Sobre a Morte e o Morrer
Por: Salezio.Francisco • 25/3/2018 • 1.922 Palavras (8 Páginas) • 319 Visualizações
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A barganha ou troca é utilizada pelo paciente por um curto período de tempo, com o intento de um possível prolongamento de sua vida, através de um bom comportamento, sendo estas barganhas explícitas ou não. É necessária uma abordagem interdisciplinar para avaliar o estado emocional deste paciente, se ele está se culpando por algum motivo infundado, e temores irracionais, para que não se torture em fazer novas barganhas, visto que ainda não cumprira nem mesmo as primeiras promessas.
A depressão que se caracteriza pelo quarto estágio a caminho da aceitação, é nesta fase que o paciente gravemente enfermo não pode mais refutar sua doença, sendo este submetido a novas cirurgias, tratamentos mais agressivos, o surgimento de novos sintomas e a debilidade já não pode ser mais encobertas, o que lhe resta neste momento é um sentimento de grande perda, que é agravado pela questão financeira, em que alguns pacientes são obrigados a dispor de quantias altas e até muitas vezes das únicas posses, causando-lhe uma grande depressão. Os fatores da depressão são seguidos de aflição que o paciente é compelido a atravessar, ajudá-lo neste momento é imprescindível, deixando-o exteriorizar seus sentimentos, ponderar suas queixas, porém existem outros pacientes que preferem apenas um gesto de carinho, um olhar, uma companhia silenciosa. Os préstimos despendidos aos enfermos devem ser de tal modo compatível aos seus anseios, e sendo assim ele se sentirá grato, se direcionará a coisas que estão a sua frente e não o que ficou para trás, esta confiança deve ser dividida com seus familiares, pois seriam evitadas muitas angústias.
O quinto estágio se caracteriza pela aceitação, o paciente que superou todas as outras fases, chegará a esta desprovido de sentimentos como a depressão, a raiva, o ressentimento decorrentes da morte iminente. Neste estágio se encontrará cansado e debilitado, e necessitará de maior tempo repousando, sendo estas necessidades diferentes da fase depressiva, que se configura no começo do fim da luta. Os familiares precisam ser acompanhados, de forma que possam compreender a aceitação do paciente terminal, devido seu isolamento, receosos que estes estejam se entregando muito cedo.
E um livro muito interessante de uma linguagem muito acessível que fala de temas espinhosos mais de uma forma muito bonita. Elisabeth, fala que a gente é acostumada a ver a morte de uma forma negativa, até porque o nosso inconsciente se acredita em mortal, então é sempre difícil lidar com essa situação de encarar a morte. Esse livro é de 1969, então, se pararmos pra pensar nos dias de hoje é uma situação que vai ficando cada vez mais complicada, porque se antes já não se pensava na morte, o que dirá hoje que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a eterna juventude. Então ela vai falar como esses pacientes se sentem esquecidos, porque tanto a equipe medica, como a equipe de enfermagem e os próprios familiares quando recebe esse diagnostico não tem coragem de encarar mais o paciente e passam a tratá-lo não mais como uma pessoa, passa a infantilizar e objetificar toda aquela situação.
Eu gostei muito de ter lido esse livro, acho que pra quem trabalha na área de saúde, o livro é muito importante até para se promover dialogo, porque realmente não é fácil você esta num ambiente, conviver com a pessoa e você saber que ela vai morrer, então acaba por criar barreiras pra se defender dessa situação. A proposta dela é fazer da morte um fechamento de ciclo, um momento de reflexão, fazer com que o paciente aceite, que realmente chegue na quinta fase que é o da aceitação e que possa olhar pra toda aquela situação e morrer tranquilamente, morrer em paz. Chegar a esta aceitação juntos, pacientes, familiares e equipe hospitalar é algo necessário, todavia, não é um trabalho fácil, pois o ser humano é singular, sua percepção da vida difere dos demais. Este processo de externar os sentimentos mais íntimos configura-se em uma forma de humanizar o iminente desprendimento do ciclo da vida, tendo a sensibilidade e deixar que o paciente possa em seu devido tempo encarar a realidade dos fatos que circundam. Importante lembrar que os cinco estágios não acontecem necessariamente na ordem... Um paciente pode estar em depressão e voltar a sentir raiva ou começar a negar ou ir diretamente para uns dos estágios, vai depender sempre da historia de vida dele, dos aspectos singulares. E é importante que os profissionais ao redor sejam sensíveis para identificar isso. Um dos trechos que mais gostei diz o seguinte:
“Morte e Morrer. É uma passagem da vida que ninguém em sã consciência deseja vivenciar, seja com relação a si mesmo e com relação a entes e/ou conhecidos queridos, Esse é um assunto que muitos ignoram, receiam e evitam falar, isso porque ninguém quer ver a vida ter um ponto final. A morte é vista como algo desumano, fazendo com que muitas vezes as pessoas se sintam importantes diante dela, em função que o morrer é visto como algo solitário, muito mecânico e impessoal...”.
Justamente nesses estudos que ela fez, ela passou a entender, por exemplo, que os médicos mentirão para o paciente dizendo que ele ia se recuperar, sendo que já havia um diagnostico, e quando ela passou a ouvi-los eles começaram a dizer pra ela que eles já sabiam que ia morrer e eles queriam morrer não entupidos de medicamentos, não desse jeito, queriam realizar alguma coisa que gostariam de fazer como; ultimo pedido, vamos dizer assim, ela passou a providenciar aquilo, e no livro conta umas passagem muito lindas, em uma delas ela leva uma moça que estava próxima d morte pra dançar e ela morre logo depois da dança, um menino ganha uma bicicleta e logo em seguida ele é internado e ele nunca tinha andado então ela o leva para dar uma volta na quadra fica muito feliz e morre três dias depois e assim são varias historias, então ela começa
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