ovário e testículos) , que produzem respectivamente os hormônios sexuais femininos e masculinos:

a) Androgênios: hormônios masculinos dos quais o mais importante é a testosterona e são essenciais para a espermatogênese normal (produção de espermatozóides), mas também mantêm a integridade normal dos órgãos sexuais tais como: próstata, vesícula seminal e epidídimo. Os androgênios também determinam o desenvolvimento físico e psíquico das características masculinas.

b) Estrogênios: hormônios femininos que estimulam o desenvolvimento dos órgãos sexuais femininos, das mamas e de várias características sexuais secundárias. Os três principais hormônios sexuais presentes em quantidade significativa no plasma feminino humano, chamados estrogênios, são:

- Estradiol – secretado pelo ovário, é o principal estrogênio;

- Estrona – pequena quantidade;

- Estriol – estrogênio fraco.

A potência estrogênica do estradiol é 12 vezes a do estrona e 80 vezes a do estriol (GUYTON et. al, 1996). Os hormônios servem como mensageiros químicos fazendo a ligação entre vários órgãos do sistema reprodutivo de forma integrada e precisa. Qualquer interferência neste sistema extremamente balanceado pode levar a um desenvolvimento inapropriado do mesmo e alterações significativas dos vários processos que ali ocorrem.

As concentrações de hormônios no sangue, necessários para controlar a maioria das funções endócrinas, são extremamente pequenas, em concentração de até 1 pg ml-1 (picograma por mililitro). O sistema endócrino pode ser afetado pelos interferentes de várias maneiras; por exemplo esses compostos podem ligar-se aos receptores hormonais e inibir ou imitar a sua ação natural ou afetar a síntese dos hormônios e seu metabolismo (PIVA et. al, 1996).

O corpo tem muitas centenas de tipos diferentes de receptores, cada um para um sinal químico específico. Alguns recebem mensagens da glândula tireóide ou das glândulas supra-renais. O hipofisário tem vários tipos de receptores para monitorar os níveis de hormônios no sangue. Cada hormônio tem seu receptor específico: quando eles se encontram encaixam-se como um mecanismo tipo “chave e fechadura”; a figura 2 ilustra este fenômeno

Em condições normais (fig. 2) um hormônio natural se liga a seu receptor e ativa os genes no núcleo da célula para produzir respostas biológicas apropriada. Os mimetizadores hormonais (fig,2, ao centro) também podem se ligar ao receptor e desencadear uma resposta. Os bloqueadores hormonais (fig.2, abaixo) não desencadeiam uma resposta, mas impedem os hormônios naturais de se encaixarem ao receptor. Alguns agentes químicos sintéticos lançados no ambiente podem se comportar como mimetizadores ou bloqueadores hormonais, contribuindo para a alteração de atividade celular. O composto que estiver presente em maior número, ou que vencer a competição para encontrar os receptores, determina a resposta da célula.

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Figura 2. Efeitos dos agentes químicos sintéticos sobre os receptores (COLBORN, 1997)[pic 12]

MODULADORES ENDÓCRINOS : HISTÓRICO

Recente interesse tem sido demostrado sobre o possível impacto ambiental causado pela exposição às substâncias que provocam distúrbios no sistema endócrino dos animais silvestres e no homem (TOPARI et. al, 1996, PURDON et. al, 1994). Entretanto, já em 1930 foi publicado que certos compostos podiam mimetizar hormônios endógenos de animais (WALKER et al, 1930). Em 1938, foi descoberto que compostos alquilfenólicos poderiam se ligar ao receptor hormonal e, conseqüentemente causar efeitos endócrinos adversos (JOBLING, 1998a). GREENE e colaboradores da faculdade de medicina de Northwestern (EUA) em1939, demostraram que doses extras de estrogênios naturais ou sintéticos administrados a camundongos fêmeos no período neonatal trouxeram sérias conseqüências aos filhotes intra-uterinos. Os filhotes fêmeos mostraram defeitos estruturais no útero, na vagina e nos ovários e os filhotes machos nasceram com genitálias deformadas.

Na década de 40 foi observada uma epidemia de infertilidade em ovelhas da Austrália Ocidental. Pesquisadores descobriram que o “fomonanetin”, agente químico presente no trevo, uma planta que fazia parte das pastagens era o responsável pelos problemas reprodutivos, pois mimetizaram os efeitos biológicos do estrogênio (BENNETTS, et, al. 1946) Neste mesmo ano foi publicado um artigo na Revista Science explicando a configuração molecular de compostos naturais e sintéticos que induziam bioatividades estrogênicas e androgênicas em ratos (SNYDER, 2002). Em 1948 foi mostrado que compostos androgênico e estrogênicos interferem na metamorfose natural dos anfíbios (SLUCZEWSKI, et al 1948).

BURLINGTON e LINDERMAN em 1950 observaram que galos tratados com DDT, tinham testículos bem menores do que o normal e não tinham cristas e barbelas como os galos normais. A literatura registra a esterilidade de 80% das águias americanas da Flórida neste período. (COLBORN a, 1997). Na mesma década foi observado que as lontras estavam desaparecendo dos rios e lagos da Inglaterra. Só na década de 80, pesquisadores apontaram o Dieldrin (organoclorado) como possível causador desse impacto (MASON, 1986).

Na década de 60 foi observada a morte e infertilidade dos visons que se alimentavam de peixes nos Grandes Lagos no Estado de Michigam. Pesquisadores da universidade estadual de Michigam identificaram a presença de PCB, um agente químico clorado, como o provável causador do fenômeno observado (COLBORN, 1997). Nesta mesma década Rachel Carson chama a atenção

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