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Reflexão Escrita Individual com base na análise do artigo Role of Occupational Therapy in Care of Therminal Patients

Por:   •  26/12/2018  •  1.894 Palavras (8 Páginas)  •  421 Visualizações

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Cinco meses após o diagnóstico, Roger faleceu. Até à sua morte, tanto Roger como a família receberam suporte em casa e serviços de enfermagem. Embora tenham sido resistentes em relação ao uso de produtos e equipamentos de apoio, os membros da equipa multidisciplinar continuaram em contacto regular para garantir a continuidade do serviço.

O artigo demonstrou a complexidade do papel dos terapeutas ocupacionais no fim de vida com referência a um cliente que faleceu devido a um tumor cerebral. O terapeuta ocupacional necessita de tempo para identificar e conhecer as necessidades de mudança do cliente e da família, tendo em conta as opções de escolha e respeitar as preferências. A intervenção da terapia ocupacional no final de vida poderá algumas vezes envolver a gestão de crises quando o cliente é incapaz de prever as implicações das suas perdas funcionais e o seu impacto na vida diária. Perante esta situação, o foco da terapia ocupacional continua a ser a facilitação da participação nas atividades significativas de modo a que o cliente possua controlo e possibilidades de escolha na sua vida.

Reflexão

A Terapia Ocupacional tem como objetivo promover a independência e participação segura nas atividades significativas num ambiente familiar, o que faz com que o Terapeuta Ocupacional contribua significativamente para os princípios chave dos cuidados paliativos, sendo estes o alívio da dor e de sintomas angustiantes, cuidados psicológicos e espirituais, um sistema de suporte para que o cliente viva o mais ativo possível face à morte iminente e um sistema de suporte para os amigos e família do cliente durante a doença e perda. A intervenção do TO nos cuidados paliativos é uma mais-valia, uma vez que este providencia uma intervenção centrada no cliente e na ocupação através de uma visão holística. O TO deverá estar envolvido na intervenção a clientes com tumores cerebrais devido à complexa e rápida progressão natural da doença e as implicações funcionais de independência e segurança associadas.

A autonomia do cliente é uma prioridade e este deverá sentir-se bem com os equipamentos e serviços de saúde fornecidos. Negociar com o cliente e o cuidador e introduzir gradualmente adaptações e equipamentos é importante para evitar potenciais situações de risco de segurança sem comprometer a autonomia do cliente. Inicialmente, o cliente poderá não se encontrar disponível para utilizar adaptações e adquirir equipamentos ou até mesmo recusar a intervenção, mas este deverá ser encorajado a sentir-se confortável a requerer os serviços mais tarde caso mude de ideia. É fundamental que a equipa multidisciplinar mantenha contacto com o cliente quando este opta por passar os seus últimos dias em casa invés de no hospital, uma vez que após vivenciar situações de risco poderá considerar os serviços disponibilizados. Posto isto, o cliente deverá sentir-se confortável a consultar os serviços que anteriormente recusou, o que previne situações de risco mais graves e dá ao cliente a possibilidade de escolha.

A intervenção do TO nos cuidados paliativos não se concentra apenas na análise e seleção dos produtos e equipamentos de apoio para providenciar autonomia ao cliente tendo em conta as suas limitações. Esta intervenção contempla o aconselhamento e a indicação de estratégias, tanto ao cliente como ao cuidador principal, com o objetivo de que este se envolva nas atividades significativas e do seu interesse, o que confere qualidade de vida e bem-estar numa situação de doença terminal. A independência nas atividades da vida diária como a higiene pessoal e alimentação é promotora de bem-estar e o TO é o profissional indicado para prevenir sentimentos de frustração e fadiga durante a realização das mesmas, otimizando o desempenho do cliente através do treino, orientação e adaptação das atividades. Deste modo, o TO providencia estratégias como a repetição de instruções, a necessidade de intervalos durante as atividades, a redução de distrações, o estabelecimento de rotinas simples, organização e planeamento das atividades e material, entre outras.

Em cuidados paliativos, o apoio à família é fundamental, uma vez que uma doença terminal irá afetar o funcionamento e a dinâmica familiar, principalmente quando o utente opta por ficar em casa. Face a esta nova situação, é evidente a alteração de hábitos e rotinas durante o processo da doença e a dinâmica familiar envolverá o cuidado à pessoa com a doença terminal. Cabe à intervenção do TO apoiar a família considerando as suas observações e preocupações e orientar estratégias para cuidar do familiar de modo a que este tenha a máxima autonomia possível. Os cuidadores acompanham de perto todo o processo da doença tendo que se adaptar às novas condições e limitações do familiar, sendo necessário suporte e apoio. O acompanhamento à família durante o processo da doença é importante, assim como após a morte do familiar no que concerne ao luto.

Considerações Finais

Com a elaboração do presente trabalho, a aluna considera ter alcançado o objetivo proposto, uma vez que adquiriu conhecimentos relativos à intervenção da Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativo, compreendeu a importância da mesma e o papel do terapeuta ocupacional nesta área.

A elaboração desta reflexão proporcionou à aluna adquirir conhecimentos nesta área e refletir sobre a importância do terapeuta ocupacional na intervenção com clientes com doenças terminais. Esta intervenção passa por prevenir e providenciar informação e equipamentos de apoio ao cliente e cuidadores, por restaurar as capacidades físicas e emocionais, por dar suporte e promover qualidade de vida, conforto e bem-estar.

A aluna considera este trabalho uma mais-valia para o seu futuro profissional e pessoal, no entanto julga necessário aprofundar conhecimentos no que diz respeito à comunicação verbal e não verbal, bem como a clareza e precisão do discurso necessárias para a intervenção em cuidados paliativos. Também seria relevante aprofundar conhecimentos relativos ao facto de ter que lidar emocionalmente com a morte e perda de um cliente, visto que o Terapeuta Ocupacional a trabalhar em cuidados paliativos se encontra diariamente sujeito a situações

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