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Luta por Terra das Ligas Camponesas

Por:   •  18/10/2018  •  1.719 Palavras (7 Páginas)  •  324 Visualizações

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A modernização da agricultura teve como um dos seus efeitos mostrar que a reforma agrária não era apenas uma condição para o desenvolvimento econômico. No final da década de 70 e no início dos anos 80, surgem novos personagens na luta por terra, os atingidos por barragens, pequenos produtores afetados pelo processo de ampliação das fontes geradoras de energia e na construção de usinas hidrelétricas. Além disso, surgiram outras revindicações que geraram a necessidade de rever a questão agrária. O sindicalismo rural realizava atos públicos, enquanto os posseiros resistiam na terra, os atingidos por barragens embargavam obras de barragens, os sem terra realizavam ocupações em terras improdutivas e seringueiros impediam a derrubada da floresta. Nesse processo formou-se o Movimento dos Sem Terra, o Movimento dos Atingidos por Barragens e o Conselho Nacional dos Seringueiros com objetivo de combater as direções sindicais que não assumiam a luta. Com isso os trabalhadores do campo reocupavam a cena pública e a questão agrária se redefine, pedindo pela emergência de novos termos no debate sobre a reforma agrária, se verificou então uma intensa disputa por qual seria a proposta mais representativa dos verdadeiros interesses dos trabalhadores do campo. A CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) tinha como sua principal bandeira de luta a reforma agrária, ela procurou associar cada conflito interno com a demanda mais geral por reforma agrária. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, mais conhecido como MST, se caracterizou por uma identificação distinta da CONTAG, pois ele defende uma reforma agrária sob controle dos trabalhadores, enquanto a CONTAG citava apenas uma participação. O MST queria a desapropriação de todas as propriedades com mais de 5002 hectares, expropriação das terras das multinacionais, extinção do Estatuto da Terra e criação de novas leis com a participação direta dos trabalhadores. Seu lema é “terra não se ganha, se conquista”. Segundo eles os operários também tinham interesse na reforma agrária, seja para a resolução dos problemas econômicos e sociais, seja para se unir com os camponeses em uma aliança política pela tomada do poder. Após algumas conquistas como desapropriações e assentamentos de trabalhadores, o MST percebeu uma necessidade de desenvolver políticas para a garantia das terras conquistadas, nascendo assim, a proposta de cooperação agrícola. Vendo as grandes empresas agropecuárias promovendo a derrubada dos seringais, os seringueiros promovem embargar o desmatamento através de uma organização sindical enquanto lutavam pela desapropriação das áreas em questão. Após um debate no Primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros da Amazônia em Brasília, que resultou na criação do Conselho Nacional dos Seringueiros, surge a demanda por uma reforma agrária com os interesses dos mesmos, como por exemplo a desapropriação dos seringais nativos, a não divisão da terra em lotes, etc. O Movimento Nacional dos Trabalhadores atingidos por Barragens (MAB) visava profundas reformas nas atuais políticas energéticas e de implantação de projetos de irrigação, resolução dos problemas ambientais gerados pela construção de barragens e da situação das populações afetadas.

Com a dificuldade de fazer uma Reforma Agrária pela agricultura institucional do INCRA, no entanto, ainda assim surgiu a Associação de Servidores da Reforma Agrária (ASERA). O que antes era algo irrelevante para alguns se tornou pauta na discussão entre os políticos, mostrando a proporção que a reforma agrária estava tomando, alguns partidos possuíam suas ideias sobre a questão agrária. O PDS e o PFL não concordavam com a reforma, no entanto PDS via a necessidade de desenvolver o setor agropecuário. O PMDB acreditava que a reforma agrária não funcionaria, e em outras vezes via algo de valor, o PDT lutava pela democracia do campo e apoiava a reforma, no caso do PT a reforma é vista como algo muito especial, pois para alguns a reforma era a única forma de agir em favor dos trabalhadores e acabar com as desigualdades, mas mesmo assim, para outros era algo extremamente distante e inútil.

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